É inegável que o consumo de alimentos ultraprocessados tem sido uma parte significativa da dieta brasileira.
No cenário dinâmico e inovador da indústria alimentícia, a busca por soluções que atendam às demandas crescentes dos consumidores é uma constante. Entre os diversos produtos que têm feito parte da alimentação dos brasileiros, a categoria dos ultraprocessados se destaca.
Embora sejam muitas vezes objeto de debates, há muito a ser explorado além das opiniões comuns.
Neste artigo, vamos apresentar os benefícios associados aos alimentos ultraprocessados e refletir sobre o papel da indústria no desenvolvimento de produtos saudáveis, que também passam pelo processamento industrial, para os consumidores que buscam por essas opções.
O que são alimentos ultraprocessados?
Alimentos ultraprocessados (AUPs) são produtos alimentícios que passam por diversas modificações industriais, baseadas em substâncias extraídas dos próprios alimentos. Essas alterações e substâncias incrementais visam realçar determinados sabores, e fortalecer determinadas propriedades sensoriais que são atraentes para nós.
Dessa forma, esses produtos se tornam muito mais atrativos para nós. Quando somamos isso a facilidade de preparo, e seu baixo custo, eles acabam se tornando parte da dieta da maior parte das pessoas.
Normalmente, esse produtos são formulações repletas de ingredientes artificiais, como conservantes, corantes, aromatizantes e intensificadores de sabor, além de excesso de açúcar, gorduras saturadas e sódio. Ou seja, apesar de serem muito atratívos e cômodos, eles também podem ser prejudíciais para a saúde de seus consumidores.
Esses produtos são frequentemente encontrados em embalagens prontas para consumo e são altamente convenientes, pois requerem pouco ou nenhum preparo do consumo.
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Um panorama sobre o consumo de alimentos ultraprocessados no Brasil hoje
O Brasil é um dos maiores países consumidores de alimentos ultraprocessados do mundo. Somente entre 2017 e 2018, os alimentos ultraprocessados foram os mais consumidos pela população, logo atrás dos in natura ou minimamente processados, segundo dados da Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP).
De acordo com o mesmo estudo, em uma década, houve aumento de 5,5% no consumo de AUPs pela população brasileira. A pesquisa da USP também aponta que as mulheres, adolescentes, pessoas brancas, com maior renda e escolaridade, residentes em áreas urbanas, das regiões Sul e Sudeste, são as que mais consomem esse tipo de alimento.
Anos mais tarde, em 2021, 58,6% das calorias consumidas pelos brasileiros provinham de AUPs, segundo pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
E como é o consumo no restante do mundo?
Segundo uma pesquisa realizada pelo British Medical Journal, em parceria com o Centro Nacional de Informações sobre Biotecnologia dos EUA, o Estados Unidos é o país que mais consume alimentos ultraprocessados no mundo. Mais específicamente, 58% da ingestão calórica do americano médio vem desse tipo de aliemento.
Próximo do EUA, temos também o Reino Unido, com 57%, e então uma grande distância para a Australia em terceiro lugar, com cerca de 40%.
Um outro estudo publicado no The BMJ, um periódico científico do Reino Unido, apontou também, entre outras coisas, que a a alimentação baseada em ultraprocessados é mais comum em pessoas jovens, com menor renda, e moradores de áreas desfavorecidas ou vulneráveis.
Quais são os alimentos ultraprocessados?
O grupo dos alimentos ultraprocessados inclui:
- Vários tipos de guloseimas;
- Adoçantes artificiais;
- Bebidas adoçadas com açúcar (como sucos, refrigerantes e achocolatados);
- Pó para o preparo de refrescos;
- Produtos embutidos derivados de carne e gordura animal;
- Produtos desidratados (como misturas para bolo, sopas em pó e macarrão instantâneo);
- Congelados pré-preparados prontos para aquecer;
- Salgadinhos;
- Cereais matinais;
- Barras de cereal;
- Bebidas energéticas e uma infinidade de novos produtos que chegam aos mercados todos os meses.
Em geral, alguns alimentos ultraprocessados são alimentos que podem ficar mais tempo guardados, como biscoitos e sorvetes, ou sobremesas instantâneas e produtos congelados prontos para serem feitos, como nuggets.
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Em quais categorias os alimentos são divididos?
De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, os alimentos são divididos nas seguintes categorias: in natura, minimamente processados, ingredientes culinários, processados e ultraprocessados.
Entenda quais são estes alimentos:
Alimentos in natura
Como o nome já sugere, são alimentos que estão em seu estado natural – isto é: que não passaram por nenhum processamento industrial significativo. Por exemplo:
- frutas;
- legumes;
- verduras;
- castanhas;
- ovos;
- carnes frescas;
- leite não pasteurizado.
Alimentos minimamente processados
São os alimentos que passaram por intervenções simples de limpeza, remoção de partes não comestíveis ou, em alguns casos, embalagem para preservação.
Ou seja: mesmo que tenham passado por algum processamento, eles ainda mantêm grande parte (ou todos) de seus nutrientes naturais, como:
- grãos;
- feijão;
- legumes congelados;
- carnes resfriadas ou congeladas;
- leite pasteurizado;
- iogurte natural.
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Ingredientes culinários
São obtidos diretamente da natureza ou derivados dos exemplos dados anteriormente. Estes alimentos são utilizados para temperar ou preparar outros alimentos na culinária, como sal, açúcar, óleo, vinagre e especiarias (como pimentas e ervas).
Alimentos processados
Nesta classificação entram os alimentos que contêm adição de sal, açúcar ou outros ingredientes para aumentar a durabilidade ou sabor.
Normalmente, possuem um grau de processamento moderado e podem conter conservantes, corantes ou outros aditivos.
Aqui, entram alimentos como:
- carnes e peixes enlatados;
- frutas em calda;
- legumes em conserva;
- pães e massas;
- queijos maturados.
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Ultraprocessados
E, por fim, os alimentos que são altamente processados na indústria. Em geral, eles contêm muitos ingredientes artificiais e aditivos, além de serem ricos em açúcar, gorduras saturadas e trans, sal e calorias.
Possuem uma longa vida útil e apelo sensorial atraente, como salgadinhos de pacote, sopas instantâneas, cereais matinais com adição de açúcar etc.
Alguns dos alimentos ultraprocessados, por terem a maioria de ingredientes exclusivamente industriais, nem chegam a ser considerados alimentos, mas formulações artificiais, compostos por corantes, aromatizantes, espessantes e mais outros aditivos.
Normalmente, os ultraprocessados são mais baratos tanto para a indústria quanto para o público devido a alguns fatores, entre eles:
- Avanços tecnológicos que otimizam o tempo de produção;
- Contribuições para a produção de commodities e para a produção agrícola brasileira em larga escala, visto que os ultraprocessados podem utilizar pequenas frações de milho, soja e cana-de-açúcar;
- Benefícios fiscais para companhias de Big Soda e Big Food.
Qual a diferença dos alimentos processados para os ultraproessados?
Enquanto os alimentos processados sofrem alterações mais pontuais, com leves incrementações de açucar, sal, ou conservantes, os ultraprocessados passam por trasformações mais intensas, com altas doses de corantes, aromatizantes, realçadores de sabor e coisas do tipo.
Ou seja, os alimentos ultraprocessados possuem muito mais ingredientes artificiais, enquanto os processados ainda se mantem mais naturais, com apenas algumas adições.
Podemos destacar a diferenças dos dois tipos de alimentos dessa forma:
Aspectos | Alimentos Processados | Alimentos Ultraprocessados |
---|---|---|
Método de Fabricação | Sofrem pequenas modificações para conservar ou realçar o sabor e a textura | Passam por procedimentos industriais avançados que transformam significativamente suas características |
Valor Nutricional | Preservam a maior parte dos nutrientes presentes nos alimentos originais | São compostos por muitos ingredientes artificiais e contêm pouca ou nenhuma parte do alimento in natura |
Ingredientes Utilizados | Apenas alguns ingredientes são adicionados, como sal, açúcar ou óleos | Utilizam uma ampla gama de aditivos artificiais, como conservantes e estabilizantes |
Grau de Transformação | Modificados de forma mínima | Sofrem modificações intensas e são desenhados para serem práticos e altamente palatáveis |
O papel da indústria na promoção da saudabilidade com ultraprocessados
Embora pareça pouco provável, a relação entre ultraprocessados e saudabilidade existe. Isso porque, hoje, muitas empresas do setor buscam saídas para oferecer produtos mais saudáveis para o consumidor que procura por essas opções que oferecem praticidade no dia a dia.
Sobre este assunto, a Engenheira de Alimentos da Superbom, Juliana Paes, em palestra na Fi South America, explica como as marcas têm feito para tornar esse casamento possível.
“Hoje temos tecnologia para o processamento, com soluções diferenciadas, a substituição de ingredientes caros importados por produtos nacionais. Precisamos buscar inovação para ter essa integração. Fazer alterações no alimento ultraprocessado para que tenha maior aceitação pelo consumidor. [...] A gente consegue, através da indústria de ingredientes, um produto para atender a necessidade do consumidor. É possível desde que tenhamos pesquisas na área, com soluções diferenciadas”, afirma.
Assim, com a combinação certa entre inovação e conscientização, é possível transformar a indústria de alimentos ultraprocessados, oferecendo opções que são não apenas convenientes, mas também benéficas para a saúde de quem consome.
Hoje é possível encontrar nas prateleiras do supermercado produtos embalados, prontos para consumo, feitos com ingredientes orgânicos, fortificados, com fórmulas mais naturais, e com redução de açúcar, sódio e gordura saturada.
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Os benefícios dos alimentos ultraprocessados
Na esfera industrial, os alimentos ultraprocessados vieram para agregar valor ao mercado, uma vez que facilitam o reaproveitamento de matéria-prima para criar novos produtos.
Como exemplo, podemos citar a indústria frigorífica, que utiliza quase toda a carcaça do boi na produção de alimentos emulsionados, como salsichas e mortadelas, feitas a partir de carne mecanicamente separada (CMS).
Além do aproveitamento eficiente de matéria-prima, os ultraprocessados oferecem outro aspecto importante: shelf-life duradoura. Eles podem ser armazenados por meses e até anos, representando uma conquista notável da indústria alimentícia.
Para o consumidor, as principais vantagens dos alimentos ultraprocessados estão na praticidade e na conveniência.
Mas, ainda existem estigmas sobre esses alimentos.
Durante a palestra “Desmitificação sobre os alimentos processados. Como a indústria pode ampliar a comunicação dos aspectos nutritivos, de qualidade e segurança do alimento”, na Arena TecnoCarne 2023, Flávera Camargo Prado, coordenadora de PDI da Lar, ressalta que a industrialização não é sinônimo de produtos ruins.
“Pelo contrário, é um processo essencial para garantir a segurança alimentar, reduzir perdas e aumentar a vida útil dos produtos”.
A coordenadora também ressalta que o investimento em pesquisa e desenvolvimento dos alimentos ultraprocessados impacta direta e positivamente o direito básico do consumidor: saber a origem de seus alimentos.
“O consumidor tem o direito de saber a origem dos alimentos que consome, e a indústria tem o compromisso de fornecer essa informação", conclui Flávera.
De acordo com a nutricionista Gabriela Zarembski, as principais vantagens desse tipo de alimento para a indústria estão justamente em poder comercializar produtos que “vendem a ideia de facilidade e praticidade, mesmo que isso implique em vender produtos com alto teor de gorduras, sódio e açúcar”.
Além disso, a profissional complementa: “a questão também se aplica à vida útil dos alimentos; graças às quantidades de aditivos utilizados, a indústria consegue prolongar o tempo de prateleira desses produtos”.
Com o avanço da tecnologia e dos processos, surgiu a necessidade de criar produtos acessíveis à população, que pudessem ser consumidos a qualquer momento, sem a necessidade de utensílios domésticos ou outras embalagens.
A diversidade de processos relacionados à fabricação de novos produtos também enriquece o mercado, oferecendo aos consumidores uma variedade impressionante de opções nas prateleiras dos supermercados e estabelecimentos.
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E quais os problemas dos alimentos ultraprocessados?
Não há, até hoje, um consenso absoluto sobre quais são os impactos do consumo de alimentos ultraprocessados na saúde. Entretanto, um estudo de fevereiro de 2024 publicado no British Medical Journal, apontou a possibilidade do consumo desses alimentos aumentar o risco de:
- Morte em função de doenças cardiovasculares;
- Obesidade;
- diabetes tipo 2;
- Ansiedade;
- Depressão;
- Problemas de sono.
Como mencionamos, não há um amplo consenso sobre o assunto até hoje, mas os cientístas seguem pesquisando os impactos desses alimentos na saúde, e quais medidas a industria alimentícia pode adotar para contornar esses problemas.
Qual é o pior alimento ultraprocessado para a saúde?
Sabendo dos possíveis danos do consumo de alimentos ultraprocessados, será que todos eles causam o mesmo estrago na saúde do consumidro na saúde? Ou será que alguns são menos agressivos que outros?
O jornal britânico The Sun entrevistou uma nutricionista chamada Emily Leeming, visando descobrir quais eram os piores alimentos e bebidas ultraprocessados para a saúde dos consumidores. Segundo ela, o energético é o pior de todos os ultraprocessados, em função da grande carga de açucar e cafeína na bebida, que pode sobrecarregar o coração.
A nutricionista fez uma lista com os 9 piores alimentos ultraprocessados para a saúde, são eles:
- Energéticos;
- Cereais matinais;
- Frango empanado frito;
- Barras de chocolate;
- Iogurte aromatizado sem açúcar;
- Hambúrgueres veganos;
- Biscoitos recheados;
- Queijos;
- Batatas fritas com molho cremoso.
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Como são produzidos os alimentos ultraprocessados?
A fabricação dos alimentos ultraprocessados é composta por diversas etapas e técnicas e, muitas vezes, a utilização de maquinários específicos. Por isso, é normalmente feita por indústrias de grande porte.
Primeiro, os ingredientes são selecionados e combinados em proporções pré-determinadas. Então, eles passam por alguns processos mecânicos, como moagem, homogeneização e mistura, até que fiquem homogêneos. Neste momento, os aditivos são adicionados, como corantes, aromatizantes, estabilizantes e conservantes. Basicamente, sua função é aumentar a durabilidade dos alimentos, ou entregar características específicas, como cor, sabor, aroma e textura.
Além disso, muitos alimentos ultraprocessados são submetidos a tratamentos térmicos, como aquecimento a altas temperaturas e pressão, para garantir a segurança microbiológica e prolongar a vida útil.
Processos como a extrusão também são comuns. Nesse caso, a massa é forçada através de moldes para criar formas específicas, como cereais em flocos ou salgadinhos.
Após o processo de produção, os alimentos ultraprocessados são embalados em materiais que preservam a sua frescura e durabilidade, muitas vezes permitindo que sejam armazenados por longos períodos sem perder suas características.
O resultado são produtos convenientes, prontos para consumo imediato.
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Quais os impactos positivos dos alimentos ultraprocessados para a indústria?
Apesar de saber dos malefícios gerados pela maioria dos alimentos ultraprocessados, esses produtos também podem agregar impactos benéficos para o setor industrial e o mercado comercial, entre eles:
- Reaproveitamento de matéria-prima para produzir novos produtos;
- Mais tempo de conservação e redução de estragos;
- Mercadorias mais acessíveis para os clientes;
- Praticidade na hora do preparo;
- Variedade de opções e sabores.
Em última análise, a escolha de consumir ou não os alimentos ultraprocessados permanece nas mãos do consumidor, proporcionando liberdade de escolha diante da ampla gama de produtos disponíveis.
As empresas do setor, por sua vez, devem seguir veementemente a regulamentação voltada para os produtos alimentícios dessa categoria e continuar investindo em novas tecnologias que possibilitem a criação de ultraprocessados mais saudáveis, com bons ingredientes e bons processos.
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Como melhorar a transparência para/com os consumidores?
A falta de clareza nas informações sobre os alimentos ultraprocessados é um obstáculo para a escolha consciente e saudável, seja para quem consome ou para quem comercializa. Para superar esse desafio, basta adotar algumas estratégias. As mais indicadas são:
Eduque seu consumidor
A partir de campanhas de conscientização, informe seu cliente sobre a importância da leitura de rótulos e interpretação das informações nutricionais para a tomada de decisões alimentares mais equilibradas.
Seja transparente quanto à origem dos ingredientes
Ofereça informações sobre onde são fabricados os ingredientes dos seus produtos. Além disso, busque destacar práticas sustentáveis de produção, certificações de qualidade e outros padrões.
Apresente informações sobre processamento
Forneça informações sobre os processos de fabricação e métodos utilizados na produção dos seus alimentos. Assim, destaque os níveis de processamento e presença de aditivos alimentares.
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Como organizar a rotulagem dos alimentos ultraprocessados
Para organizar a rotulagem dos alimentos ultraprocessados, é importante seguir as diretrizes da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) Nº 429/2020.
Elaborada pela Anvisa, a resolução dispõe todas as recomendações essenciais para correta rotulação, incluindo:
- Informações obrigatórias: como lista de ingredientes, tabela nutricional, data de validade, informações sobre alergênicos e registro no Ministério da Saúde não podem faltar.
- Nutrientes críticos: açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio, que são frequentemente presentes em excesso em alimentos ultraprocessados, se ultrapassarem o limite determinado, devem ter na parte frontal do rótulo o selo de advertência em formato de lupa.
- Tabela nutricional: deve ser padronizada por todas as empresas para facilitar a leitura dos consumidores, devendo conter fundo branco e letras pretas.
Essas informações devem ser claras e visíveis, de modo a facilitar a compreensão das informações nutricionais. Evite termos confusos ou enganosos que possam induzir o consumidor ao erro.
Rotulagem nutricional frontal
Segundo a legislação, a rotulagem frontal é obrigatória em alimentos cujas quantidades de açúcares adicionados, gorduras saturadas ou sódio sejam iguais, ou superiores aos limites definidos.
A declaração deve ser feita em cor 100% preta, em fundo branco. A Anvisa recomenda que a informação fique posicionada na metade superior do painel principal, seguindo os modelos e requisitos de formatação definidos pela legislação.
Ao seguir essas diretrizes e adaptar a rotulagem dos alimentos ultraprocessados, empresas melhoram a relação com o público, auxiliando-os a fazer escolhas alimentares mais conscientes.
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Como manter a competitividade do negócio frente às demandas do consumidor moderno?
Estar atento às tendências do mercado e às mudanças nas preferências do público-alvo do seu negócio são dois segredos para o sucesso.
Invista em pesquisa de mercado e análise de dados, assim, será possível conhecer com informações precisas quais as necessidades dos consumidores.
Além disso, a transparência e a responsabilidade social têm se tornado cada vez mais pontos-chave para o consumidor moderno.
De acordo com pesquisa global da IBM, estas são duas das maiores exigências da nova geração de consumidores. Segundo o estudo, 7 a cada 10 pessoas estão dispostas a pagar “um valor adicional de 35% do custo inicial para compras sustentáveis, como produtos reciclados ou ecológicos”.
E, segundo Luq Niazi, diretor global da IBM Consumer Industries, "a transparência é prova de que uma organização e suas ofertas são o que a empresa afirma ser".
Sendo assim, é possível concluir que, em um mercado cada vez mais competitivo, negócios que valorizam as necessidades e o propósito dos seus consumidores tendem a permanecer competitivos.
Qual é o impacto dos alimentos ultraprocessados à sustentabilidade?
De certo modo, os alimentos ultraprocessados representam uma ameaça significativa à sustentabilidade do planeta. Sua produção e consumo desenfreados podem gerar impactos negativos em diversas áreas, desde a agricultura até o descarte final, com consequências irreversíveis para o meio ambiente.
Sua produção em larga escala demanda uma quantidade significativa de recursos naturais. Além disso, muitas vezes utiliza embalagens não biodegradáveis, o que contribui para a poluição ambiental.
Portanto, é crucial buscar alternativas mais sustentáveis e saudáveis para a produção e consumo de alimentos.
É importante reconhecer que uma abordagem colaborativa também é necessária para enfrentar os desafios apresentados pelos AUPs à sustentabilidade.
A partir do momento em que diversos setores são envolvidos, incluindo governos e indústria, é possível trabalhar em conjunto para criar um sistema alimentar mais equitativo e ambientalmente responsável.
O que fazer para evitar danos ao meio ambiente?
Tendo em vista que a produção de AUPs pode gerar impactos negativos, desde a agricultura até o descarte final, preservar o meio ambiente é um desafio que exige ações conscientes de todos os níveis sociais.
Algumas medidas relevantes são:
- Promover a conservação da biodiversidade, preservando ecossistemas naturais e protegendo áreas de conservação;
- Optar por fontes de energia renovável a partir do investimento em energia limpa, como a solar ou eólica;
- Promover práticas agrícolas que respeitem os limites ambientais;
- Investir em transporte sustentável na logística das mercadorias.
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