Alimentos embutidos são produtos feitos a partir de carnes misturadas com temperos e aditivos, como salsichas e salames. Suas vantagens incluem praticidade, sabor, longa durabilidade e, atualmente, indústrias inovam para atender a demanda por produtos mais saudáveis. Saiba mais a seguir.
Os alimentos embutidos fazem parte do cotidiano de muitas famílias brasileiras, encontrados em diversas formas, como salsichas, linguiças, mortadelas e salames. Esses produtos são elaborados a partir da mistura de carnes, temperos e conservantes, e passam por processos específicos de fabricação para garantir sabor, textura e durabilidade.
No Brasil, o mercado de embutidos é bastante consolidado, movimentando bilhões de reais anualmente. Com uma demanda crescente, especialmente em grandes centros urbanos, as indústrias têm investido em inovações para melhorar a qualidade e a segurança desses produtos, atendendo às exigências dos consumidores e das regulamentações vigentes.
Para entender melhor o que são alimentos embutidos, como são produzidos e quais as normas que regem sua comercialização no país, continue a leitura e confira todos os detalhes sobre esse segmento da indústria alimentícia.
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O que são alimentos embutidos?
Os alimentos embutidos são produtos alimentares feitos a partir de carnes moídas ou picadas, misturadas com temperos, aditivos e, em alguns casos, outros ingredientes, como gorduras ou proteínas não cárneas.
Após essa mistura, o produto é inserido em tripas naturais ou artificiais, criando o formato característico desses alimentos.
Essa técnica de embutir é antiga. Há séculos, a prática era usada principalmente como uma forma de preservar a carne por mais tempo.
No mercado atual, os embutidos vão além de uma simples solução para conservação. Eles são produtos desenvolvidos para oferecer praticidade e sabor, atendendo às necessidades de um consumidor moderno que busca conveniência na alimentação do dia a dia.
Embora o termo “embutido” seja comumente associado a produtos à base de carne, a categoria também pode incluir opções à base de plantas, que seguem o mesmo princípio de processamento.
A qualidade depende de vários fatores, como a escolha dos ingredientes, a formulação das receitas e as técnicas de produção utilizadas. Esses produtos passam por rigorosos controles de qualidade para garantir que sejam seguros para consumo e apresentem o sabor e a textura desejados pelos consumidores.
É importante destacar que, devido ao uso de aditivos e conservantes, os embutidos muitas vezes levantam questões sobre saúde e nutrição. No entanto, a indústria tem trabalhado constantemente para desenvolver produtos mais saudáveis, com menos sódio e gordura, e que ainda assim mantenham o sabor e a praticidade que os consumidores apreciam.
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Tipos de alimentos embutidos
Os embutidos englobam uma ampla variedade de produtos que diferem em sabor, textura, ingredientes e métodos de preparo. No Brasil, alguns dos mais populares incluem a linguiça, a salsicha, a mortadela e o salame, cada um com características únicas que os tornam adequados para diferentes tipos de consumo e ocasiões.
Linguiça
A linguiça é um dos embutidos mais versáteis, podendo ser encontrada em diversas versões, desde as frescas, que precisam ser cozidas antes do consumo, até as curadas ou defumadas, que possuem maior tempo de conservação e podem ser consumidas diretamente.
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Salsicha
Já a salsicha é amplamente utilizada em pratos rápidos e populares, como o cachorro-quente. Feita a partir de uma emulsão de carne, gordura e outros ingredientes, a salsicha é um exemplo de produto que prioriza a praticidade e o sabor, sendo um item presente em muitos lares brasileiros.
Mortadela
A mortadela é outro alimento que ocupa um lugar especial na gastronomia brasileira, especialmente em lanches e sanduíches. Produzida a partir de uma mistura de carnes suínas e bovinas, temperada e cozida, ela possui uma textura suave e sabor marcante, conquistando paladares há décadas.
Salame
O salame é um embutido curado e fermentado, conhecido por sua durabilidade e sabor intenso. Seu processo de fabricação inclui etapas de cura e, muitas vezes, defumação, o que lhe confere um caráter único e uma longevidade maior em comparação a outros embutidos.
Outros alimentos embutidos amplamente produzidos pela indústria:
- Paio: Um embutido português muito popular no Brasil, feito de carne suína e temperado com alho e pimenta, geralmente utilizado em feijoadas e outros pratos típicos.
- Chouriço: Embutido tradicionalmente feito com carne suína e sangue, e temperado com alho, pimenta e especiarias. É comum na culinária portuguesa e espanhola.
- Pepperoni: Um tipo de salame apimentado, originário dos Estados Unidos, muito utilizado como cobertura de pizzas.
- Lombo canadense: Também conhecido como “lombo defumado”, é feito a partir do lombo suíno, que é curado e defumado, ideal para sanduíches e pratos frios.
- Presunto: Um embutido feito a partir de pernil suíno, que pode ser cozido ou cru (como o presunto parma), amplamente utilizado em sanduíches e pratos frios.
- Pancetta: Um tipo de bacon italiano, curado e muitas vezes enrolado, usado em diversas receitas italianas, como o famoso spaghetti alla carbonara.
Processo de produção
A produção envolve uma série de etapas cuidadosamente planejadas para garantir que o produto final seja seguro, saboroso e de alta qualidade. Embora os detalhes possam variar dependendo do tipo de embutido, o processo básico segue um fluxo semelhante, começando pela seleção dos ingredientes até a embalagem final.
A primeira etapa é a seleção das carnes, que devem ser de boa qualidade e apropriadas para o tipo de embutido que será produzido. As carnes são então moídas ou picadas em pedaços menores, conforme necessário, e misturadas com outros ingredientes, como gorduras, temperos, sal, conservantes e aditivos.
Após a mistura, a massa de carne passa para a fase de embutimento, em que é inserida em tripas naturais ou artificiais. Esse processo pode ser feito manualmente ou com o auxílio de máquinas específicas. O tipo de tripa utilizada varia de acordo com o produto final desejado, influenciando tanto a textura quanto a durabilidade do embutido.
Com o embutido formado, ele pode seguir por diferentes processos, como cura, defumação ou cozimento, dependendo do tipo. A cura é uma etapa importante para produtos como salames, no qual o tempo de maturação ajuda a desenvolver sabores complexos e a textura característica. Já a defumação, comum em linguiças e salsichas, acrescenta um sabor único e ajuda na preservação do produto.
Após passar por todos esses processos, os embutidos são embalados e armazenados em condições controladas para garantir sua qualidade até o momento do consumo.
Regulamentação para embutidos no Brasil
No Brasil, a fabricação de alimentos embutidos é regulamentada pelo Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (RIISPOA), estabelecido pelo Decreto nº 9.013, de 29 de março de 2017. Esse decreto define os procedimentos obrigatórios para a inspeção e fiscalização dos produtos de origem animal, incluindo embutidos.
A regulamentação e supervisão é feita principalmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), mais especificamente pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) e pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF). As empresas devem seguir rigorosamente essas diretrizes, que abrangem desde a produção até a comercialização dos embutidos.
“O Ministério é responsável pelas fiscalizações oficiais em indústrias de produtos de origem animal e vegetal, fiscalizando empresas que solicitem o selo SIF (Serviço de Inspeção Federal), o que permite que os produtos circulem por todo o país e sejam exportados”, detalha Julia Coutinho, CEO da Regularium, empresa especializada em regulamentação para o setor alimentício. “No Brasil, a regulamentação de embutidos é abrangente e rigorosa, visando garantir padrões de qualidade e segurança dos alimentos”
Além disso, o RIISPOA estabelece que os produtos de origem animal devem ser submetidos a processos de controle sanitário e industrial, assegurando que os embutidos atendam aos padrões estabelecidos pela legislação brasileira. Isso inclui a verificação das condições de higiene, a correta manipulação dos ingredientes e a conformidade com os padrões de rotulagem e embalagem.
As empresas que produzem embutidos precisam estar registradas junto aos órgãos competentes e seguir as regulamentações específicas que variam conforme o âmbito de atuação, seja municipal, estadual ou federal. A conformidade com o RIISPOA é essencial para que os produtos possam ser comercializados legalmente e com segurança no mercado brasileiro.
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Desafios na indústria de embutidos
Um dos principais desafios para a indústria brasileira de embutidos é a necessidade constante de adaptação às rigorosas regulamentações sanitárias e de produção, como as estabelecidas pelo RIISPOA. As empresas precisam investir em tecnologia e processos de controle de qualidade para atender a essas exigências.
Outro desafio significativo é a crescente demanda por produtos mais saudáveis e naturais. Os consumidores estão cada vez mais conscientes sobre os ingredientes e a origem dos alimentos que consomem, o que pressiona a indústria a reduzir o uso de conservantes, corantes artificiais e sódio, sem comprometer o sabor e a durabilidade dos produtos.
Além disso, a competitividade do mercado exige que as empresas busquem inovações constantes, seja no desenvolvimento de novos produtos ou na melhoria dos processos de produção.
Alternativas vegetais aos embutidos cárneos
Para atender públicos variados, como vegetarianos, veganos e pessoas com alergias alimentares, a indústria também investe em produtos inovadores à base de plantas, como salsichas e linguiças veganas, que têm ganhado popularidade, oferecendo opções ricas em proteínas.
O mercado brasileiro de embutidos é robusto e diversificado, oferecendo uma vasta gama de produtos que atendem às diferentes preferências dos consumidores. No entanto, para garantir a segurança alimentar e a qualidade dos produtos, é fundamental que as empresas sigam rigorosamente a legislação vigente.
O cumprimento dessas normas não apenas assegura a conformidade legal, mas também fortalece a confiança do consumidor e promove a sustentabilidade e a competitividade no setor.
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