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Será que Inteligência Artificial é só um novo nome para Automação de Processos?

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O especialista em varejo e food service, Marcio Blak, levanta a questão sobre o uso da inteligência artificial na gestão do setor de alimentação fora do lar

Atualmente, os setores de Retail (varejo) e Food Service enfrentam desafios cada vez mais complexos, impulsionados pela dinâmica do mercado global, mudanças nas preferências dos consumidores e a necessidade de adaptação rápida às inovações tecnológicas.

É neste cenário desafiador que a inteligência artificial (IA) emerge como um catalisador transformador, oferecendo soluções inovadoras para questões prementes que essas indústrias enfrentam.

O varejo, em constante evolução, busca proporcionar experiências de compra mais personalizadas, eficiência operacional e estratégias de marketing mais eficazes. Ao mesmo tempo, os serviços de alimentação enfrentam desafios em otimizar a produção, melhorar a qualidade do serviço ao cliente e adaptar-se às expectativas crescentes por conveniência.

A automação de processos refere-se à utilização de tecnologia para realizar tarefas específicas de maneira programada, sem intervenção humana direta. Isso pode incluir a execução de tarefas rotineiras e repetitivas de maneira eficiente, mas não implica necessariamente em adaptabilidade ou capacidade de aprendizado. Por exemplo, o uso de KDS (telas usadas na cozinha para ordenar os pedidos) seria um exemplo de automação de processos.

Por outro lado, a inteligência artificial busca simular ou replicar aspectos da inteligência humana. Isso envolve a capacidade de aprender com dados, tomar decisões com base em padrões identificados, entender a linguagem natural e se adaptar a novas situações de maneira mais flexível.

Agora, seguindo o mesmo exemplo acima, o uso de IA seria, por exemplo, em determinado horário e cenário de pratos pedidos, juntar 3 ou 4 pratos que contém os mesmos ingredientes para serem feitos em ordem diferente do que foram pedidos para otimizar a produção, ou juntar 2 pedidos que iriam para locais próximos com o mesmo entregador.

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Soluções em inteligência artificial para varejo e food service

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Nesse cenário, podemos citar alguns desafios e breves soluções nos setores de Retail e Food:

Experiência do Cliente

Desafio: atender às crescentes expectativas dos consumidores por experiências de compra personalizadas e eficientes.

Solução: uso de assistentes virtuais e chatbots para interação personalizada, recomendações de produtos baseadas em dados comportamentais do cliente.

Supply Chain, Compras e Logística

Desafio: gerenciar a complexidade da cadeia de suprimentos e otimizar a gestão de estoques e de compras.

Solução: previsão de demanda mais precisa, roteirização inteligente e automação de processos logísticos.

Operações Internas

Desafio: lidar com tarefas operacionais repetitivas e complexas.

Solução: automação de processos, otimização de inventário e monitoramento em tempo real para melhorar a eficiência.

Marketing e Publicidade

Desafio: segmentar efetivamente o mercado e otimizar estratégias de publicidade.

Solução: análise preditiva, personalização de campanhas publicitárias e otimização dinâmica de preços.

Personalização no Food Service

Desafio: atender às preferências individuais dos clientes e otimizar a produção de alimentos.

Solução: recomendações personalizadas de cardápio, otimização da cadeia de produção e análise de dados para entender padrões de consumo.

Ao enfrentar esses desafios de frente, os setores de varejo e food service estão posicionando a inteligência artificial como uma ferramenta essencial para impulsionar a inovação, melhorar a eficiência e, acima de tudo, aprimorar a experiência do cliente.

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Como implementar a inteligência artificial no food service?

Nem todos os pequenos e médios estabelecimentos tem condição de analisar e implementar todos estes recursos de forma proprietária. Muitas barreiras podem ser enfrentadas tanto na implantação quanto no uso pelo público.

A implementação de inteligência artificial (IA) nos setores de varejo e food service enfrenta diversas barreiras, especialmente para pequenos e médios estabelecimentos.

Custo de implementação elevado

Um dos principais desafios é o custo significativo associado à adoção de soluções de IA, incluindo investimentos em hardware, software e treinamento de pessoal. Esses custos podem ser proibitivos para empresas de menor porte, limitando sua capacidade de aproveitar plenamente os benefícios da IA.

Falta de conhecimento técnico

Além disso, a falta de conhecimento e habilidades técnicas pode representar um obstáculo substancial. A implementação bem-sucedida de tecnologias de IA muitas vezes requer conhecimentos especializados que podem não estar disponíveis em pequenas empresas.

Resistência à mudança

A resistência à mudança por parte dos funcionários e gestores também é uma barreira significativa, já que a introdução de tecnologias disruptivas pode ser recebida com hesitação devido ao medo de perda de empregos, desconforto com novas ferramentas ou simples resistência à mudança.

Dificuldades na integração

A integração com sistemas existentes é outro desafio importante. A infraestrutura tecnológica existente pode não ser facilmente compatível com soluções de IA, exigindo investimentos adicionais e tempo para garantir uma transição suave.

Preocupações relacionadas à segurança e privacidade dos dados também se destacam, uma vez que a coleta e o processamento de dados para a implementação da IA levantam questões éticas e legais.

Preocupante, mas é possível superarmos estas barreiras?

Superar barreiras na implementação da inteligência artificial envolve estratégias adaptadas.

Para custos elevados, considerar abordagens escalonadas; para falta de conhecimento técnico, investir em treinamento e parcerias; para resistência à mudança, promover cultura inovadora e envolver a equipe; e para dificuldades na integração, avaliar a infraestrutura e colaborar com fornecedores para integração suave.

Ao considerar esses aspectos, as barreiras podem ser transformadas em oportunidades para o sucesso da IA nestes setores.

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O que esperar dos próximos anos?

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Nos próximos anos, a integração inteligente da IA deverá ser a pedra angular na construção de um futuro mais resiliente e adaptável para essas indústrias dinâmicas.

A inteligência artificial surge como um poderoso aliado nesse contexto, oferecendo uma variedade de soluções inovadoras, que têm o potencial de remodelar fundamentalmente a forma como esses setores operam.

No varejo, desde a interação com o cliente até a gestão da cadeia de suprimentos, a IA pode aprimorar processos, impulsionar a eficiência e fornecer insights valiosos.

Nos serviços de alimentação, desde a personalização do menu até a otimização da produção, a IA promete melhorar a experiência do cliente e a eficácia operacional.

Como conselheiro neste tema, sugerimos uma abordagem em etapas.

Como consultor na área de tecnologia, minha sugestão é olhar alguns pontos principais como:

  • priorize o alinhamento estratégico;
  • analise os custos e ROI;
  • avalie as capacidades internas, gestão de riscos e conformidade regulatória;
  • engaje sua turma;
  • promova uma cultura ética.

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Flexibilidade para inovação contínua

Mantenha a flexibilidade para inovação contínua, adaptando-se dinamicamente às mudanças no cenário tecnológico e de negócios. Certifique-se de que a implementação da inteligência artificial (IA) não venha causar mais "problemas do que soluções", e que não seja uma solução estática, mas sim uma evolução contínua que se alinha aos objetivos estratégicos de médio e longo prazo da empresa.

Isso implica em adotar uma mentalidade de aprendizado constante, onde a organização está aberta a explorar novas tecnologias, modelos de negócios e práticas inovadoras que possam agregar valor.

Esteja atento às tendências emergentes em IA, considerando como elas podem ser integradas para otimizar operações, melhorar a experiência do cliente e impulsionar a eficiência.

A flexibilidade para inovação contínua também se estende à capacidade de escalar as soluções de IA conforme a empresa cresce e os requisitos evoluem. Isso pode envolver a expansão das funcionalidades existentes, a integração de novos recursos ou a exploração de aplicativos inovadores que surgem no ecossistema de IA.

Ao manter essa abordagem flexível e alinhada aos objetivos estratégicos, a empresa pode colher benefícios sustentáveis da inteligência artificial, garantindo que a implementação não seja apenas uma solução pontual, mas um catalisador contínuo para o crescimento e a eficácia nos setores de varejo e food service.

Para fechar, deixo esta provocação a todos:

Em um mundo onde a inteligência artificial vem redefinindo os rumos dos setores de varejo e food service, e a flexibilidade para evoluir com a IA não é apenas uma escolha estratégica; é a chave para desbloquear o potencial inexplorado de nossos negócios. Fica a pergunta crucial: estamos prontos não apenas para adotar tecnologias, mas para abraçar uma cultura de inovação contínua?

*Marcio Blak, é consultor e entusiasta do segmento tech para varejo e food service, e CEO do sistema CotaCompras.com e gastrono.tech

 

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