“Não tem discurso verde com caixa no vermelho”, diz diretor da Seara

O setor agropecuário possui um papel que pode ser interpretado como dúbio para o público amplo. Apontado como um dos maiores responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, o setor também é visto como grande motor do desenvolvimento do Brasil e responsável por levar segurança alimentar para sua população e de tantos outros países no mundo. 

Nesse cenário, o Brasil se apresenta com grande potencial de ser referência na produção sustentável de alimentos, segundo José Antônio Ribas, diretor de ESG da Seara Alimentos. Para o executivo, o país já tem boas-práticas conhecidas no mundo todo que podem ajudar o planeta a desenvolver uma agropecuária eficiente e sustentável. 

Porém, ele ressalta que, não é possível manter uma agropecuária verde com o caixa no vermelho. Por isso, a implementação das práticas ESG deve ser elaborada já tendo em vista que precisa ser eficiente para que a empresa se mantenha competitiva. 

O executivo, que abre o Fórum ESG da Arena de Conteúdo TecnoCarne em 28 de junho, diz como a Seara, em específico, e o setor agropecuário brasileiro, no geral, tem atuado para liderar uma revolução sustentável na agropecuária sem abrir mão da competitividade no mercado internacional. 

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Confira a seguir trechos da fala de Ribas durante o Warm Up Fispal Tec e TecnoCarne, evento digital que antecede a realização dos maiores eventos do setor de alimentação no Brasil.  

Desafios da sustentabilidade no mercado de proteína animal

Se tem uma atividade em que o Brasil pode ser protagonista é na produção de alimentos sustentáveis. Mas, para tanto, temos que avançar em três pontos. O primeiro é o aculturamento de todo empreendedor e gestor do agronegócio, para que entendam que sustentabilidade não é o fim, mas a jornada para manter a relevância do nosso setor. 

Segundo - e tão importante quanto - é entender que sustentabilidade não é custo ou tarefa adicional, e que ela tem que gerar resultado. Não tem discurso verde com caixa no vermelho. Não é peça de marketing, sustentabilidade, depois que passou o aculturamento, tem que gerar resultado. 

E o terceiro desafio é de estabelecimento de prioridades, (definir) por onde começamos e quais os temas mais relevantes, as maiores dores e ofensores para a construção da jornada de maneira consistente para conseguir resultados.

Bem-estar animal 

O setor de agropecuária brasileira não está partindo do zero. Temos boas-práticas em toda a cadeia de produção de alimentos, mas nada é definitivo, há muitas oportunidades a serem buscadas. Acredito que a ciência vai trazer novas respostas e procedimentos para que a gente amplie o conhecimento sobre o bem-estar animal. 

A regulamentação atual é muito boa e permite um ponto de saída consistente. Temos práticas importantes dentro do sistema, mas nunca é uma obra pronta. Muita ciência e tecnologia estão sendo colocadas à disposição para que a gente busque patamares que hoje a gente nem imagina. 

Ações em progresso

Tem muita coisa acontecendo. O que o setor já assumiu como conduta é tirar as gaiolas de gestação da suinocultura, todas as agroindústrias já têm compromisso assumido. 

Também a extinção das gaiolas na produção de ovos, seja na postura comercial seja na de ovos comestíveis ou mesmo na produção de ovos férteis. A gente já opera com ovos férteis livres de gaiola, mas ainda temos uma evolução pela frente na postura comercial e nos ovos comestíveis. 

Na Seara, com relação a bem-estar animal, seremos a primeira empresa do Brasil a ter 100% das nossas gestações livres de gaiola na suinocultura. A gente já tem todo o sistema de produção de ovos livre de gaiolas, são compromissos assumidos publicamente. 

Tecnologias disponíveis

Vejo as maiores oportunidades no mundo do digital, com a possibilidade de fazer monitoramento com câmeras de vídeo. Um animal vai ter um desempenho muito melhor se estiver sob ótimas condições e isso está sendo aprimorado por novas tecnologias de monitoramento. 

Isso está em linha com a eficiência zootécnica, embora ainda tenhamos coisas a evoluir, principalmente no transporte e no pré-abate. Temos oportunidade de melhorar. Ainda não temos respostas para tudo isso, embora o brasil já tenha condições de fazer a produção de primeiríssima qualidade. 

Iniciativas para futuro 

Investindo muito no digital para estar em linha com as necessidades dos animais. Além disso, o que envolve sustentabilidade, investimentos em fontes de energia renováveis, como  a fotovoltaica. Temos quase 50% de todos os nossos produtores com energia fotovoltaica fazendo a alimentação do sistema de produção.  

Investimos também em biometano nas granjas de suíno. Investimentos na reservação e preservação da água, também trabalhando com o reuso da água na indústria e na criação, com todos os cuidados em termos sanitários porque cuidados nesse sentido é um patrimônio do Brasil. Por conta desse cuidado sanitário, estamos livres de doenças sérias.

Prepare-se para o futuro! Participe Arena de Conteúdo TecnoCarne - confira a programação completa. Faça seu credenciamento gratuito na TecnoCarne e Fispal Tecnologia, que acontecem simultaneamente, de 27 a 30 de junho, com a participação de mais de 450 marcas expositoras.

Serviço TecnoCarne

Data: 27 a 30 de junho de 2023

Horário da Arena de Conteúdo TecnoCarne: terça a sexta-feira, das 14h às 18h

Horário da feira: terça, quarta e quinta-feira das 13h às 20h, e sexta-feira das 13h às 18h 

Endereço: São Paulo Expo - Rodovia dos Imigrantes, KM 1,5 - São Paulo/SP

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