Especialistas afirma que o Sistema
Elétrico Brasileiro ainda tem muito o que avançar, porém algumas iniciativas já
começam a surgir, como a geração distribuída, modelo em que o próprio
consumidor pode produzir sua própria energia utilizando fontes como solar,
biogás, biomassa, eólica, hidrelétrica. Novos desenhos de mercado para fazer mais com menos recursos e de
maneira sustentável estão em desenvolvimento, inclusive para o mercado de frigoríficos,
abatedouros e açougues.
As
tendências que guiam o futuro do setor de energia mundial envolvem a produção e
o consumo de energia renovável, investimentos em digitalização de redes
elétricas de média e baixa tensão; automação e gerenciamento do consumo de
indústrias, comércios e residências; mobilidade elétrica; além de novas
tecnologias de armazenamento e geração de energia descentralizadas.
De acordo com o CEO da ECOEE, Vicente Bocuzzi, atualmente
é possível ao consumidor buscar serviços alternativos de energia, da mesma
maneira que é feito com plataformas opcionais de transporte. “Novos entrantes
já estão desenvolvendo soluções para oferecer nessa área de energia”, explica.
Estabelecimentos com bateria, gerador de gás e painel solar podem ficar energeticamente independente. Energia solar é gerada durante o dia, armazenada em uma bateria para usar de noite e, no caso da falta de energia, o gerador a gás entra para suprir a demanda, permitindo o consumidor ficar fora da rede da distribuidora. O avanço das renováveis no Brasil, que consolidou a fonte eólica e deve fazer com que a solar tenha o mesmo destino, confere para esta última o maior potencial de descentralização. “A tendência é a eólica centralizada e a solar distribuída, por causa das tecnologias e dos recursos energéticos”, disse Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica).
O
custo para instalar esses sistemas em imóveis de até 700 metros quadrados, por
exemplo, podem chegar R$ 60 mil, com a instalação de 66 módulos fotovoltaicos.
Entretanto, especialistas afirmam que o investimento é compensado a longo
prazo, pois os gastos mensais com energia elétrica podem ser reduzidos de R$
1.200,00 para R$ R$ 116,00.
Regulação
“A agência reguladora está entusiasmada
com as novas tecnologias, um exemplo disso é a Resolução Normativa 482/12.
Enfrentar o tema da geração distribuída é reconhecer que essa é uma tecnologia
inexorável para o país. Sabemos que: ou a
agência regula, ou ela será atropelada pela tecnologia”, disse o diretor da Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica), Efrain Pereira da Cruz.
E com cada vez mais geração distribuída impulsionando
a descentralização, micro e mini
geração podem permitir que a energia tenha um fluxo diferente, saindo do
tradicional usina-transmissão-distribuição A massificação das baterias também
pode acabar sendo uma aliada importante para o grito de independência do
consumidor da rede da distribuidora.