Saiba tudo sobre produtos, ideias, soluções e inovações que circularam pelos corredores da FiSA 2024 e como isso deve impulsionar a indústria de A&B pelos próximos anos
Segundo previsão de um relatório da Mordor Intelligence, o mercado de ingredientes alimentares do Brasil, cujo valor atual é estimado em 22,4 bilhões de dólares, vai crescer mais de um bilhão ao longo dos próximos quatro anos, podendo chegar a até 23,7 bilhões de dólares em 2028. A perspectiva de crescimento é parte de um movimento global de mudanças significativas na preferência dos consumidores em direção a escolhas mais saudáveis e naturais, impulsionado pela tomada de consciência da necessidade de um sistema alimentar mais sustentável.
Em resposta, os fabricantes estão adaptando seus produtos enquanto acompanham o surgimento de novos modelos de produção, cada vez mais avançados, inovadores e integrados aos avanços tecnológicos mundiais. Nesse ambiente, a Food ingredients South America (FiSA) se apresenta como principal espaço para circulação de ideias e avanço da discussão sobre a indústria de alimentos do futuro.
O evento se apresenta como oportunidade para empresas e profissionais atualizarem seus conhecimentos, apresentarem suas inovações e estabelecerem conexões estratégicas. O resultado disso é que mesmo indústrias do exterior, de mercados que são referência em pesquisa e desenvolvimento, têm buscado a FiSA como local para novos negócios e relacionamento.
O Food Connection, canal de conteúdo oficial da FiSA, preparou um e-book com os principais destaques do evento. Confira a seguir os principais pontos abordados.
Natural Ingredients: orgânicos, naturais e veganos
Nos últimos anos, a demanda por produtos orgânicos, naturais e veganos tem crescido exponencialmente, impulsionada por consumidores cada vez mais conscientes sobre a origem e os impactos dos alimentos e bebidas que consomem. Essa tendência reflete uma busca por estilos de vida mais saudáveis e sustentáveis, onde a procedência dos ingredientes e os métodos de produção têm um papel central.
Juntos, ingredientes orgânicos, naturais e veganos moldam um novo paradigma na indústria de alimentos e bebidas, onde saúde, sustentabilidade e ética se entrelaçam. Por conta da profundidade do tema, o assunto foi amplamente abordado durante o Summit Future of Nutrition, congresso científico da Fi South America, que promoveu um debate sobre nutrição sustentável durante os três dias de FiSA.
Um dos painéis de discussão trouxe à tona questões importantes sobre a produção e o consumo de alimentos orgânicos no Brasil e os hábitos alimentares dos brasileiros. Segundo a Associação de Promoção dos Orgânicos (Organis), o consumo de orgânicos no Brasil aumentou de 10% a 15% em 2023. Esse crescimento é atribuído a maior oferta e ao aumento da conscientização dos consumidores sobre saúde e origem dos alimentos.
“Existe uma propaganda falsa de que os produtos orgânicos são caros. Trabalho com orgânicos há 30 anos e a conversa é sempre a mesma. Então, a dificuldade verdadeira, é trabalhar com safra e entressafra, respeitando a natureza, além da falta de incentivo fiscal, como tem a agroindústria, e o baixo apelo comercial. Portanto, a falta de divulgação de que o produto orgânico é acessível sim, faz com que a grande parte da população ainda crie resistência na hora de comprar produtos orgânicos” – Selma Cristina, proprietária da Vivo Orgânico e da Selma Orgânicos.
Relacionado: Nutrição Sustentável: os benefícios dos alimentos orgânicos e os desafios da produção
Food Ingredients: Tendências e Novas Tecnologias
A FiSA apresentou tendências emergentes em ingredientes e as novas tecnologias que não apenas atendem às demandas por produtos mais saudáveis e funcionais, mas também possibilitam criações mais sustentáveis e diversificadas. Neste segundo capítulo, exploraremos como essas tendências e tecnologias estão redefinindo o desenvolvimento de alimentos e bebidas, oferecendo soluções que combinam sabor, nutrição e sustentabilidade.
Os avanços tecnológicos em ingredientes têm permitido mudanças significativas, como o desenvolvimento de alimentos plant-based, a utilização de proteínas alternativas e o aprimoramento de texturas e sabores sem comprometer a qualidade nutricional. Ao mesmo tempo, tendências como a redução de açúcar, a busca por ingredientes clean label e o uso de biotecnologia estão abrindo novas possibilidades para a formulação de produtos que atendam às expectativas dos consumidores modernos.
Nesse sentido, Didier Toubla, CEO e co-founder da Aleph Farms, empresa de agricultura celular ativa no setor de tecnologia de alimentos, explicou que sua empresa é uma das pioneiras no mundo no cultivo de carne, ou seja, produzir um produto vegetal análogo à carne. Para fazer isso, utiliza células de origem animal, o que torna o alimento híbrido e permite que as soluções saiam do laboratório e sejam levadas ao mercado, ainda que a democratização seja lenta.
“A capacidade de desenvolvimento deste tipo de produto ainda é um investimento caro e de alto risco, dificultando seu escalonamento para outros mercados, como o Brasil. É preciso encontrar uma estratégia sinérgica entre as commodities, a produção do alimento e a inovação para justificar os preços elevados no começo e ter certeza da qualidade do produto e aceite dos consumidores” – Didier Toubla, CEO e co-founder da Aleph Farms
Neste capítulo abordamos ainda a regulação de novos ingredientes e as mudanças regulatórias. A FiSA contou com a participação de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que trouxeram novidades e esclarecimentos ao congresso científico.
Já a percepção da indústria sobre a legislação foi debatida durante o Spot Regulatório, atração da FiSA que discutiu a regulação do setor de ingredientes, alimentos e bebidas e envolveu a participação de mais de uma dezena de especialistas, divididos em painéis e mesas redondas.
Health Ingredients: Funcionais e Nutracêuticos
Neste capítulo, conheça diversas soluções apresentadas durante a FISA sobre os potenciais da chamada food as medicine, tendência global que inclui alimentos e suplementos em um projeto ambicioso da sociedade e da indústria, de estender a expectativa e a qualidade de vida das pessoas por meio da melhora no aporte de nutrientes de forma sustentável e democrática.
Cynthia Antonaccio, CEO e co-founder da Equilibrium e do BHB Food, destacou as novas bebidas e snacks, produtos mais acessíveis e de consumo rápido que, nos últimos tempos, estão oferecendo esse valor agregado para os consumidores para substituição dos shakes de whey protein ou de colágeno em pó, por exemplo, que não são tão práticos para quem tem a vida agitada e vive fora de casa.
Ana Alicia Martinez, gerente regional da Innova Markets, participou do Summit e trouxe insights sobre as tendências emergentes em alimentos funcionais na América Latina. Com 45% dos consumidores latino-americanos buscando melhorar sua nutrição, a demanda por ingredientes naturais e funcionais, como ômegas, fibras, colágeno e adaptógenos, está em alta. Na FiSA, foi possível ver os ingredientes ganhando novas aplicações.
Há também novidades que vão de extratos naturais à base de frutas nacionais até produtos desenvolvidos em laboratórios que têm mostrado potencial de melhora para qualidade de vida e performance.
“A gente viu a explosão da cúrcuma. Hoje a gente vê também com a Aplinova a implementação de carotenoides advindo de produtos naturais. Isso mostra a naturalidade entrando não só nos alimentos, mas também em suplementos. Além disso, tem a Endena, trazendo extrato de uva e ingredientes para alimentos funcionais oriundos do azeite de oliva” -Cynthia Antonaccio, CEO e co-founder da Equilibrium e do BHB Food
Da sustentabilidade local às novas fronteiras em alimentos: Top 10 temas da FiSA para os Pequenos Negócios
Confira ainda um capítulo exclusivo do Sebrae, que esteve presente na FiSA com especialistas em Alimentos e Bebidas, capturando os 10 principais insights que podem ajudar os pequenos negócios a se posicionarem de forma competitiva no mercado.
“Nosso olhar é sobre as quase 350 mil indústrias de alimentos e bebidas, das quais 95% são pequenos negócios (MEI, ME e EPP). Ser dono de pequeno negócio significa lutar para sobreviver, e quanto menor, mais difícil: a taxa de sobrevivência de MEI é de apenas 57,7% em cinco anos”, escreve a entidade. “Queremos mudar esse cenário e apoiar cada um dos empreendedores em seus desafios. Mas, por aqui, vamos falar é de oportunidade: formas de fazer diferente e de fazer a diferença, para que as dificuldades sejam superadas ao mesmo tempo em que se busca o sucesso”.
Faça agora o download gratuito do recurso abaixo e conheça o que a indústria de alimentos tem de mais inovador à disposição em ingredientes para explorar todo o potencial do setor.