O segundo dia da Arena TecnoCarne foi voltado para o ESG nos frigoríficos. No palco do congresso, representantes das gigantes Minerva Foods e JBS falaram sobre as ações de sustentabilidade das empresas em eficiência e descarbonização. 

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O que foi discutido nas palestras?

Na palestra “Futuro Sustentável – Estratégias inovadoras para minimizar desperdícios e maximizar eficiência na cadeia produtiva”, o Gerente Executivo Meio Ambiente Latam da Minerva Foods, José Barros, discorreu sobre o tema.

Líder em exportação de carne bovina na América do Sul, a companhia Minerva Foods tem um compromisso de sustentabilidade assinado com a ONU para que, até 2035, atinja a meta zero de emissões líquidas. 

De acordo com as conformidades em relação ambiental, trabalhista e regularidade fiduciária. A subsidiária My Carbon trata da comercialização de créditos de carbono, transformando cadeias produtivas. 

O executivo apresentou três cases da Minerva Foods, sendo o primeiro deles referente à fertirrigação, na unidade Palmeiras de Goiás, onde tem aplicação de 7.500m3 de efluente tratados sobre uma área de 56 hectares de pastagens rotacionadas.

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O segundo case refere-se ao Centro de Monitoramento Ambiental (CMA), onde é possível proporcionar o volume de captação de água de acordo com as vazões de consumo do frigorífico, acompanhar os parâmetros da água bruta e tratada, regular o consumo de químicos e acompanhar o volume dos reservatórios. 

O último case apresentado é sobre reuso de água. “Esse reuso de água dentro da fábrica e polêmico na indústria de alimentos, já que essa água não será colocada em contato com o produto, sendo utilizada em áreas não nobres, como a área externa, caldeiras e currais, por exemplo”, explica o executivo, citando a Portaria GM – MS número 888 de 04 de maio de 2021. 

Segundo ele, em 2022 foram 2.212 m³/dia saltando para 2.735 m³/dia em 2023 – um aumento de 23,6%. “Muito significativo, e um grande salto para a indústria de alimentos”, diz José Barros.

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Biogás e biometano: estratégias para descarbonização

No palco da Arena TecnoCarne, o case com o tema “Conheça soluções inovadoras para reduzir emissão de carbono na cadeia da carne, como a utilização de biogás e biometano”, contou com a presença de Camila Almeida, Specialist in Sustainnability and Climate Change da JBS, e de Marcelo Luis Dresch, Executive Environmental Manager da Friboi – JBS.

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Camila contou que as ações de descarbonização da empresa fazem parte de uma estratégia global de sustentabilidade, que abrange Brasil, Estados Unidos e Austrália, locais onde a empresa possui plantas. “Os pilares são: a vida animal, ração e pastagem, o fornecimento de embalagem e energia”, diz.

Já Marcelo Luis Dresch falou sobre biodigestores para a transformar o metano emitido nas operações de biogás, uma energia renovável e limpa, com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. “A JBS investe R$ 54 milhões em biodigestores para produzir energia renovável no Brasil”, explica o executivo da Friboi – JBS. 

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No entanto, segundo ele, existem desafios, como as questões estruturais, que contam com pouca rede de distribuição próxima aos pontos onde o biogás é gerado; o número de pontos de alta vazão para o abastecimento de caminhões a gás, que ainda é baixo no país; e ainda a questão financeira, já que o custo de um caminhão a diesel e 40% menor do que o do caminhão a gás.

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