Geralmente, unidades frigorificas possuem reduzidas margens de lucro, aliadas ao elevado grau de endividamento das mesmas. Tal fato por si só já leva à necessidade permanente de aperfeiçoamento da estrutura de produção, além de busca por maior produtividade, maior eficiência nas negociações de compra e venda e maior atenção para as questões de logística da empresa.

A professora lembra que toda a estratégia competitiva da indústria passa a ser orientada para o controle de custos, que tem tudo a ver com gestão financeira.

Além do mais, a crise não afetou apenas um elo da cadeia da carne e sim toda a cadeia. Neste sentido, a professora da UNIMAR (Universidade de Marília), (SP), Elma Pereira dos Santos Polegato, comenta: “Para a retomada do crescimento é fundamental que haja comprometimento, planejamento e coordenação de todos os elos da cadeia buscando uma gestão sólida, estável e capaz de garantir a matéria prima no final do ciclo”.

Elma diz ser muito importante que a empresa tenha uma visão mais ampla de sua cadeia produtiva, “os custos começam na abordagem integrada da cadeia de suprimentos, sendo que esta envolve reuniões periódicas com todos seus departamentos e foco voltado para a logística de entrada, sem deixar esta preocupação apenas para o almoxarifado e para o setor de compras”.

A má gestão financeira pode iniciar a ruína do negócio

Em qualquer empreendimento, maus gestores quase sempre apresentam desempenho abaixo das expectativas. Em abatedouros, a ocorrência é exatamente a mesma, assim, uma gestão conduzida incorretamente iniciará um processo que pode arruinar o negócio.

Elma indica que a não adoção de uma gestão financeira racional pode culminar na falta de recursos necessários para a continuidade das atividades.

Vale ressaltar que basicamente são três os motivos que mostram que a gestão financeira do abatedouro está sendo malconduzida:

  • Falta de visão: Não conhecer o mercado, principalmente de carnes – onde a questão do mercado futuro é fundamental – culminando em sérios problemas futuros que impedem o crescimento do abatedouro;
  • Má compreensão de finanças: fundamental para o mercado de carnes, que costuma variar bastante quanto ao preço;
  • Problemas na comunicação: Gerentes ineficientes costumam não conseguir se relacionar com parceiros comerciais, não mantendo relacionamentos de longo prazo com clientes e fornecedores, danificando todo o negócio.

Portanto, para a professora, ações ligadas ao planejamento, organização, monitoramento e conhecimento do mercado são essenciais para gerenciar um abatedouro.

Essas características fazem parte do crescimento ideal da empresa, para que ela possa gerar lucros e dividendos. Em se tratando de abatedouros, o retorno financeiro torna-se mais demorado (muitos anos) considerando os altos investimentos realizados para início das atividades”, explica.