O frango é a proteína animal com maior perspectiva de crescimento para os próximos 10 anos, de acordo com estudo do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Qualidade da carne, segurança e rentabilidade da operação estão diretamente associados a boas práticas de bem-estar animal. A incidência de carne pálida por causa de problemas nesses itens é preocupante no Brasil e chega a 22%, principalmente em filés de peito, de acordo com a pesquisa. O pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Elsio Figueiredo, indica como referência o material Abate Humanitário de Aves (Steps), da WSPA (Sociedade Mundial de Proteção Animal) com apoio do Mapa e de outras instituições. Esse material complementa a regulamentação do RIISPOA (Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos).
Acompanhe, a seguir, 5 ações para fazer o abate humanitário de aves.
1 – Conheça o comportamento das aves. Isso facilita o manejo, pois as aves percebem o ambiente e reagem de acordo com comportamento inato e aprendido. Como possuem uma área cega atrás de seus corpos, isso facilita a apanha por detrás.
2 – Nunca apanhe as aves pela cabeça, pescoço ou uma única asa ou perna. A apanha deve ser feita pelo dorso, individualmente. Caixas com animais vivos nunca devem ser arremessadas, balançadas ou invertidas, devem estar em bom estado e fechadas antes do empilhamento, para não causar lesões e sofrimento aos animais. Devem ser empilhadas com espaço para ventilação. Somente pessoas treinadas devem fazer a apanha, o carregamento e o descarregamento das caixas.
3 – Ofereça conforto térmico. Aves no frigorífico podem sofrer estresse por calor ou frio. A equipe na área de espera deve identificar os sinais e proporcionar um ambiente para recuperação. Temperatura e umidade devem estar em uma zona de termoneutralidade. Ventilação, exaustão, nebulização e sombra devem ser manejados para evitar a morte das aves por hipo ou hipertermia.
4 – Somente operadores capacitados devem fazer a pendura, sem movimentos bruscos que gerem dores e lesões. As aves nunca devem ser penduradas por uma única perna. Devem ficar entre 12 e 60 segundos na linha de pendura até a insensibilização. A iluminação deve ser reduzida para acalmar as aves. A cabeça da ave deve ser imersa na cuba antes da asa para evitar o pré-choque.
5 – Monitore a corrente elétrica, pois ela insensibiliza a ave. Depois, corrente, frequência e voltagem devem ser ajustadas para provocar a morte por parada cardíaca. A sangria deve ser feita o mais rápido possível, pois não se pode garantir que todas as aves estejam mortas na cuba. Deve haver sempre funcionário capacitado para realizar abate emergencial, que possui diferentes técnicas.