A indústria de laticínios está cada vez mais voltando os olhares para otimizar a produção e cumprir com as exigências do consumidor. Este fato, somado à chegada da Indústria 4.0, faz com que as fábricas invistam na adoção de novas tecnologias. Afinal, a eficiência da indústria está diretamente ligada a maquinários mais modernos e à cultura de tomar decisões com base em dados.

Com isso, uma verdadeira revolução está acontecendo na indústria de laticínios. Mesmo porque, as empresas que não se adaptarem vão perder competitividade. E, no longo prazo, isso representa uma grande probabilidade de se ver obrigado a fechar as portas.

Continue com a leitura deste artigo e entenda um pouco melhor o novo cenário que já se forma na indústria de laticínios.

Transformação da indústria de laticínios baseada em tecnologia

Ter acesso a uma abundância de matéria-prima não é vantagem alguma se não houver lucratividade e qualidade no produto final. Afinal, o consumidor tem cada vez mais informações a sua disposição. Com isso, os níveis de exigência estão maiores.

Para conquistar um patamar alto de produtividade e crescimento na indústria de laticínios, no entanto, é preciso investir em tecnologia. Com a Indústria 4.0, as empresas de diversos setores começaram a se modernizar para que conseguissem otimizar o chão de fábrica e, consequentemente, atender a esse novo perfil de consumidor.

Além disso, o controle de qualidade é um ponto determinante, especialmente quando falamos da indústria de laticínios e alimentação em geral. Para tanto, o uso da tecnologia é vital, uma vez que permite acompanhar todas as etapas da cadeia de produção com precisão. E, assim, garantir produtos seguros e de alta qualidade ao consumidor.

Como fazer a aposta certa

Neste cenário de tantas mudanças tecnológicas, é importante saber priorizar e investir nas frentes certas. Mesmo porque, adotar todas as novidades do mercado não é garantia de sucesso. Ao mesmo tempo, essas mudanças exigem investimentos altos e, portanto, precisam ser certeiras.

“Orientamos sempre as empresas a olhar além do sistema estrutural do equipamento (que seja compatível com suas instalações). A aplicabilidade futura/estimada de uso e capacidade produtiva aumentada (em projeção de aumentos de produção mensal, anual) precisam ser analisadas pré-aquisição para que as demandas de produção, tanto presentes quanto futuras, sejam supridas”, recomenda Alcides Sperotto, especialista de Negócios do Instituto Senai de Tecnologia de Alimentos.

Para a indústria de laticínios, o especialista recomenda ainda levar as medidas higiênico/sanitárias em consideração. “Como diversos equipamentos necessitam de limpeza, externa ou interna (CIP) e muitos deles, seja após uso e lavagem ou antes de sua utilização, passam por processos de inspeção (swab pré-operacional ou pós limpeza) liberando-o para a atividade, os equipamentos com design higiênico adequado e planejado facilitará tais processos na indústria”.

De olho nas Normas Regulamentadoras

Outro ponto importante para realizar este tipo de investimento de forma eficaz, é atentar-se às Normas Regulamentadoras do setor.

Além das Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho (NR 10, NR12 etc), olhando para a cadeia do leite, tanto em vias do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), quanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), encontramos em Resoluções de Diretoria Colegiada e Instruções Normativas. Elas orientam quanto a design, manutenções preventivas, procedimentos de uso, limpeza, material no qual o equipamento foi construído/montado. Exemplo: IN 04/2007, IN 05/2017, IN 18/2017, RDC 275/2002 entre outras.

“Todo equipamento e utensílio utilizado nos locais de processamento, que entre em contato direto ou indireto com o alimento, deve ser confeccionado em material atóxico, que não lhe transmita odores e sabores, resistente à corrosão e capaz de suportar repetidas operações de limpeza e desinfecção. As superfícies devem ser lisas, sem frestas e outras imperfeições que possam servir de fonte de contaminação e comprometer a higiene” (Fonte: Instrução Normativa 04/2007)

Automatização de processos simples a complexos

Por fim, é importante ressaltar que o avanço tecnológico na indústria de laticínios possibilitou alternativas de operação em diversos processos. E isso vale tanto para os mais complexos quanto para os mais simples.

“Desde a elaboração de uma muçarela, doce de leite, requeijão cremoso, que antes tinham processos extremamente manuais, hoje estão amplamente automatizados para obter produções contínuas e mais eficientes, aumentando o rendimento na conversão de nutrientes e produtividade”.

Sperotto vai além da etapa produtiva e ainda cita como exemplo as paletizações robotizadas, que permitem menor desgaste físico e humano. Com isso, a tecnologia colabora também para uma segurança maior para os colaboradores, além de tornar todo o processo mais ágil e eficaz.

De forma geral, as transformações na indústria de laticínios são muitas e trazem consigo o potencial de melhorar toda a cadeia e ainda aumentar a aproximação com o consumidor final. Por isso, é fundamental estar atento as movimentações do mercado e, assim, conseguir aplicar aquilo com maior expectativa de retorno.