Não importa o tamanho da sua indústria, é bem provável que ela perca energia elétrica em alguma etapa produtiva, porém, diferentemente de um vazamento de água, você não o vê ou não dá tanta importância para solucioná-lo, afinal, não afeta o dia a dia. Esse, entretanto, é um erro primário quando encaramos cada quilowatt economizado como recurso financeiro. Por isso, sua indústria de alimentos e bebidas precisa adotar um plano de eficiência energética que tenha como uma de suas estratégias a participação dos funcionários para enxugar o gasto e economizar energia elétrica.

Uma alternativa de sucesso é a área responsável pela gestão de pessoal adotar um processo que contemple sensibilização para despertar o assunto, conscientização para mobilizar, ação para mudar e aperfeiçoamento para manter as medidas de eficiência energética. Outra possibilidade é abrir a conta de luz para o time de trabalho e mostrar a diferença de consumo. “O empresário pode informar que não tem receita extra para pagar o aumento e, por isso, vai precisar de ajudar para não afetar a estrutura. Isso sensibiliza, afinal ninguém quer perder”, argumenta Gerson Tiepolo, professor do curso de Engenharia Elétrica da UFTPR (Universidade Federal Tecnológica do Paraná).

Por meio de cartilha ou seminário a indicação é disseminar a mensagem de compreensão sobre a necessidade da redução de consumo  e a importância de economizar energia elétrica

A avaliação desse processo pode estar em metas de otimização e monitoramento pelo gestor. Premiar o setor que mais reduzir custo dentro de um período é uma saída para alcançar novos números, sugere o professor. Repensar o processo de trabalho para mostrar que é possível fazer mais por menos vai além de apagar todas as luzes do escritório ao final do expediente, é preciso também salientar a importância de seguir os padrões de funcionamento das máquinas e de não reprogramar as atividades de um setor à revelia. Por meio de cartilha ou seminário, a indicação é disseminar a mensagem de compreensão sobre a necessidade da redução de consumo de energia elétrica e seus benefícios e implementação de ferramentas para solução de problemas para todos sejam parceiros.

Números que impressionam

A indústria absorve 32,9% da energia consumida no Brasil, segundo o Balanço Energético Nacional 2015, ano base 2014, desenvolvido pela EPE (Empresa De Pesquisa Energética) do Ministério de Minas e Energia. No setor, a maior parte da demanda é puxada pela eletricidade (20,2%), seguida pelo bagaço de cana (18,5%) e pelo carvão mineral (13,5%).

Dados, percentuais e consumo: como todos esses números afetam seus negócios? A resposta é dada todo mês na conta de energia com tarifas cada vez mais altas que inflam a formação de preço, tiram dinheiro de investimentos em inovação e reduzem ganhos de produtividade. Para se ter uma ideia desse peso, em um ranking de 28 países com a energia mais cara para o setor industrial, compilado em 2015 pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio), nosso País está em primeiro lugar. O preço médio chegou a R$ 534,28/ MWh (megawatt-hora), contra R$ 504,1 da Índia e R$ 493,6 da Itália.