De acordo com dados da CNI, o setor industrial é responsável por 41% do consumo de energia no Brasil. Por isso, melhorar a eficiência energética nas indústrias é vital para garantir a sobrevivência e a competitividade. Afinal, um planejamento do tipo permite utilizar o recurso de forma consciente e produtiva.

Em meio a este cenário, a aquisição de energia para a indústria tem se tornado um tema amplamente discutido. Inclusive, muitas empresas focam ativamente em encontrar alternativas e otimizar os recursos.

A modernização das fábricas e a correta aquisição de energia para a indústria tem muito a caminhar. Estima-se, por exemplo, que cerca de 20% dos motores das unidades fabris do Brasil possuem mais de 25 anos. Dessa forma, eles são um dos grandes vilões do consumo desenfreado de energia.

O grande desafio, então, está em encontrar alternativas com retorno rápido e que associem um bom custo a uma grande economia de energia. Além disso, a gestão energética pode trazer melhoras de produtividade e diminuição de manutenção.

 

Gestão de energia elétrica na indústria de alimentos e bebidas

 

Muitas empresas de alimentos e bebidas sofrem com o alto custo energético. Por isso, não é de hoje que iniciativas para melhorar esse âmbito estão sendo adotadas.

“Identificamos que várias empresas do setor têm buscado apoio de especialistas em gestão de energia, sem conflito de interesse na comercialização da mesma. Destaca-se um esforço para permitir uma convergência da gestão do consumo de fontes de energia (eletricidade, gás natural, vapor etc), da gestão do preço negociado dos mesmos e do impacto desses insumos sobre a sustentabilidade da empresa (pegada de carbono). Essa convergência está trazendo um maior alinhamento entre as distintas áreas engajadas dentro da corporação (finanças, compras, supply chain, sustentabilidade)”, explica Mathieu Piccin, diretor da Latam ESS da Schneider Electric.

 

Tipos de energia disponíveis

 

É importante dizer que as fontes de energia disponíveis para a indústria de alimentos e bebidas são diversas.

 

Gás natural

 

O gás natural é um recurso não renovável e mais limpo do que o petróleo ou o carvão mineral, por exemplo. Ele se apresenta de forma associada (GA) ou não-associada (GNA), sendo o primeiro misturado ao petróleo no reservatório sob o aspecto de uma capa de gás, e o segundo mantido livre de óleo e de água nos reservatórios.

 

Energia hidráulica

 

A energia hidráulica é uma fonte renovável, pois produz energia por do volume de água, obtido com o represamento de rios. A eletricidade produzida nas hidrelétricas já é consumida por metade dos motores da indústria nacional.

 

Carvão vegetal

 

O Brasil é o país que mais produz essa fonte de energia, sendo que 85% dela é consumida pela indústria.

 

Biomassa

 

Relativamente nova, a biomassa é uma fonte de energia formada de resíduos orgânicos por meio de sua combustão direta ou transformações químicas/ biológica. Estes podem ser de origem vegetal ou animal, que resultam em energia após a combustão.

A biomassa tem se mostrado como uma forte alternativa de fonte de energia não renovável para o futuro da indústria. É possível aproveitá-la de diversas formas, que vão desde a combustão direta até a obtenção de biogás e biocombustíveis.

 

Biocombustíveis

 

Os biocombustíveis englobam os álcoois e os ésteres metílicos (biodiesel). Esta energia é obtida pela transformação de certos óleos vegetais, como o de girassol ou de milho, que resulta em um biodiesel, que pode ser misturado com o gasóleo.

Recuperar óleos usados em frituras por restaurantes mediante a coleta seletiva também pode ser uma fonte de matéria-prima dos biocombustíveis. A grande vantagem desse método é que ele ainda contribui diretamente para reduzir a poluição ambiental. 

Atualmente, o custo final do litro do biodiesel ainda é elevado – isso porque o custo de coleta a transporte da matéria-prima ainda é bastante alto.