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Cabe à indústria capacitar os agricultores parceiros nas práticas ESG?

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Para ter um produto sustentável, não basta olhar apenas para dentro da fábrica, é preciso escolher ingredientes de origem confiável e, algumas vezes, até mesmo auditar, capacitar e certificar bons fornecedores.

Sustentabilidade é um assunto que se conjuga no coletivo, portanto qualquer empresa que quer pensar seriamente no tema precisa olhar atentamente para a sua volta para verificar se todas as partes da cadeia de produção estão tendo o mesmo comprometimento. Cada empresa tem seus parâmetros de ESG, mas quando decidem se tornarem parceiras estratégicas precisam chegar a um consenso sobre os padrões que terão em comum.

Essa parceria pode se estabelecer entre fornecedores e compradores ou entre matrizes e subsidiárias, como é o caso de Unilever e Mãe Terra. Essas companhias vêm provando que a mistura entre uma empresa focada em alimentos naturais e orgânicos e uma multinacional pode render bons frutos para todos os envolvidos: companhias, fornecedores e consumidores.

Esse sucesso pode ser explicado pelo fato de a Unilever já trabalhar e ser referência em sustentabilidade muito antes de comprar a Mãe Terra. Em 2017, por exemplo, quando a multinacional comprou a companhia brasileira, a Unilever ocupou o primeiro lugar em seu setor no Índice Dow Jones de Sustentabilidade.

E a Mãe Terra, que nasceu sustentável, também já tinha um reconhecimento dos seus processos e resultados internos com a certificação Empresa B. Thais Hagge, vice-presidente de marketing da categoria alimentos da Unilever, explicou ao Food Connection que isso facilitou a transição para os padrões de ESG da Unilever.

"A grande mudança, sem dúvida, foi em relação aos novos padrões definidos de fornecimento de ingredientes para a Mãe Terra, que passaram a ser muito mais exigentes, com adequações relativas à qualidade, responsabilidade social e ao processo estruturado e sistemático (USQS), com validação por auditoria externa do Responsible Sourcing", afirmou a vice-presidente.

Para continuar fazendo negócios com a Mãe Terra, os fornecedores precisaram se adaptar aos padrões e certificações de qualidade e responsabilidade social exigidas pela Unilever. "As principais são FSSC 2000 para Qualidade e SMETA para Responsabilidade Social. São exigências que visam preservar e garantir os padrões de ESG, além de oferecer aos nossos consumidores um produto que tenha uma cadeia com origem segura e confiável", complementou Thais Hagge.

Suporte para os agricultores

No entanto, os agricultores tiveram o suporte e apoio durante todo o processo de adaptação. Os fornecedores foram homologados na Unilever e auditados para entender quais procedimentos precisavam ser revistos. Após esse mapeamento, Mãe Terra e Unilever ofereceram informação e capacitação técnica para que os fornecedores alcançassem os padrões desejados.

"Privilegiar os pequenos produtores está na estrutura de tomada de decisão da marca, está nos nossos 7 princípios e não seria diferente no momento da adaptação. Além de trazer luz a temas importantes para que possamos buscar melhores práticas sustentáveis e sociais, é necessário que as grandes empresas as tornem possíveis", contou a executiva.

Mesmo situações mais complexas de adaptação às certificações e aos novos procedimentos, a Mãe Terra e a Unilever continuaram ao lado dos produtores custeando auditorias. Em casos estratégicos, as empresas fizeram o adiantamento do pagamento de compras de matérias para auxiliar no fluxo financeiro do fornecedor.

Todo esse processo permitiu que a Mãe Terra mantivesse suas raízes trabalhando com agricultores que já faziam parte de sua história. E ainda ter a garantia de que todos os envolvidos em sua cadeia de produção seguiam os mesmos padrões de qualidade e valores de responsabilidade social.

Ganho em eficiência e novos horizontes

Já os fornecedores tiveram a oportunidade e incentivo para mapear seu próprio processo, o que traz ganhos de eficiência e ainda possibilita trabalhar com outras multinacionais. "Também houve os aprendizados de olhar mais atentamente para temas sensíveis, como, por exemplo, excedente de horas extras, fechamento de cotas de aprendizes, temas de segurança no trabalho, entre outros que ajudam também as pessoas envolvidas no processo de produção", contou Thais Hage.

De acordo com a vice-presidente de marketing da categoria alimentos da Unilever, o plano de aquisição da Mãe Terra previa manter 100% dos fornecedores. Porém, alguns poucos não tiveram interesse em se adequar aos novos padrões e interromperam o fornecimento.

"Porém, todos aqueles que se interessaram em se adequar tiveram, e têm até hoje, o suporte do nosso time de compras, qualidade e R&D, dispostos a auxiliar nas melhorias desejadas, seja na forma de suporte técnico ou em negociações que melhorem o fluxo financeiro destes fornecedores", afirmou a representante da Unilever.

Depois de toda essa jornada, é possível para a Unilever avaliar que a compra da Mãe Terra cumpriu o objetivo de democratizar o acesso a alimentos de qualidade. "A motivação por trás da união dessas duas empresas sempre foi ampliar a escala de Mãe Terra por meio da Unilever, com o objetivo de acelerar a missão da marca de trazer alimentos saudáveis e nutritivos a um número ainda maior de pessoas", contou a vice-presidente de marketing da categoria alimentos.

 

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