Atualmente, já não basta oferecer aos consumidores uma carne deliciosa, perfeita em sabor, textura, cor e aroma. O mercado exige de forma cada vez mais clara o monitoramento de diferentes parâmetros de qualidade, sensoriais, tecnológicos, nutricionais, sanitários, ausência de resíduos químicos ou físicos, éticos e de preservação ambiental.

“A melhor resposta para essa abrangente abordagem de qualidade tem sido o uso de protocolos de boas práticas que, por meio das regras que o participante é obrigado a seguir, consegue estabelecer um método de produção de carne seguro, socialmente justo e ambientalmente amigável”, explica o pesquisador em Nutrição Animal da Embrapa Gado de Corte (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Sergio Raposo de Medeiros.

A diretora de garantia de qualidade da JBS Carnes, Maria Emília Raucci, também aponta o manejo dos animais no pré e pós-abate como de extrema importância para a garantia da qualidade da carne, tanto para evitar defeito PSE (do inglês, Pale, Soft and Exudative, ou pálida, mole e exudativa) quanto DFD (do inglês, Dark, Firm and Dry, ou escura, seca e firme). “Podemos considerar também a genética e a nutrição desses animais fundamentais”, afirma a diretora. Para diminuir a incidência desses defeitos, é necessário minimizar fatores que proporcionam estresse e gasto de energia no manejo pré-abate. Para isso, ela recomenda:

1 – Conduzir os bovinos em pequenos grupos, de forma calma (fazenda e frigorífico);

2 – Embarcar e desembarcar os bovinos calmamente, evitando a utilização do bastão elétrico ou quaisquer objetos que possam causar ferimentos;

3 – Manter o tempo de transporte e descanso adequados, bem como a densidade ajustada de acordo com o peso dos animais;

4 – Evitar a mistura de animais desconhecidos durante o transporte e período de descanso;

5 – Promover o conforto térmico, reduzindo o estresse pelo frio ou pelo calor.