A carne de frango é a proteína de origem animal mais exportada no Brasil, estando presente hoje em cerca de 160 países do mundo. No entanto, ainda existem muitas dúvidas em relação a essa cadeia de produção que, apenas nos últimos cinco anos, faturou 50 bilhões de reais e empregou mais de 3,5 milhões de pessoas.
De olho nisso, o objetivo deste artigo é esclarecer dúvidas relacionadas à exportação deste tipo de carne para a Europa.Vamos responder:
- Quais cuidado tomar com os frangos?
- Quais cortes de frango mais exportados?
- Como começar a exportar frangos para a Europa?
Quais cuidado tomar com os frangos?
Como é o caso da produção de qualquer alimento de origem animal, os principais cuidados que os produtores precisam ter durante a produção de frangos estão relacionados à saúde dos animais.
Como ressalta Fátima Jaenisch, veterinária da Embrapa Suínos e Aves (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) :
“A biossegurança consiste no conjunto de medidas aplicadas em todos os segmentos da criação das aves, objetivando principalmente a diminuição do risco de infecções dos animais, contaminação do ecossistema e, consequentemente, a saúde alimentar dos consumidores.”
No Brasil, toda a produção avícola é regulamentada pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), sendo responsabilidade da ANVISA (Agência de Vigilância Sanitária) assegurar que todas as normas estão sendo cumpridas.
Hoje existem doze regulamentações para a produção de carnes de origem avícola no país, incluindo portarias, instruções normativas e circulares. Basicamente, elas indicam que:
- As aves devem ser criadas no sistema “todos dentro, todos fora”, o que, na prática, significa organizar, em um mesmo aviário, aves de igual idade e procedência.
- Os bebedouros e comedouros nos aviários devem estar sempre devidamente higienizados.
- Os frangos machucados (ou refugos) imediatamente retirados da produção e encaminhados para compostagem.
- Todos os frangos devem ser monitorados e submetidos à vacinação contra Newcastle, Influenza aviária, salmoneloses e micoplamoses – distribuídas gratuitamente pelo MAPA.
- Periodicamente também é importante verificar as fezes dos frangos a fim de detectar parasitas, que na maioria das vezes são consequências de alta umidade e falta de higienização no aviário.
Os ingredientes da ração, assim como todos os outros insumos utilizados na produção, devem ser inspecionados quanto à procedência, qualidade nutricional e microbiológica, uma vez que tais fatores influenciam diretamente a saúde dos animais.
Para assegurar a qualidade microbiológica dos frangos, o aviário deve ser mantido sempre limpo, livre de insetos e com temperatura e umidade controladas.
Quando se trata de exportação de frangos para a Europa, é importante levar em consideração que as empresas importadoras podem exigir medidas que muitas vezes não fazem parte das exigências do MAPA. Por isso, além das instruções acima, o produtor também deve estar atento às regulamentações dos países para os quais deseja exportar.
Quais os cortes de frango mais exportados?
Ao contrário dos cortes bovinos e suínos, os de frangos exportados são os mesmo comumente consumidos pelos brasileiros: peito com e sem osso, filé de peito, asa, coxa e sobrecoxa.
Contudo, mais importante do que os cortes, o produtor deve saber que as carnes de frango podem ser exportadas em quatro tipos distintos:
- Frango inteiro;
- Industrializados;
- Carne salgada;
- Frango em cortes.
Segundo levantamentos recentes do MDIC (Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços), todos os tipos descritos acima obtiveram um aumento significativo em relação ao volume durante os últimos anos, porém os preços apresentarem quedas.
Enquanto o volume total aumentou 28,51%, o preço médio recuou aproximadamente 20%. Por isso, mesmo com o crescimento significativo, a receita cambial da exportação de frangos cresceu apenas 2,75%.
Como começar a exportar frangos para a Europa?
A União Europeia concede isenções ou reduções tarifárias para produtos originários de diversos países e, por isso, é considerada uma das maiores importadoras de carnes de frango do mundo.
O Brasil e a União Europeia assinaram, em 1992, um “Acordo de Terceira Geração”, que apesar de não prever especificamente o comércio de carnes, facilita muito os processos regulatórios e burocráticos envolvidos na exportação e importação de proteína animal.
Por isso, exportar frangos para a Europa pode ser mais simples do que se imagina. Os passos, geralmente, são os seguintes:
- Entendimento das regulamentações impostas pela país importador;
- Regularização e padronização do aviário de acordo com as regulamentações brasileiras e europeias;
- Entrar em contatos com as instituições importadoras e solicitar a permissão para exportar;
- Assinar os contratos e termos internacionais seguindo as normas brasileiras e do país importador.
Devido à alta demanda, hoje em dia, existem empresas especializadas em conseguir as autorizações necessárias para exportar carne de frango para o Velho Continente.
Como conseguem agregar mais rapidez e segurança em todos os processos burocráticos, elas são na maioria dos casos as opções mais interessantes para o “exportador de primeira viagem” em questões de custo-benefício.
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