O Brasil é um grande produtor e exportador de carne. Entretanto, para manter (e até aumentar) sua participação na produção mundial deste alimento – visando atender o consumo mundial de carne – o país precisa superar seus desafios internos.
Aumentar a produtividade, sempre priorizando a sustentabilidade é o maior dos desafios, ou seja, buscar o aumento da produtividade, mas sem a abertura de novas áreas deve representar a meta central do pecuarista brasileiro.
Neste contexto, o representante da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, Alan Bojanic, indica que já há esforços para vencer este desafio. “Já existem esforços no setor agropecuário brasileiro que visam identificar margem de melhora em termos de produtividade e de sustentabilidade da produção de carne”, comenta.
Entre esses esforços, Bojanic destaca o uso de novas tecnologias, como o Big Data. Considerado como uma das principais responsáveis pela elevação da produtividade brasileira.
“As ferramentas de Big Data vão contribuir para o aumento de produtividade na agricultura pela capacidade de oferecerem informações mais precisas e específicas para melhor tomada de decisão do produtor rural”, explica.
Além da questão tecnológica, o Brasil vem evoluindo também quanto ao melhoramento genético, nutrição e sanidade animal, este último que tem grande influência na abertura (ou não) de novos mercados para a carne brasileira.
Ditar tendências ou se adequar à necessidade global?
Atualmente, o Brasil figura entre os maiores produtores e exportadores de carne, porém Bojanic indica que o país ainda depende em boa medida da demanda externa por carne para absorver sua produção, ou seja, o sistema produtivo brasileiro ainda depende do consumo de carne no mercado externo e não o contrário.
Mas com o tempo o Brasil pode reverter essa tendência. Num primeiro momento Bojanic sugere que o Brasil deve investir em um melhor escoamento da produção de seus alimentos, além da diversificação de mercados.
“Priorizando essas ações, o Brasil passará a impor tendências a curto e médio prazo quanto ao consumo mundial de carne, revertendo o quadro”, opina.
Por fim, Bojanic explica que o Brasil tem altíssimo potencial para atender a elevação da demanda no consumo mundial de carne.
“Pelo seu potencial produtivo, boa disponibilidade de terras, mão de obra, expertise e knowhow no setor agropecuário, o Brasil tem potencial para aumentar sua participação na oferta mundial de carne e de outros produtos agrícolas”.