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ESG no Conselho: ter ou não ter?

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O tema sustentabilidade está cada vez mais presente na estratégia organizacional, sendo importante sua consideração nos Conselhos de Administração

Em seu 18º relatório anual de riscos globais, o Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum – WEF) apresenta 8 riscos referentes à agenda ESG (ambiental, social e governança em português) entre os 10 maiores em importância, considerados para os próximos dez anos (abaixo a tabela com os tópicos em ordem de importância). Essa tendência só vem sendo confirmada nos últimos anos.

Tabela: Riscos globais classificados por gravidade no longo prazo (10 anos)

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Fonte: The Global Risks Report 2023 – 18th Edition (WEF)

Nessa esteira, há um mês a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) publicou sua resolução 193 que estabelece a obrigatoriedade de elaboração e divulgação de relatórios de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade segundo padrões internacionais, no caso o ISSB (International Sustainability Standards Board). A resolução torna a publicação periódica voluntária para companhias abertas, fundos de investimento e companhias securitizadoras nos exercícios sociais a partir de 2024 e obrigatória após 1º de janeiro de 2026.

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Pesquisa recente envolvendo 26.000 entrevistados, incluindo brasileiros, realizada pela Kantar, entidade internacional de coleta e análise de dados de Marketing, aponta o ceticismo do consumidor com as ações ESG divulgadas pelas empresas, sendo que 52% dos respondentes relataram ter visto ou ouvido informações falsas ou enganosas sobre as ações sustentáveis das marcas, que são os chamados greenwashing. O relatório ainda afirma que 50% do público tomou sua decisão pela compra ou não de produtos / serviços face ao seu impacto ambiental ou social.

No Brasil soma-se aos vários casos de Governance Washing publicados recentemente, tem motivado, ao menos momentaneamente, determinados stakeholders a rejeitarem determinadas marcas, quer sejam os compradores deixando de consumir por princípio ou investidores distanciando-se dos riscos de entidades que ferem os princípios de transparência e integridade.

Nesse sentido, as boas práticas de Governança Corporativa, segundo o IBGC, na 6ª Edição do seu código de melhores práticas, além dos dois princípios destacados acima (transparência e integridade), destacam a equidade, a responsabilização (accountability) e a sustentabilidade. A Sustentabilidade, perspectiva inserida nessa última publicação, talvez seja resultado da relevância que o tema ESG vem tomando nas Organizações, consistindo em estratégia obrigatória para as empresas que querem prosperar no mercado ou obter acesso a investimentos com melhores taxas, uma vez que o mercado financeiro tem entendido como de menor risco as empresas que apresentam foco genuíno em sustentabilidade.

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Segundo pesquisa da KPMG, há um crescimento percentual de Comitês de Sustentabilidade nas organizações brasileiras, ocupando uma honrosa 6ª colocação entre os tipos existentes em 2022. Contudo, mesmo com a sinalização de que a integração sustentabilidade e finanças já é uma realidade, verifica-se que o Conselho de Administração ainda carece de representantes do tema.

Essa assertiva é compreensível, visto ser a sustentabilidade um tema relativamente novo nos Conselhos, surgindo efetivamente nas pautas de governança corporativa em 2021 aqui no Brasil e face à carência de profissionais na área, normalmente formados na prática. Contudo, o estudo já aponta que há procura por especializações de conselheiros em ESG, assim como mostra o aumento da diversidade entre seus componentes, o que, além de ser per si uma pauta da sustentabilidade, certamente estimulará a discussão e especialização nessa área.

A sustentabilidade já é uma realidade como pauta estratégica das organizações, e sua importância vem tomando ano a ano mais relevância no mundo empresarial. Ter ou não ter um membro especialista no Conselho de Administração é uma opção de cada organização, visto ser um tema de responsabilidade de todos. Contudo, fica a reflexão sobre a necessidade do tema para os negócios.

*Alaercio Nicoletti Junior é Gerente Corporativo de Sustentabilidade e Melhoria Contínua, do Grupo Petrópolis, Doutor em Engenharia e Professor da Escola de Engenharia do Mackenzie. 

 

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