As exigências de bem-estar animal para abate Kosher mudaram. As novas regras foram recentemente publicadas por Israel e definem novas práticas. A mais significativa delas, de acordo com o consultor da FKleiman Consultoria – Kosher Meat Business, Felipe Kleiman, é que agora todos os frigoríficos que exportam carne Kosher para Israel deverão instalar boxes especiais de contenção de bovinos, que garantem, ao mesmo tempo, a conformidade com as exigências religiosas do abate Kosher com as diretrizes internacionais de bem estar animal; 80% da carne importada por Israel vem de abatedouros do Mercosul.

 

A norma passa a valer a partir de 2018. A implantação desses boxes deve gerar impactos na operação dos abatedouros, além de representar um investimento importante. “O desafio é adequar-se à norma e ao mesmo tempo garantir a viabilidade operacional e econômica”. Esses boxes giram sobre seu eixo horizontal para colocar o animal em posição propícia ao abate Kosher. E possuem abertura por onde passa a cabeça do boi. Uma vez que o animal é conduzido para dentro do box, dispositivos mecânicos o imobilizam e o equipamento gira 180 graus, deixando o animal deitado sobre suas costas. Esta posição garante ao rabino a possibilidade de executar o abate com pleno acesso ao pescoço do animal.

 

Os animais considerados Kosher – como o frango e o boi – devem ser abatidos por um rabino treinado e diplomado, a partir do seccionamento transversal dos grandes vasos do pescoço, com o uso de uma faca especial que possui fio de grande qualidade. Este profissional deve manter o fio de sua faca indefectível. A precisão e rapidez dos movimentos fazem com que o animal não sinta a dor do corte e que chegue rapidamente à inconsciência, que ocorre pela queda abrupta da pressão arterial que interrompe a perfusão sanguínea para o cérebro.