A embalagem para alimentos deve cumprir com diversas funções. Ao mesmo tempo em que protege o produto, ela é uma importante ferramenta de vendas, uma vez que desperta a atenção do consumidor e comunica os diferenciais no ponto de venda.

Mas como trabalhar a embalagem para alimentos de forma a atender com todas essas funcionalidades? Siga com a leitura deste artigo e entenda mais sobre o assunto!

Embalagem para alimentos: além da proteção

“As embalagens devem cumprir 3 princípios básicos: conter, proteger e comunicar. Por contenção, entende-se que a embalagem seja adequada ao armazenamento interno do produto e se haverá a necessidade de uma embalagem primária que tenha contato direto com ele”, explica Evandro Luiz Capelasso, publicitário e professor especialista em produção gráfica do Senac, unidade Lapa Scipião.

A diretora do Instituto de Embalagens, Assunta Napolitano Camilo, complementa ao ressaltar que a embalagem para alimentos é a extensão do shelf-life, o tempo vida de prateleira. “A embalagem garante que os alimentos e bebidas durem mais tempo sem riscos de contaminação e sem perder as propriedades organolépticas (sabor/aroma/textura/apresentação/crocância)”. 

Além destas funções primordiais, no entanto, a embalagem para alimentos é o que comunica os diferenciais do produto. “Ela explica como ele deve ser consumido e preparado (quando for o caso). Detalha a tabela nutricional e informa seus principais atributos. Atrai o consumidor e o faz desejar o produto. É uma ferramenta de marketing e instrumento de comunicação da empresa com seu consumidor”, ressalta Assunta.

Para Capelasso, a embalagem é um vendedor silencioso, tem uma linguagem visual de categoria, a cor, os elementos e uma estratégia de design, que pode envolver desde sua apresentação estrutural até elementos gráficos chamativos”.

Como evidenciar os produtos por meio de embalagens

É preciso encarar a embalagem para alimentos como uma grande vitrine no ponto de venda. Por isso, alguns cuidados precisam ser tomados ao desenvolvê-la.

“Uma boa embalagem carrega uma estratégia de design amparada pelo trabalho de campo/pesquisa e integração com a indústria. O conceito criativo, que engloba a imagem do produto, tipografia, elementos visuais e cor de fundo, deve, ainda, considerar a função básica da embalagem, que é a estrutura de proteção aos itens. Portanto, o desafio está na associação do design estrutural ao gráfico“, diz Capelasso.

Para o especialista, a dica é evidenciar a funcionalidade e a percepção da embalagem na gôndola. Assim, é possível se diferenciar em meio aos concorrentes.

Embalagens, equipamentos e cuidados especiais

O mercado de Alimentos e Bebidas demanda uma série de boas práticas, que visa à segurança, higiene e preservação do alimento. Por isso, cada tipo de item vai exigir um maquinário e um processo especial no momento da embalagem.

Queijos, por exemplo, demandam embalagens termoformadas. Iogurtes, máquinas form fill seal (FFS), que formam o pote, enchem e selam em linha”, explica Assunta.

Capelasso ressalta o fato de que estamos em um momento de mecanização do processo. Assim, é possível torná-lo mais otimizado, ao mesmo tempo em que se aumenta a garantia da qualidade do processo.

Atenção também para a logística

“Hoje, a maioria dos produtos vindos da indústria de alimentação e bebidas pode seguir ao destino final por transporte rodoviário e aéreo. Os cuidados básicos deste segmento estão no controle para que o produto não fique exposto à luz solar direta, livre de variações de temperatura, garantia de integridade e da qualidade”, ressalta Capelasso.

Além disso, a embalagem para alimentos deve impedir a contaminação e a deterioração dos produtos em trânsito, sem deixar de lado, claro, as regulamentações da ANVISA para a logística.

Assunta chama a atenção para o fato de que a embalagem de transporte colabora para preservar as embalagens primárias, além de ajudar a poupar recursos. Por isso, este pode ser um bom caminho para garantir a integridade durante o trânsito.

Embalagem e formação de custos

Por fim, Capelasso chama a atenção para um atributo muito importante da embalagem para alimentos: a sua participação na formação de custos: “ao desenvolver uma embalagem, o designer deve ter um trabalho integrado com a indústria de alimentos e bebidas. Conhecer o processo de envase dos produtos, por exemplo, é de grande importância para que o design gráfico seja adequado ao estrutural”.

Além disso, o preço final precisa estar alinhado às expectativas do consumidor. Dessa forma, é importante desenvolver uma embalagem para alimentos que una as funções básicas à uma boa ferramenta de vendas e comunicação, mas sem elevar o preço final é um grande desafio.

Pesquisar e apostar em um investimento do tipo, no entanto, é determinante para que os produtos cheguem ao consumidor corretamente e vendam mais! E sua indústria, como enxerga o papel das embalagens no impacto das vendas?