Desde o ano passado, em consequência à turbulência econômica nacional, a conta da indústria não tem fechado quando o assunto é energia elétrica. Entender isso é simples diante de dois dados: se por um lado a redução da produção industrial em 2015 foi de 8,3%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), por outro o consumo do setor teve uma redução de 5,5%, de acordo com a EPE (Empresa de Pesquisa Energética). Ou seja, há 2,8% de desperdício energético.
Isso acontece porque uma planta é dimensionada para uma determinada produção média, no entanto, mudanças bruscas podem fazer com que essa estrutura ande em descompasso com a demanda. Assim, luzes ficam acesas em áreas que não seriam mais necessárias, esteiras que carregariam 1.000 produtos por minuto passam a carregar 400, utilizando praticamente a mesma energia, ilustra Alexandre Moana, presidente da ABESCO (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia).
Adequar as entregas dos pedidos é a mais importante saída para reduzir a conta de luz de uma indústria
“A reestruturação é imprescindível diante da queda. No entanto, a indústria não pode ficar sem galpão nem comprar uma linha de produção mais compacta”, comenta. Por isso, superar a fase requer dos gestores, antes de mais nada, planejamento estratégico e o pontapé pode ser dado com nossas três dicas.
1 – Retrabalhar os prazos. Adequar as entregas dos pedidos é a mais importante saída para reduzir a conta de luz de uma indústria e requer uma conversa com o cliente para negociar novas datas. Com isso, a ideia é acumular pedidos para produzir uma batelada de materiais e utilizar toda a carga da linha de produção. “Além do comercial para negociar, a medida envolve toda a cadeia de distribuição. É preciso ficar atento a isso”, lembra Moana.
2 – Reorganizar turnos de trabalho. Passo seguinte à adequação de pedidos é desenhar novos horários no chão de fábrica. O controle de energia é notado pela quantidade de lâmpadas ligadas apenas nos turnos que atenderão a demanda acumulada.
3 – Adotar um programa de eficiência energética. Não cabe modulação menor para a demanda contratada por uma empresa junto a fornecedora de energia. A tarifação pelo potencial continuará sendo o mesmo até o final do contrato, ainda que haja baixa no consumo. De acordo com o presidente da ABESCO, contudo, existe uma brecha de renegociação: comprovar que a redução foi proveniente de um programa de eficiência energética. Mas para isso é preciso mais que apagar lâmpadas, é necessário colocar em prática um plano que exige reflexão e comprometimento de toda a empresa, do gestor ao funcionário da produção. Leia nosso e-book e descubra como funciona cada etapa de implantação.