O apelo por alimentos saudáveis e sustentáveis dominou o mercado. A exigência hoje, de acordo com a resolução da Anvisa RD24/15 sobre Recolhimento de Alimentos, é de que não só o produto final tenha qualidade, mas que cada etapa da cadeia tenha amparo em iniciativas corretas. Assim, todo o processo precisa ser gradualmente controlado a partir de algumas questões: de onde vêm os alimentos que chegam à mesa? Qual é caminho eles percorreram? Quais os componentes presentes nesses produtos?

Rastreabilidade é a habilidade de se recuperar o histórico, aplicação ou localização de um determinado produto”, resume Nilson Gasconi, executivo de negócios da Associação Brasileira de Automação – GS1 Brasil. “O consumidor, cada vez mais preocupado com a segurança do alimento que leva à sua mesa, também impulsiona a adoção da rastreabilidade, e busca dia após dia ter acesso às informações precisas dos fabricantes como identificação do produto, número de lote e data de validade”, esclarece o especialista.

Se a empresa tem a capacidade de responder perguntas como: o quê? Quando? De onde? Por onde? Para onde?, provavelmente já se iniciou no processo de rastreabilidade, de acordo com o executivo. Para adotar o processo, ele acrescenta, o empresário precisa apostar em conceitos como identificação e investimento. “É importante lembrar que para ser rastreado o produto deve necessariamente estar identificado. Não é possível rastrear o que não está identificado. E a adoção de um programa de rastreabilidade prevê investimentos que são favoráveis.”

O tamanho desse investimento, por sua vez, vai depender de uma série de variáveis, como o escopo do projeto e o nível de rastreabilidade que a empresa pretende adotar. “Há cadeias de suprimentos, por exemplo, com três elementos (produtor, distribuidor e varejo). Outras são mais complexas, nas quais os produtos são identificados por lote, outros por número de série, cadeias de suprimentos com atores nacionais e outras internacionais”, detalha Gasconi.

Em um primeiro momento, no entanto, a indústria tem apostado mais no processo interno. Mas o executivo lembra que é preciso avançar no tema e abranger o maior número possível de elos, permitindo que a segurança alimentar seja plena ao consumidor, o que favorece a fidelização da marca e amplia as vendas.