Análise da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e instituições públicas e privadas avaliou a utilização de água em diferentes indústrias de processamento de pescado no Brasil, e identificou a possibilidade de reduzir a quantidade de água usada. Isso só foi possível depois de adoção de medidas de redução desse consumo e de mudanças físicas. Em uma das indústrias destinada ao processamento da tilápia, o consumo hídrico caiu quase pela metade.

Segundo a engenheira de alimento da Embrapa Pesca e Aquicultura e coordenadora da pesquisa, Danielle de Bem Luiz, nos entrepostos que apresentam a etapa de depuração previamente ao processamento, é possível a redução do uso de água fresca em grande percentual. Porém, de acordo com a especialista, esse resultado não é percebido em empresas que processam peixes oriundos de pesca.

Para a indústria que processa tilápia, antes do processamento há uma fase de depuração, quando se usa água potável para eliminação de odores ou sabores desagradáveis. Após o pré-processamento e depois da depuração, seguem-se as fases de insensibilização com gelo, sangria, lavagem, descamação, descabeçamento / evisceração, filetagem, remoção da pele, embalagem e expedição.

Dentre as intervenções propostas para a indústria está a troca do fluxo contínuo de água pelo uso por determinado período, sistema conhecido por batelada e a implementada foi a instalação de bicos dosadores de pressão no salão de processamento e limpeza interna. E o consumo hídrico diário da indústria de pescado estudada caiu de 457 m³ para 386 m³, após as intervenções físicas, e poderia chegar a 235 m³, caso fossem empregadas outras possibilidades de minimização sugeridas. Percentualmente: Houve 15,5% de economia com a execução das intervenções e 48,6% menos gastos com a adoção das demais recomendações dos pesquisadores.