Nas
indústrias frigoríficas, mais especificamente aquelas destinadas ao abate de
suínos, a produção de biogás é uma possibilidade recorrente para minimizar o
impacto ambiental gerado. Além disso, a adoção do biogás pode tornar o processo
de chamuscagem de suínos mais sustentável e eficaz.

Na
indústria frigorífica de suínos, essa busca pela sustentabilidade passa,
necessariamente, pelo correto tratamento de dejetos dos suínos e resíduos do
frigorífico, que podem ser convertidos em biogás.

O
biogás, por sua vez, pode ser utilizado como combustível na chamuscagem de
suínos, possibilitando a redução do uso de uma fonte não renovável, como por
exemplo, o gás liquefeito de petróleo (GLP), substituindo-a por biogás.

Segundo
Luciano Zanotto,
supervisor de vendas da Sulmaq, a chamuscagem de suínos tem como objetivo a
redução da contaminação superficial das carcaças por bactérias patogênicas.
 “A chamuscagem de suínos
possibilita, em específico, a redução drástica dos riscos de contaminação por
Salmonella sp e Staphylococcus aureus
”, diz.

Além
disso, Zanotto explica que o processo de chamuscagem de suínos também objetiva
realizar a queima dos pelos remanescentes após o abate.

Entretanto, o que ocorre atualmente é que a maioria dos frigoríficos utilizam no processo de chamuscagem de suínos o componente de queima GLP (gás de petróleo liquefeito), caracterizado como não renovável. Esse tipo de combustível apresenta algumas desvantagens, como explica Zanotto.

O GLP apresenta alto custo de compra.
Mas pior que esse custo é o não aproveitamento da transformação dos resíduos
gerados pelo próprio frigorifico para este processo
”.

Zanotto
explica que nas indústrias frigoríficas, mais especificamente aquelas
destinadas ao abate de suínos, os dejetos e resíduos do frigorífico gerados nos
processos agroindustriais podem gerar biogás, capaz de funcionar como
combustível.

O biogás é capaz de reduzir o impacto
ambiental da atividade, além de trazer maior retorno financeiro ao frigorífico
”,
diz Zanotto.

Como se dá a formação de biogás em
frigoríficos?

Em
ambientes frigoríficos o processo mais utilizado para a geração de biogás é de
digestão anaeróbica.

O processo de geração de biogás se
inicia com o acúmulo dos dejetos dos animais, para a etapa de tratamento dos
dejetos/rejeitos (sólidos ou líquidos), no qual o material orgânico biomassa
passará pelo processo biológico de fermentação anaeróbica, purificação, para
assim ser convertido em biogás
”, explica Zanotto.

O
supervisor salienta que para realizar a conversão da biomassa em biogás, a
unidade frigorifica deverá “estocar os resíduos”. Para isso, a indústria
frigorífica deve incluir em seu processo a implantação de biodigestores
responsáveis por realizar o tratamento dos resíduos.

Por
fim, deverá ser instalado o chamuscador automático dentro da linha de abate
(área suja). “Será esse
chamuscador o responsável por realizar a queima do biogás no processo de
chamuscagem das carcaças suínas
”, complementa o supervisor de
vendas da Sulmaq.

Vantagens do biogás e do chamuscador
automáticos

O
conjunto “uso do biogás” aliado à adoção do “chamuscador automático de suínos”
resulta em importantes vantagens sociais, econômicas e ambientais que
incentivam a substituição do GLP pelo biogás, mesmo diante do alto investimento
inicial.

Segundo
Zanotto, o uso de biogás em um chamuscador automático vem ao encontro dos
benefícios do uso de um consumível provindo de uma fonte renovável e energia
limpa.

Dessa
forma, os benefícios do uso do biogás na chamuscagem de suínos são:

  • Substituição do GLP por uma energia renovável, sustentável e limpa, caso do biogás;
  • Redução do impacto ambiental;
  • Maior possibilidade de retorno financeiro ao frigorífico quando o biogás é utilizado como consumível;

Baseado
nesses benefícios, Zanotto explica que o retorno do investimento inicial na
compra do chamuscador automático será inferior a três anos, incentivando ainda
mais sua adoção.

O biogás apresenta inúmeros benefícios
ao meio ambiente, além de importantes vantagens econômicas geradas ao cliente,
principalmente como a redução de compra do gás GLP da concessionária, o que
ajudará a pagar o investimento em pouco tempo
”, finaliza.