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Cresce uso da cannabis como ingrediente alimentício na América do Sul

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No Brasil, não há regulamentação para o uso da cannabis em produtos alimentícios. Preliminarmente, corre no senado projeto de lei sobre cultivo de cânhamo industrial.

A indústria alimentícia da América do Sul está atenta ao potencial da cannabis. Assim, cresce o número de países que aprovaram e regulamentaram o uso do cânhamo como ingrediente de alimentos e bebidas. A Costa Rica foi o país sul-americano que mais recentemente permitiu o uso da planta como ingrediente alimentar, no entanto a regulamentação ainda está sendo elaborada. Antes, em fevereiro, a Colômbia aprovou o uso de cannabis em alimentos e suplementos alimentares. Porém, ainda não foi estabelecido um regulamento específico para cada categoria.

Pioneiro na região, o Uruguai já oferece ao consumidor suplemento alimentar com proteína em pó e erva mate para fazer chimarrão com extrato de canabidiol (CBD) obtido da semente de cânhamo. O país tem uma regulamentação detalhada que permite a planta cannabis sativa com o conteúdo máximo de tetrahidrocanabinol (THC) de 1% e a presença no óleo e na proteína em pó com um limite de 10mg THC por quilo.

Já o Equador aprovou, no ano passado, o uso de cânhamo em alimentos e suplementos alimentares com presença de THC limite de 1% na semente. A regulamentação abrange as derivações: sementes de cânhamo com casca, proteína em pó de semente de cânhamo e óleo de sementes de cânhamo. Sendo que em todos os casos os alimentos e suplementos alimentares devem conter no máximo 0.3% de THC no produto final.

Brasil

O uso de cannabis e derivados em alimentos ou suplementos ainda não é permitido no Brasil. Eugenia Muinelo, gerente de assuntos regulatórios da EAS Strategies, afirmou que, no momento, não há informações públicas que indiquem que a Agência Nacional Vigilância Sanitária (Anvisa) esteja desenvolvendo uma regulamentação sobre o assunto. "Na agenda regulatória da Anvisa, só existe um projeto de revisão da regulamentação de produtos de cannabis para fins medicinais", disse a especialista ao Food Connection.

Por outro lado, tramita no senado um projeto de lei com o objetivo de regulamentar o cultivo de cânhamo industrial. "É um primeiro passo que antecede sua aprovação como ingrediente, garantindo o acesso seguro à matéria-prima. Em geral, na área de alimentos vai ser chamado de cânhamo industrial", explicou a gerente de assuntos regulatórios e colunista do Food Connection.

Esse mesmo caminho foi seguido por outros países que, atualmente, já têm regulamentação para o uso de derivados de cannabis em alimentos. De acordo com Muinelo, Nova Zelândia, Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Holanda, Itália, Áustria, Bélgica, Alemanha e a Irlanda são referências nesse assunto.

Benefícios para a indústria de alimentos

O que chama a atenção da indústria de alimentos é o aporte nutricional que o cânhamo e seus derivados podem proporcionar ao serem adicionados a alimentos e bebidas. "Na área regulatória de alimentos, em geral, os ingredientes aprovados têm que ser da espécie cannabis sativa, e, hoje em dia, o consumo inclui a semente e seus derivados, para fazer o óleo, a farinha e a proteína em pó, entre outros", contou Eugenia.

Sobre os benefícios da cannabis para a indústria alimentícia, Eugenia Muinelo destacou que a semente de cânhamo é uma ótima fonte de ômegas 6 e 3, de proteína, aminoácidos essenciais, vitaminas do complexo B, vitamina E, magnésio e zinco. "Por esse alto conteúdo nutricional, é que pode ser considerado como um 'superalimento'. Por exemplo, 30 gramas de semente de cânhamo podem conter até 11 gramas de proteína, considerada como proteína completa pelo conteúdo de aminoácidos essenciais", apontou a gerente de assuntos regulatórios.

Muitas possibilidades

O presidente da Papa & Barkley, empresa líder no bem-estar da cannabis na Califórnia, Guy Rocourt, explorou o potencial dos derivados da cannabis como ingrediente durante o congresso científico da Fi South America, o Summit Future of Nutrition, em 2021.

O executivo abordou ainda as diferenças existentes entre as variedades da planta. "A cannabis agrícola possui fibras e produz sementes que podem ser usadas para roupas e materiais de construção. Além disso, pode ser usada para óleos comestíveis e alimentos para humanos", exemplificou o representante da Papa & Barkley.

Segundo Rocourt, qualquer lipídio ou fonte de gordura pode ser usada como base para o óleo de cannabis – isso abrange o óleo de coco. Esse processo resulta em uma formulação rica com clorofila, fitonutrientes e gorduras vegetais.

As palestras do Summit Future of Nutrition, assim os conteúdos dos eventos digitais da FiSA, estão disponíveis no FiSA BrainBOX, um espaço exclusivo para profissionais que atuam em P&DMarketing e Regulatório. Acesse aqui e conheça todas as vantagens de fazer parte desta comunidade.

 

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