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Como a indústria de alimentos democratiza os suplementos proteicos

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As empresas que atuam no segmento de suplementação proteica tem levado produtos como whey protein para novos públicos, utilizando formatos e sabores inovadores; saiba mais

Em meio à vida moderna agitada, manter uma dieta saudável pode ser um desafio. Os suplementos à base de proteína surgem como aliados valiosos para suprir as necessidades diárias desse tipo de substância, oferecendo uma maneira prática e eficiente de garantir a nutrição adequada mesmo em meio à correria. 

O equilíbrio entre uma alimentação saudável e o cotidiano corrido torna-se alcançável com a incorporação desses suplementos alimentares, que se apresentam como uma solução acessível e eficaz para a população em geral.

Porém, a democratização dos suplementos proteicos passa por um movimento intenso de inovação da indústria de alimentos, que tem apostado em novos formatos, sabores e propostas para atender públicos que vão além dos tradicionais praticantes de atividades físicas, usuários conhecidos desse tipo de produto. 

“Hoje, o consumo de suplementos evoluiu do praticante de atividades físicas ou das pessoas que buscam perda de peso para todo tipo de pessoa. Aumentou consideravelmente o consumo de ômega 3 e temos grande aporte de proteína em suplementos em pó, líquido ou mesmo no enriquecimento de alimentos, como macarrões”, explica Jefferson Silva, diretor nacional de Vendas da Athletica Nutrition. 

Silva participou, junto a outros especialistas do setor, do Q&A FiSA BrainBox “Funcional e Suplementos: consumo no Brasil”, evento online da Food ingredients South America, disponível na Plataforma Digital FiSA Experience. 

Ele conta que a pandemia foi responsável por acelerar o processo de democratização da suplementação, atingido em apenas 12 meses um patamar que era esperado para dez anos.

Uma pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad) chamada “Hábitos de Consumo de Suplementos Alimentares no Brasil”, de 2021, apontou que o consumo de suplementos subiu 10% em comparação com 2015, data da última pesquisa.

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Suplementos proteicos e a saúde renal

Por muito tempo, um dos inibidores do consumo de proteína via suplementos foi a preocupação com relação à saúde renal. Supostamente, a ingestão de produtos como whey protein poderiam causar uma sobrecarga no órgão filtrador. Algo que tem sido contestado por alguns estudiosos, como Durval Ribas, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia, que também participou do evento.

“Num primeiro momento, houve a preocupação que uma dieta hiperproteica pudesse favorecer uma sobrecarga renal”, diz o especialista. Houve uma mudança na compreensão das autoridades acadêmicas e reguladoras e, com o passar do tempo, foi se verificando a necessidade de se aumentar o aporte proteico na média da população, especialmente em idosos”, afirma Ribas. 

Anteriormente, o aporte proteico máximo estava estabelecido em torno de 0,7 e 0,8 gramas por quilo de massa do paciente. Gradativamente, essa dose foi aumentando e hoje está entre 1,2 e 1,3 gramas, chegando até 1,7 gramas para quem faz atividade física. “Verificou-se que não havia nos estudos qualquer problema de sobrecarga renal com essas novas medidas”, diz o especialista. 

As proteínas ocupam o primeiro lugar na chamada hierarquia sacietógena, que é a capacidade de saciedade de cada classe de alimentos, seguidas pelos carboidratos, em segundo, e lipídios, em terceiro lugar. Por isso, a substância é amplamente utilizada em dietas para perda de peso corporal e manutenção da massa magra. 

Além de dar mais saciedade, a proteína consome mais energia para ser consumida pelo corpo, o que interfere positivamente na taxa metabólica basal, que nada mais é que o mínimo de energia necessária para manter funções básicas do organismo em repouso. “Isso significa também que, para as pessoas, que eventualmente tenham um direcionamento para uma saciedade maior e consequentemente redução de peso corporal, a dieta hiperproteica é muito interessante”, diz Ribas. 

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Democratização do suplemento proteico 

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Para ter mais esse aporte proteico, as pessoas não querem abrir mão do sabor, então, a indústria tem evoluído nos últimos anos no sentido de conseguir entregar sabor e aporte proteico, até mesmo utilizando sabores que apelam à memória afetiva, como cookies, milho verde, baunilha, morango e até doce de abóbora, entre outros. Isso tem permitido alcançar novos públicos. 

“Há alguns anos, a gente tinha dificuldade de incluir sabor e, por isso, só quem usava suplemento proteico eram os heavy users”, explica o diretor da Athletica ao mencionar os praticantes de esporte como público praticamente exclusivo dos suplementos. “Com essa variedade de novos sabores, nos próximos dez anos o consumo de whey protein deve mais que dobrar, atingindo públicos diversos”, completa. 

Ainda assim, ainda há outro desafio para a democratização: o preço. Ao longo de 2022, mais destacadamente, os consumidores notaram um aumento importante no preço dos suplementos à base de proteína do leite, isso porque a matéria-prima sofreu forte valorização no mercado internacional diante de uma redução da oferta. 

Embora a sazonalidade tenha feito o preço disparar, outros elementos também impactam o preço dos suplementos: como o processo superespecializado (e razoavelmente caro) para separar a proteína dos leite de outros elementos e o fato de a maior parte dos produtos de qualidade serem produzidos no exterior e, portanto, adquiridos em dólar. 

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Snacks de proteína: uma solução promissora

O aumento do consumo de suplementos proteicos tem seus desafios, mas também oportunidades. A indústria tem apostado nos snacks como uma das maneiras de aumentar o consumo de proteína. Os snacks nada mais são que lanches rápidos, geralmente processados e que possuem tempo de vida mais longo, como biscoitos, torradas e outros tipos de alimentos que, em geral, são enriquecidos com micronutrientes. 

Encarados pelo senso comum como refeições pobres e pouco saudáveis, os snacks podem ter, na verdade, algumas vantagens sobre os alimentos in natura e outros menos processados. Uma delas é a proteção contra contaminações comuns. Isso pode não ser trivial levando em conta que os lanches rápidos podem ser substituídos por lanches de rua, pouco submetidos à fiscalização sanitária. Segundo a OMS, 600 mil pessoas morrem por ano devido a intoxicação alimentar. 

Ribas afirma que a indústria de alimentos tem em mãos a possibilidade de entregar ao público aportes proteicos em refeições menores e mais seguras, mas, para isso, precisa acrescentar mais nutrição aos snacks, tendo em vista que, em média, a saciedade com esse tipo de refeição dura apenas 30 minutos. 

“Uma orientação para que a indústria, dentro do possível, torne esses snacks mais nutritivos é colocar elementos como fibras solúveis e insolúveis, que dão mais saciedade e, certamente, contribuam para que as pessoas tenham uma ingestão alta de proteína sem que tenham que repetir a refeição excessivamente para que se sintam saciadas”, avalia o especialista.

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Segundo Silva, da Athletica, alguns estudos apontam que, desde a pandemia, o consumo de snacks cresceu mais de 700%. Embora, na maior parte das vezes, esse aumento tenha significado uma substituição das refeições grandes pelas menores por problemas de perda de renda e falta de acesso à proteínas e carboidratos comuns, em alguns casos, o aumento do consumo de snacks pode ser saudável. 

Hoje, a utilização de barras ou bebidas lácteas com alto teor de proteína, para citar apenas algumas soluções, podem ser utilizadas em substituição aos doces e lanches calóricos. Hoje, a Athletica, umas das principais produtoras de soluções à base de proteína, inclui de 5g a 15g de aporte proteico em seus snacks. 

Além disso, a empresa vem colocando micronutrientes nos alimentos para fazer uma composição que combine aporte proteico e saciedade. “A goma é uma realidade no mercado americano e europeu e está chegando forte ao Brasil. E se a indústria conseguir colocar cada vez mais vitaminas e minerais nesse tipo de produto, ela poderá substituir até mesmo balas e chicletes comuns por produtos que garantam aportes de proteínas, reduzindo o déficit de proteínas e alcançado públicos diferentes, como idosos e crianças”, explica Silva.

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