Food Connection faz parte da divisão Informa Markets da Informa PLC

Este site é operado por uma empresa ou empresas de propriedade da Informa PLC e todos os direitos autorais residem com eles. A sede da Informa PLC é 5 Howick Place, Londres SW1P 1WG. Registrado na Inglaterra e no País de Gales. Número 8860726.

O que não estamos falando sobre o potencial de transformação com Inteligência Artificial?

Article-O que não estamos falando sobre o potencial de transformação com Inteligência Artificial?

O potencial de transformação com Inteligência Artificial.png
O topo da onda da inteligência artificial é agora! Essa onda irá estourar? As previsões apontam que sim, nos próximos 24 meses. Saiba mais neste artigo da Bridge & Co.

Por Carlos Eduardo Carvalho*

A Inteligência Artificial (IA) tomou espaço no palco principal. Com uma ascensão meteórica, impulsionada principalmente pela IA Generativa, o tema ultrapassou outras grandes tendências tecnológicas como blockchain, metaverso e web 3.0 em 2023.

O ano de 2024 não será diferente. Segundo publicação feita pelo Gartner Group denominada Hype Cycle, que analisa quais tendências inovadoras estão mais em alta e o quão infladas estão as expectativas, IA Generativa está no topo da onda.

O que significa estar no topo da onda? Significa que estamos no momento em que não se sabe ao certo qual o potencial da tecnologia, o que vale a pena e o que será descartado, porém a pressão mercadológica por propaganda e vendas está a todo vapor. Essa onda irá estourar? As previsões apontam que sim. Quando? Nos próximos 24 meses.

Após estourar a onda, há um período de turbulência até que se atinja uma nova era de calmaria. Na teoria por trás do Hype Cycle, o momento no qual a onda estoura se chama vale da desilusão. Muitas empresas que investiram em estágio inicial na tecnologia terão frustrações e não materializarão resultados.

O mercado começará a ter uma visão mais cética de todo o discurso inicial. Após isso, a espuma irá acalmar. Ao acalmar, sobrarão os casos de uso reais, que geraram valor para os negócios. Esse momento se chama plateau de produtividade. Segundo os analistas envolvidos, ainda demoraremos de 24 a 36 meses para começar a ter uma visão desse plateau.

Relacionado: [Ebook] Tendências em Inteligência Artificial na indústria de alimentos e bebidas

A prontidão para uso de IA nas empresas

Quando avaliamos os motivos pelos quais empresas irão se frustrar com o uso de IA, chegamos ao conceito de “prontidão para o uso”. Ele pode ser entendido como as competências organizacionais e técnicas que uma organização tem, ou não, para que o uso dos modelos de IA traga os resultados desejados. A Cisco conduziu uma pesquisa global em 2023 com mais de 8 mil empresas, avaliando seus atuais patamares de prontidão. O resultado trouxe informações importantes para entendermos o atual momento que estamos vivendo.

  • 84% das empresas entrevistadas apontaram que IA terá um impacto alto ou muito alto nos seus negócios;
  • 97% disseram ter urgência para implantar tecnologias suportadas por IA;
  • Porém, apenas 14% dos respondentes estão prontos para o uso adequado de IA nas suas empresas, segundo o modelo de avaliação de prontidão.

Os números dessa pesquisa mostram uma lacuna abissal entre mais de 7.900 empresas que querem acelerar a implantação de tecnologias suportadas por IA e as 1.142 empresas que se consideram prontas em termos de fundações básicas.

O que acontecerá quando as outras 7 mil empresas que tem baixa prontidão acelerarem seus investimentos em produtos digitais suportados por IA? É bem provável que muitas delas se frustrem por gastar dinheiro e não materializar os ganhos. E, assim, a profecia do hype cycle se concretizará. O vale da desilusão se apresentará em breve para nós.

Relacionado: [Ebook] Conheça 8 ferramentas com Inteligência Artificial para alavancar as vendas

Como evitar cair no vale da desilusão?

IA.png

Para uma empresa ser considerada com alto grau de prontidão para o uso de IA, algumas verticais precisam ser analisadas. É importante ressaltar que há variações da importância de cada tema por tipo de indústria e contexto regional. Porém, para fins de entendimento geral, vamos pensar em médias:

  1. Estratégia: uma empresa precisa ter clareza sobre como entende que a IA irá ajudar no atingimento dos seus objetivos estratégicos. Enquanto essa discussão não acontecer, deve-se evitar investimentos de maior porte em aplicações de IA.
  2. Infraestrutura: o uso de IA demanda um determinado tipo de infraestrutura tecnológica, que precisa ser corretamente dimensionada. Subestimar essa camada pode levar a descobertas desagradáveis em relação à necessidade de gastos elevados.
  3. Dados: modelos de IA são tão bons quanto forem os dados aos quais têm acesso. Essa regra de ouro não pode ser subestimada pelas empresas. Investir em modelos de IA sem ter antes feito um trabalho amplo estrutural de preparação dos dados e das bases de dados irá custar caro. Saiba mais sobre este tópico em “Prontidão para IA e o papel central dos dados”.
  4. Governança: quem é responsável pelo que? Quem pode conectar um modelo de IA a sua operação? Qual o papel da TI? E da área de dados? Se essas respostas não estão claras ainda, é necessário primeiro amadurecer a Governança de Dados da empresa antes de avançar para IA.
  5. Cultura: como é o DNA da empresa em relação aos temas digitais? Ainda existe a cultura de “pedido-entrega”? Ainda acham que a TI é responsável por tudo que é digital e que as outras áreas devem apenas fazer seus pedidos no balcão e aguardar o produto pronto? Se sim, não invista em IA. O avanço para tecnologias inovadoras depende diretamente de uma cultura colaborativa de construção conjunta, sendo o negócio protagonista junto das áreas técnicas na exploração, construção e operação dos produtos digitais.
  6. Pessoas: quantos cientistas de dados sua empresa possui? E engenheiros? Qual grau de conhecimento sobre Self-Service Analytics dos usuários de negócio? A jornada para IA demanda conhecimentos e perfis dentro de casa. Perfis esses que são disputados por empresas globalmente. Sejam essas pessoas próprias da sua empresa ou fornecedores parceiros, a existência desses profissionais é caminho crítico para a prontidão.

Se ao analisar rapidamente esses seis pilares você entender que ainda tem uma jornada pela frente para se preparar, não se preocupe. Você ainda tem, pelo menos, 12-24 meses para acompanhar o mercado e estabelecer essa fundação.

É o momento adequado para, em paralelo, conduzir alguns testes e estudar casos de uso iniciais enquanto faz o trabalho de casa para preparar sua empresa. Uma coisa é certa: as mudanças geradas pela IA serão transformadoras assim como foi o advento da internet e dos dispositivos móveis. Esteja preparado para elas!

*Carlos é Sócio-Diretor da Bridge & Co. É mestre em Engenharia de Produção pela COPPE/UFRJ, auditor ISO 20.000, certificado ITIL Expert e CGEIT, entre outras. É professor de pós-graduação em Estratégia e Governança de TI em instituições como UFRJ, UFJF e FGV. Possui experiência em projetos de grande porte de transformação digital, desenho organizacional de áreas de TI e elaboração de processos orçamentários para Tecnologia da Informação.

 

LEIA MAIS

  1. Data Driven: uso da Inteligência Artificial no gerenciamento de dados
  2. Conheça os softwares que vão mudar a indústria de alimentos e bebidas
  3. Inovação: se a fórmula é conhecida, por que é tão difícil mudar a cultura?
  4. IA e Analytics: Como Nestlé e M. Dias Branco utilizam essas inovações
  5. Robôs inteligentes na indústria de alimentos e bebidas

 

Ocultar comentários
account-default-image

Comments

  • Allowed HTML tags: <em> <strong> <blockquote> <br> <p>

Plain text

  • No HTML tags allowed.
  • Web page addresses and e-mail addresses turn into links automatically.
  • Lines and paragraphs break automatically.
Publicar