Dia Internacional da Mulher: Executivas da indústria alimentícia

Ana Lin chamou atenção para um dado preocupante de uma pesquisa da Harvard Business Review: apenas 3% dos investimentos dos Estados Unidos vão para empresas lideradas por mulheres. “Se um homem investe em uma empresa de mulher, o que dizem é ‘essa é uma mulher competente’. Se uma mulher investe em uma empresa de mulher, alegam ‘ah ela favoreceu o gênero, não é competente’. Então essa empresa vai ter mais dificuldade para assinar um contrato”, comentou a diretora de serviços da Bauducco durante o Fispal Women Connected 2024.

Luzia Goldbeck apontou que um dos caminhos para superar os obstáculos é se preparar e apoiar as mulheres em seu entorno.
“Os desafios são imensos, então temos que buscar nossos caminhos, temos que acreditar em nós mesmas e nos ajudarmos nessa busca por equidade. Temos que nos capacitarmos, estarmos prontas, não podemos terceirizar nossas carreiras.”
“Temos que escolher nossas batalhas e ter uma rede de apoio. Ninguém chega sozinha, é preciso ter uma rede de apoio com um marido, uma amiga, a família, uma ajudante”, avaliou a executiva em sua fala no durante o Fispal Women Connected 2024.

A executiva da Nestlé destacou que a participação feminina é fundamental para a perenidade da indústria. “Quando falamos sobre o Brasil não podemos esquecer que as mulheres são maioria, então se você não coloca essa representatividade dentro do seu negócio a chance de você não ser referência para o consumidor deve ser muito grande. Além disso, também existem muitos estudos falando sobre o papel da mulher na compra, como shopper.” Inspirada pelo exemplo de sua própria filha Catarina, de sete anos, Katia ressaltou que a próxima geração de consumidores tomará ainda mais decisões motivadas pelo propósito e pela sustentabilidade. A executiva participou do Fispal Women Connected 2024.

Mais do que o sucesso do setor, as mulheres são fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa. Rosana mostrou isso na apresentação no Fispal Women Connected. “Uma matéria divulgada no Observatório do Terceiro Setor, revela que as mulheres representam 62% das pessoas que realizam trabalho voluntário contra a fome e ocupam 51% dos cargos de liderança nessa área do terceiro setor”, exemplificou.

Giordania se consolidou à frente de uma empresa que oferece um produto bastante técnico e, portanto, avalia que superou ainda mais camadas de machismo.

“A Fispal Tecnologia sempre foi muito importante para a Rayflex, pois o segmento alimentício é predominante no nosso negócio. Começamos a participar da Fispal há muitos anos e foi uma oportunidade para apresentar um conceito que não existia no Brasil. Hoje vemos que conseguimos educar os visitantes do segmento de alimentos e bebidas sobre a importância do equipamento”, contou a CEO em sua participação no Fispal Women Connected.

“Não precisamos perder a feminilidade, temos várias características que são importantes no meio, como ser mais detalhista, e temos que usar isso a nosso favor”, defendeu Camila em sua fala no Fispal Women Connected.

Durante o Fispal Women Connected, Katielle falou sobre sororidade.
“Compartilho um pouco o meu dia a dia, a minha vida de mãe que precisa lidar com questões de um filho adolescente e também precisa palestrar sobre o empoderamento de mulheres. Exponho as minhas vulnerabilidades, porque acredito que nos ajuda a construir uma rede e a ser mais fortes como um coletivo.”

No segundo dia da Fispal Tecnologia, dia 25 de junho de 2025, acontece no Mezzanino do São Paulo Expo, mais uma edição do Fispal Women Connected. Mulheres à frente da indústria de alimentos e bebidas estão, cada vez mais, elevando os níveis de eficiência, sustentabilidade e resiliência em nossa cadeia alimentar global. Garanta o seu ingresso em www.fispaltecnologia.com.br

Cida Pastori, em sua fala de abertura no Women’s Networking Breakfast, da FiSA 2024, incentivou as mulheres com palavras de empoderamento. “Não aceitem nada menos do que vocês merecem; o lugar da mulher é no topo, liderando!” Embora o tema esteja em alta, apenas 38% dos cargos de liderança no Brasil são ocupados por mulheres, conforme pesquisa da FIA Business School de 2023.

Gabriela Migotol copartilhou com as participantes do Women’s Networking Breakfast (FiSA 2024) o momento em que estava em uma multinacional, ganhando projeção, mas tomou a decisão de priorizar sua família, casou-se e foi morar no Chile.
“Eu sempre tive o privilégio de conseguir tomar minhas decisões e misturar minha carreira e minha vida pessoal. Hoje estou exatamente no lugar que quero, fazendo o que amo. Mesmo com essa pausa, tudo deu certo.”

Rosana Goldbeck, durante o Women’s Networking Breakfast (FiSA 2024), dividiu com o público que sempre deu muito mais importância para o seu lado profissional e foi deixando os sonhos pessoais de lado. Se pudesse fazer diferente, optaria por equilibrar melhor esses aspectos.
“Minha dica é não esperar o momento certo para ter filhos, por exemplo, porque depois pode ficar mais difícil. Equilíbrio é fundamental”, afirmou a professora e pesquisadora da Unicamp.

“Ter um berçário dentro da empresa é uma ferramenta que ajuda as mães a manterem suas carreiras. Eu trabalho no mesmo andar onde meus filhos ficam no berçário, o que facilita a amamentação e cuidados rápidos”, contou Fernanda Martins durante o Women’s Networking Breakfast (FiSA 2024).
Além disso, ela destacou como a empresa transformou a licença maternidade em uma oportunidade de crescimento para os demais funcionários. Antes mesmo de se tornar mãe, Fernanda se beneficiou dessa política ao cobrir a licença de uma colega na Holanda, uma experiência que acabou impulsionando sua carreira.

Annelise tirou duas licenças maternidade em dois anos. “Em ambas, chegou no quinto mês de licença e eu percebi que era impossível ficar em casa. Liguei para minha chefe e pedi para voltar antes do prazo. Isso também foi importante para eu dar o meu melhor como mãe, da minha forma”, contou no Women’s Networking Breakfast (FiSA 2024).

Ser mãe, esposa e profissional não é uma missão fácil. “Tive que ter coragem para reconhecer que priorizar a festa de fim de ano da minha filha, em vez da reunião com o presidente da empresa, era a decisão certa. Só eu podia estar presente na festa da minha filha, enquanto outras pessoas poderiam participar da reunião”, contou Araceli Silveira.
“Seja a líder que se alegra com a gravidez de suas funcionárias. Seja a líder que incentiva ela a ser feminina, mãe e profissional ao mesmo tempo. Muitas de nós enfrentamos dificuldades em oferecer o que não recebemos, mas precisamos fazer isso”, destacou a VP de Audiência e Sustentabilidade da Informa Markets Latam, organizadora da Fi South America.

Em contraponto com as executivas que contaram sobre o equilíbrio entre maternidade e carreira no Women’s Networking Breakfast, Cristina Faganello contou sobre sua decisão de não ser mãe após os 30 anos. “Eu nasci já sem essa vontade de ser mãe. Por algum tempo, senti uma culpa muito grande, me perguntando se havia algo de errado comigo. O que contou muito para mim foi o meu reencontro comigo mesma”, desabafou.
Cristina também contou sobre os preconceitos que sofreu por ser mulher. “Em uma negociação, um cliente perguntou se ele terminaria com meu gestor homem ou comigo, a ‘Barbie’. Meu gestor me empoderou dizendo que seria comigo porque eu tinha capacidade e expertise para isso.”
Com esse apoio dado pelo gestor, ela entendeu a importância de ter aliados. Por isso, como gestora, investe em um trabalho muito forte de cultura, com mentorias, treinamentos e redes de diversidade com participação ativa dos homens.

Claudia Maia destacou que na PepsiCo as discussões sobre diversidade na empresa envolvem a participação ativa dos homens. “Ao trazer à tona os problemas, fomentamos mudanças reais. Incluir os homens nas discussões os incentiva a praticar a escuta ativa e a compreender profundamente as questões antes de agir. Isso é fundamental”, afirmou durante o Women’s Networking Breakfast.

Alexandra Söderberg nasceu e cresceu na Suécia. A executiva trouxe para o Women’s Networking Breakfast uma percepção de cultura diferente. Ela destacou que no seu país as licenças maternidade e paternidade são iguais, permitindo que ambos os pais se apoiem mutuamente. “Não sou mãe, mas vi muitos casais dividirem esse tempo para que ambos pudessem conciliar trabalho e filhos.”
Em um país mais desenvolvido e com essa mentalidade, as diferenças de gênero são muito menos acentuadas. Por isso, Alexandra chegou ao Brasil com a certeza de que poderia empreender e ser uma líder, mesmo que enfrentasse preconceitos.

Mesmo com a maioria dos seus chefes sendo homens, Soledad Almeida contou que eles foram seus maiores aliados. “Isso é fundamental para a evolução e desenvolvimento da carreira”, afirmou no Women’s Networking Breakfast.
Atualmente, como gestora de outras mulheres, Soledad assegura que há muitos programas dentro das empresas para capacitar mulheres para a liderança, e que é crucial aproveitar essas oportunidades. “As empresas valorizam as colaboradoras que demonstram interesse nos programas de desenvolvimento”, concluiu.

No dia 26 de agosto de 2025, durante a Fi South America, acontece o Women’s Networking Meeting (WNM), um evento exclusivo para profissionais mulheres da indústria de ingrediente, alimentos e bebidas, que tem a missão de promover a equidade de gênero e discutir questões importantes relacionadas à sustentabilidade na indústria, por meio de apresentações e debates com mulheres em cargos de liderança e destaque no setor. ​​O WNM é inspirado no evento que já acontece tradicionalmente na Fi Europe, exclusivo para profissionais mulheres trocarem conhecimento, contarem as suas histórias e incentivarem umas as outras.​​ Para participar, confira as informações em www.fi-events.com.br