O tema segurança alimentar é uma das principais preocupações do momento, que vem influenciando não só a forma com a qual a indústria de alimentos e bebidas conduz seus processos produtivos, mas também o desenvolvimento de embalagens que apresentam informações impressas, devido aos riscos de contaminação relacionados ao uso de tintas e adesivos.

“Como parte integrante da cadeia de alimentos e bebidas, as embalagens devem ser cuidadosamente especificadas. Isso deve ser feito a fim de evitar a transferência de substâncias químicas do material para os produtos. Afinal, a embalagem não deve ser um veículo de contaminação microbiológica, física e, tampouco, química”, ressalta Aline Lemos, engenheira de alimentos da Universidade Estadual de Campinas.

Confira, portanto, a seguir, os tipos de materiais que podem ser utilizados nesse sentido para garantir a segurança alimentar.

Tintas UV

As tintas de impressão devem ser formuladas com matérias-primas desenvolvidas para oferecer baixa migração (ou seja, a menor taxa possível de transferência de substâncias químicas para os alimentos e bebidas) e oferecer a requerida resistência física e química, assim como estabilidade.

Nesse sentido, as tintas que secam por cura ultravioleta – as chamadas tintas UV – saem na frente por oferecerem inúmeros benefícios em relação à segurança alimentar.  Isso porque elas são formuladas por componentes selecionados que garantem a manutenção da taxa de migração em níveis aceitáveis – isto é, dentro do Limite de Migração Específica (LME).

A engenheira de alimentos explica que “a maior vantagem das tintas UV é que elas não emitem compostos orgânicos voláteis (COV), visto que neste tipo de cura, o oligômero e o solvente têm condições de reagir entre si, sendo o solvente incorporado ao revestimento, tornando-as, assim, uma alternativa ecológica às opções feitas com base solvente disponíveis no mercado”.

Além disso, as tintas UV garantem alta produtividade por causa das altas taxas de polimerização alcançadas com a radiação UV, permitindo a formação de polímeros sólidos e insolúveis em uma curta fração de tempo.

Outra tecnologia que apenas recentemente passou a ser utilizada, embora seus fundamentos já fossem conhecidos há bastante tempo, é a secagem por cura com feixes de elétrons (electron beam, EB). Estas tintas não utilizam solventes e, assim como ocorre no processo de cura UV, sua solidificação acontece após a exposição à radiação, que é promovida por feixes de elétrons emitidos por um gerador.

Adesivos à base d’água

Adesivos à base d’água são inteiramente livres de plastificantes para embalagens de alimentos, o que ajuda as indústrias a cumprirem todas as leis vigentes em termos de segurança alimentar.

No contexto dos adesivos à base d’água, o foco dos fabricantes está em assegurar a tranquilidade dos produtores de alimentos e bebidas ao investir sua energia em pesquisas e análises internas. O uso de substâncias críticas está sendo minimizado ao máximo e, quando possível, os componentes migráveis são eliminados completamente.

Além do poder de redução da migração de componentes químicos, os adesivos à base d’água também oferecem benefícios na produção: aplicação limpa e fácil por bico ou roda; poder de aderência igual ou superior aos adesivos convencionais para embalagens e significante aumento de eficiência .

Aline Lemos afirma que “o adesivo de baixa migração à base d’água promove progressos nas áreas de ‘segurança e saúde’, bem como nas áreas de ‘energia e clima’, além, obviamente, de aumentar a qualidade dos produtos.”

Quer saber mais sobre como garantir a segurança alimentar através das embalagens? Continue acompanhando o nosso canal de conteúdo e até a próxima!