A Cultura Lean, ou como também é chamada na indústria, a Lean Manufacturing (Manufatura Enxuta), foi desenvolvida originalmente pela Toyota, na década de 1950 e até os anos 1980 passou por aperfeiçoamentos no seu sistema. Desde então, despertou um interesse grande de empresas dos mais diversos portes e segmentos.

O Lean trata-se de um corpo de conhecimento, cuja maior essência é a capacidade de eliminar desperdícios continuamente e resolver problemas de maneira sistemática.

A seguir, saiba mais sobre a Cultura Lean, seus benefícios e como aplicá-la no chão de fábrica.

Aplicação no chão de fábrica: Como fazer?

“Para aplicar o Sistema Lean é preciso ter um propósito definido, rever processos, aplicando as várias ferramentas Lean, capacitar as pessoas, mudar o sistema de liderança e o modelo mental”, salienta o vice-presidente do Lean Institute Brasil, Flavio Augusto Picchi.

Primeiramente, conforme cita o especialista, é preciso ter bem definido o que é preciso melhorar para tornar a fábrica mais competitiva. O Lean precisa ser pensado como uma metodologia para apoiar objetivos de negócio.

“Algumas empresas dizem que querem aplicar o Lean porque ouviram dizer que é uma metodologia muito efetiva e, começando desta forma, já se inicia o processo de uma forma equivocada”, esclarece Picchi.

Dessa forma, antes de implementá-lo, é importante que o empresário se faça perguntas como: A indústria não está sendo competitiva? Ela não está conseguindo entregar os produtos dentro dos prazos? É preciso reduzir custos, devido à concorrência internacional? Respondidos esses questionamentos e identificando-se os problemas, pode-se implementar o Lean na indústria.

Uma vez definido o propósito, tendo em vista que o maior objetivo da Cultura Lean é propor uma mudança de paradigma, faz-se necessário seguir para a segunda etapa que é a mudança de processos.

No chão de fábrica, para promover essa mudança é preciso entender o que é valor para o cliente. É necessário saber se o público-alvo da indústria em questão busca produtos mais flexíveis, entrega com o tempo adequado, produtos novos, de melhor qualidade, enfim, o que é prioridade para o cliente. Para isso, é preciso analisar processos desde a manipulação da matéria-prima até ela se tornar o produto final.

Outro ponto que cabe destacar para que o sistema seja implantado com sucesso diz respeito à organização do chão de fábrica. A organização da produção em células acaba se tornando um importante passo, bem como uma mudança no modo de produção, priorizando-se a fabricação por demanda, de modo a não deixar os estoques parados.

Depois do foco nos processos, é preciso preparar as pessoas. “O Lean é muito forte em expor problemas, inclusive, fazendo uma gestão visual, de modo que os próprios operários possam, em conjunto com o seu Team Leader, solucionar problemas na base”, destaca o especialista.

Neste aspecto, a liderança é fundamental, pois é necessário que o líder seja visto como um solucionador pelos funcionários.

O último aspecto fundamental na implantação da Cultura Lean diz respeito a uma mudança mental. Ela propõe a quebra do modelo tradicional de modo a expor o problema para os gestores, buscando as melhores soluções para melhorar a produtividade.

Os benefícios do Lean

O Lean traz muitos benefícios, uma vez que a metodologia muda completamente o paradigma da indústria, já que se passa a olhar com mais afinco o fluxo de valor do chão de fábrica. Os ganhos chegam a 30% e pode-se destacar também como benefício a redução de estoque.

Outro ponto a ser observado é o aumento de produtividade proporcionado pelo sistema que acaba liberando pessoas para outras áreas da produção, aumentando a efetividade. “O maior beneficio, a meu ver, é o desenvolvimento continuo das pessoas para que elas colaborem na melhora dos processos”, comenta o vice-presidente do Lean Institute Brasil.

No entanto, para que esse benefício possa efetivamente ser percebido, há o desafio da sustentação do sistema, que só acontece se a implantação for feita respeitando-se as cinco dimensões necessárias. Se isso não for respeitado, conforme o especialista, no segundo ano perdas já começam a ser percebidas e no terceiro ano já haverá um retrocesso total para o processo anterior.

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