O mercado nacional de cerveja artesanal vem crescendo exponencialmente nos últimos anos no Brasil, tanto que a estimativa, segundo Marcus Dapper, mestre cervejeiro, professor e consultor do setor, é a de que, a cada semana, uma microcervejaria seja aberta no País, criando, assim, um ambiente propício para inovações. Afinal, a fatia do bolo está aumentando, mas o número de pessoas que a está dividindo também.
Justamente por isso, durante a palestra “Como criar diferenciais na produção de Cerveja Artesanal”, realizada nesta terça-feira, 26 de junho, na Arena da Cerveja Artesanal da Fispal Tecnologia, o público pôde conferir o que há de mais novo nesse ramo de atividade.“Não basta mais falar que o seu produto é puro malte para vender. Hoje, você tem de ter algum diferencial de conceito. E o que está se vendo de diferente nesse sentido diz respeito aos ingredientes utilizados”, ressalta Dapper.
Basicamente, em termos das matérias-primas clássicas – malte, água, lúpulo e fermento -, o que tem sido percebido é um melhor trabalho da mistura água-malte, que envolve, até mesmo, técnicas históricas de fabricação que tinham sido esquecidas em função da massificação, ocorrida por volta dos anos de 1970 e 1980, principalmente. “Essas técnicas têm sido resgatadas a fim de fazer cervejas cada vez mais personalizadas e diferentes mesmo”, explica.
Além disso, vale destacar o emprego de novas variedades e novas técnicas de uso do lúpulo e o isolamento de novas cepas de fermento, inclusive os brasileiros. “Hoje, por exemplo, já tem empresa aqui no Brasil isolando o fermento que participa da fermentação do cacau para usar na cerveja, o que é uma coisa bem interessante”, conta.
Fora dos ingredientes considerados básicos, as principais inovações são a maturação da cerveja em barris de madeira, as cervejas ácidas, as cervejas com adição de frutas – ou todas elas juntas. “Isso porque já temos cervejas ácidas, com adição de frutas e maturadas em barris de madeira”, conclui o especialista.