Não existe no Brasil uma legislação que permita o transporte de animais abatidos entre propriedades produtoras ou para outros destinos, mesmo que seja para o aproveitamento em produtos a partir de resíduos como é o caso das farinhas para nutrição animal. Isso obriga o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis e possíveis ao produtor, dentro de sua propriedade, para dar um destino às carcaças. Os desafios para pôr esse tipo de projeto em prática são a necessidade de um controle rígido, logística e tecnologia para triturar as peças.

Segundo o pesquisador da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), que atualmente lidera o projeto TEC-DAM (Tecnologias para a Destinação de Animais Mortos), Everton Krabbe, com a carcaça de animais é possível produzir fertilizantes e biogás. Porém, qualquer prática para elaborar outro produto a partir do reaproveitamento de resíduos deve ser estudada para verificar sua viabilidade e potencial de comercialização como garantia de venda.

Animais mortos, quando não utilizados em sistemas de compostagem, deveriam sempre ser esterilizados/pasteurizados previamente ao seu uso, uma vez que podem ser vetores de doenças. O especialista comenta ainda que novas tecnologias poderiam facilitar a vida do produtor, além de ser possível avançar com a industrialização de animais mortos em graxarias específicas, dedicadas exclusivamente a esse tipo de matéria-prima, a fim de que gordura gerada fosse para biodiesel e a farinha para outra finalidade que não a alimentação animal. Ressalta, porém, que todos esses estabelecimentos deveriam ter seus responsáveis técnicos e cumprir com as legislações do SIF (Serviço de Inspeção Federal) e da Vigilância Sanitária.

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