A saúde dos animais, do meio ambiente e das pessoas está mais conectada do que nunca. É por isso que a abordagem One Health vem ganhando espaço na agroindústria, com impactos diretos na segurança alimentar, nas exportações e no bem-estar animal na pecuária.

Ao adotar práticas integradas de saúde animal, investir em biosseguridade na produção de proteína e seguir políticas públicas voltadas à saúde única, o setor se posiciona de forma estratégica e responsável. 

A seguir, entenda como essa transformação está acontecendo e o que ela representa para o futuro da proteína animal.

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O que é One Health e por que esse conceito importa?

Você já ouviu falar do conceito One Health? Essa expressão, traduzida como saúde única na produção animal, representa uma abordagem integrada entre saúde humana, animal e ambiental. Não é apenas um termo bonito: é um novo paradigma que impacta todo o setor. 

Em essência, a One Health entende que o bem-estar dos animais está diretamente ligado à segurança alimentar, à sustentabilidade na criação de animais e à saúde pública. 

Quando falamos de políticas públicas voltadas ao One Health, estamos falando de um esforço conjunto para prevenir zoonoses, garantir qualidade da proteína e cuidar do meio ambiente.

One Health na indústria de proteína animal

Na prática, esse conceito se traduz em práticas integradas de saúde animal: desde a biosseguridade na produção de proteína até rastreabilidade na produção de carne

A indústria de rações, por exemplo, contribui com a reciclagem de subprodutos agroindustriais, reduzindo resíduos e pegada ambiental — um conceito One Health na agroindústria aplicado de forma concreta. 

Além disso, o uso racional de antibióticos, monitoramento de doenças emergentes e bem-estar animal na pecuária integram essa cadeia produtiva de proteína animal e saúde.

Grande equipe de trabalhadores na indústria de proteína animal, todos usando roupas de proteção, incluindo jalecos, toucas, luvas e máscaras, operando máquinas industriais.

Segurança alimentar e rastreabilidade como pilares do One Health

A segurança alimentar é um dos pontos de sustentação da abordagem One Health na indústria de proteína animal.

Para garantir alimentos seguros do campo ao prato, é indispensável investir em práticas integradas de saúde animal e em tecnologias que assegurem a rastreabilidade na produção de carne

Esses pilares funcionam como base para uma cadeia mais transparente, sustentável e responsável, promovendo não apenas a qualidade dos produtos, mas também a confiança do consumidor.

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Rastreabilidade na produção de carne

Os sistemas de rastreabilidade permitem acompanhar todo o ciclo de vida do animal — desde o nascimento, passando pelo manejo e alimentação, até o abate e distribuição. 

Essa prática favorece a biosseguridade na produção de proteína, facilita auditorias e garante que os padrões de bem-estar animal na pecuária estejam sendo cumpridos. 

Para o consumidor final, a rastreabilidade significa acesso a informações claras e confiáveis, reforçando o vínculo de transparência entre indústria e sociedade.

Para o Brasil, representa uma vantagem estratégica no mercado global, já que países importadores estão cada vez mais exigentes quanto à origem e à conformidade sanitária da carne. 

Pessoa fazendo inspeção de carne em supermercado com peças de carne bovina e frango na bancada, verificando etiquetas de qualidade e segurança alimentar.
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Vigilância sanitária na cadeia de proteína

A vigilância sanitária na cadeia de proteína animal atua como um sistema de defesa que protege tanto a saúde humana quanto a animal.

Com inspeções rigorosas, certificações obrigatórias e protocolos de controle, é possível reduzir riscos de contaminação, prevenir surtos de zoonoses e garantir produtos finais de alta qualidade.

Esse controle é vital para manter a integridade da cadeia produtiva de proteína animal e saúde pública, além de ser um diferencial competitivo para frigoríficos que desejam atuar em mercados internacionais. 

Em uma abordagem holística na produção animal, a vigilância sanitária não é um ponto isolado, mas parte de um ecossistema de responsabilidade compartilhada entre produtores, órgãos reguladores e consumidores.

Equipe de trabalho acompanhando o processo de produção de carne em uma fábrica, profissionais usando EPIs em ambiente industrial de alimentos.
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Sustentabilidade e bem-estar animal na abordagem One Health

A sustentabilidade na criação de animais e o bem-estar dos rebanhos são partes indissociáveis da abordagem One Health na indústria de proteína animal. 

Essa conexão vai além da ética no trato dos animais: trata-se de promover uma cadeia produtiva mais equilibrada, que respeite os limites do planeta e garanta segurança alimentar com responsabilidade ambiental.

Sustentabilidade na criação de animais

Reduzir emissões de gases de efeito estufa, utilizar recursos naturais de forma racional e investir em sistemas de manejo que preservem o solo e a água são práticas que refletem a sustentabilidade na criação de animais.

Esse conjunto de ações contribui para uma agroindústria mais resiliente, capaz de atender às demandas atuais sem comprometer o futuro da produção.

A introdução de tecnologias que possibilitam uma produção mais limpa e eficiente — como aquelas aplicadas na carne carbono neutro — demonstra como é possível alinhar produtividade com responsabilidade ambiental. 

Esse modelo não apenas reduz impactos, mas também agrega valor à proteína animal, abrindo portas para mercados que priorizam critérios ambientais e sociais.

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Políticas públicas e tendências do One Health na agroindústria

A consolidação do conceito de One Health na agroindústria depende, em grande parte, da articulação entre setor produtivo e políticas públicas.

O avanço dessa abordagem no Brasil está atrelado a ações coordenadas que envolvem diversos níveis de governo, além de parcerias estratégicas com o setor privado, universidades e organizações internacionais.

Políticas públicas voltadas ao One Health

O governo brasileiro já vem estruturando iniciativas para promover a saúde única na produção animal por meio da cooperação entre os ministérios da Saúde, da Agricultura e do Meio Ambiente.

Essa integração visa combater surtos de doenças zoonóticas, monitorar riscos ambientais e garantir alimentos mais seguros à população.

Entre os destaques, estão programas de vigilância epidemiológica integrada, incentivos à rastreabilidade, investimentos em biosseguridade na produção de proteína e diretrizes para o uso racional de antimicrobianos.

Essas ações demonstram que o conceito One Health na agroindústria não é uma tendência passageira, mas um eixo estruturante para políticas públicas futuras.

A aplicação do conceito One Health na agroindústria está remodelando a forma como pensamos a produção animal: não basta criar mais — é preciso criar melhor, com responsabilidade sanitária, ambiental e social. 

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Investir em práticas integradas de saúde animal, fortalecer a vigilância sanitária na cadeia de proteína, garantir rastreabilidade na produção de carne e incentivar políticas públicas voltadas ao One Health são caminhos para consolidar uma produção ética, segura e alinhada com os desafios dos tempos atuais. 

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