Os robôs estão na indústria há tempos, facilitando todo tipo de atividade. O avanço da tecnologia tem permitido que até mesmo indústrias menores possam automatizar sua produção ao longo de todo o processo, reduzindo o tempo para realização de algumas tarefas, prescindindo ou reduzindo a necessidade da interferência humana em alguns casos e, ao mesmo tempo, otimizando o controle de todas as etapas.
Confira algumas evoluções dos robôs que têm ajudado a indústria de alimentos ao longo de todas as etapas de produção, do corte e desossa (no caso dos frigoríficos), passando pelo embalamento, pesagem, identificação e precificação, chegando à paletização e organização do estoque antes da distribuição. As soluções a seguir foram apresentadas durante o evento híbrido Fispal Tecnologia e TecnoCarne 2022.
Corte e desossa
A Stäubli possui linhas de robôs de quatro e seis eixos especializadas para atuar em ambiente primário, ou seja, na produção. Com a possibilidade de serem usados para corte e desossa, os robôs da multinacional suíça são capazes de facilitar o trabalho em frigoríficos de diferentes tamanhos.
Além de permitir o processo de corte e separação da carne dos demais detritos, o robô permite a higienização de maneira prática, explica Helder Rolim, representante da Stäubli. “Isso quer dizer que, a superfície do robô, seja no acabamento ou na pintura, é feita para evitar áreas de retenção e facilitar a higienização. Está apto a trabalhar em contato com alimentos in natura”, diz o representante.
Para evitar contaminação, o robô usado para corte e desossa tem a opção de atuar com óleo de grau alimentício, que não cause efeitos nocivos ao alimento e também não compromete o desempenho da máquina. Além disso, pode receber detergente e água sem restrição.
Outra questão destacada por Rolim é a capacidade que o robô tem de trabalhar pressurizado. Ele pode suportar pressão positiva interna de 50 milibares sem qualquer efeito negativo e reduzir a possibilidade de resíduos do ambiente interno do robô entrarem em contato com a parte externa do equipamento em algum momento.
Empacotamento
A Aplipack desenvolve robôs que permitem empacotar produtos como carnes e outros alimentos e já fazer a identificação pelo sistema de produção de etiquetas anexado à máquina. Com a combinação dos processos é possível, portanto, empacotar, pesar, identificar e precificar o produto, agilizando todo o processo depois do corte e desossa até a paletização.
Nesse processo, a Aplipack garante ao produtor incluir “informações minuciosas do produto, como as caraterísticas da carne, os ingredientes e eventualmente até a tabela nutricional”, explica Rafael Paióla, desenvolvedor de software da empresa.
A máquina tem também um sistema de banco de dados que consegue associar produtos a tags registradas no sistema, o que agiliza ainda mais o processo de identificação e etiquetagem, conforme a programação definida pela empresa. “Nosso software é embarcado, então a gente consegue fazer todo tipo de adequação. Se for necessário, o próprio cliente tem a personalização na mão”, afirma Paióla.
O software que acompanha o robô de empacotamento, identificação e pesagem também é capaz de registrar movimentações no estoque e produzir relatórios para controle, tudo acessado pelo visor da máquina.
Paletização e estoque
A Magnoflux é uma empresa especializada na produção de equipamentos para final de linha, como paletização e encaixotamento. A empresa firmou uma parceria com a empresa chinesa Estun para fornecimento de robôs para o Brasil com a finalidade principal de levar a automação presente em grandes fábricas para pequenas e médias indústrias.
“A tecnologia é a mesma utilizada por grandes empresas de maquinário, a novidade está no tamanho. A gente foi buscar a parceria porque o custo-benefício é melhor e tem aplicações onde o custo é um limitante”, detalha Edman Souza, diretor de Engenharia da Magnoflux.
O robô é programável e, portanto, pode ser utilizado tanto na produção de alimentos quanto na indústria automobilística, em soldagem, aplicações de adesivo, entre outras funções. Enquanto o robô é importado, acessórios como garras e esteiras são produzidos pela própria Magnoflux.
A linha da Estun comercializada no Brasil pela Magnoflux inclui robôs de seis a 500 kg, sem eixo ou com quatro eixos. No último ano, a empresa chinesa fabricou seis mil unidades para comercialização no mundo todo.
Estocagem e transporte interno
Antes da distribuição, o processo também pode ser facilitado pelos robôs da Omron voltados para estocagem e transporte interno. A mais inovadora solução da empresa é o Moma, uma integração entre robôs móvel e colaborativo, que permite carregar produtos pela área de estocagem com uma programação prévia. “O Moma é programável e configurável, e isso traz mais flexibilização para a fábrica”, diz Renato Osaki, coordenador de Marketing da Omron Brasil.
Na prática, o robô pode ajudar na indústria de alimentos ao transportar insumos de 350 kg a uma tonelada e meia, de um local a outro da área de estocagem da indústria, substituindo empilhadeiras e o trabalho humano mais braçal.
Além da programação que é feita na máquina, e permite entender a área por onde ela pode andar, existe um sonar que identifica os espaços disponíveis e os obstáculos pelo caminho. “O programador pode definir o ponto de parada e o robô define a rota”, explica Osaki. “Ele é capaz de escolher a melhor rota possível e, também, para economizar bateria, encontrar qualquer obstáculo no caminho, ele tem inteligência própria para desviar sem nenhuma programação extra”, completa o coordenador da Omron.
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