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Descubra as tendências de consumo para a indústria de proteína animal em 2024

Article-Descubra as tendências de consumo para a indústria de proteína animal em 2024

mulher segurando embalagem de carne em frente a frigorífico

Refeições fora de casa, expansão das vendas online e adoção de tecnologias inovadoras são algumas das principais tendências para a indústria de proteína animal em 2024. Fique por dentro das novidades para melhorar seu negócio.

Mesmo em meio a mudanças de comportamento dos consumidores e dificuldades econômicas globais, os números da indústria de proteína animal brasileira seguem em crescimento. 

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estima-se que, em 2023, mais de 30 milhões de toneladas de carne de frango, bovina, suína e de peixe de cultivo tenham saído das granjas e fazendas. Desse total, cerca de 9 milhões de toneladas da carne brasileira são destinadas à exportação, tornando o Brasil um dos grandes fornecedores globais de proteína animal. 

Os números vão além dos produtos cárneos. A estimativa é que, em 2023, o consumo de ovos tenha ultrapassado os 52 bilhões de unidades e a produção nacional de leite, a casa dos 34 bilhões de litros. O desempenho positivo da indústria deve-se, principalmente, ao investimento em inovação e tecnologia e às condições climáticas favoráveis do país. 

Esses números são motivo de orgulho, mas também são sintoma de um mercado extremamente competitivo. Para destacar-se e sair na frente, é preciso estar por dentro das tendências de consumo da indústria de proteína animal para 2024, que você confere neste conteúdo. 

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6 tendências de consumo da indústria de proteína animal para 2024

1. Facilidade e praticidade

Segundo um estudo da Kantar, a praticidade e o sabor estão entre os principais motivos que levam os brasileiros a comprar proteínas. Isso faz parte do perfil do consumidor moderno, que não possui tempo livre para preparar suas refeições, e por isso acaba optando por alimentos de fácil preparo ou por refeições fora de casa. 

Neste sentido, para se aproveitar dessa tendência, os empresários da indústria de proteína animal podem investir em opções de produtos congelados e pré-preparados, que tornem o consumo mais prático e rápido. 

Alguns exemplos são empanados congelados, cortes de carne limpos e temperados e refeições prontas que podem ser preparadas no microondas ou na air-fryer, o mais recente eletrodoméstico queridinho de quem cozinha em casa. 

2. Refeições fora de casa

Durante a pandemia, vimos uma volta dos consumidores à cozinha familiar, com mais refeições preparadas e consumidas dentro de casa, em família. Em parte pelas restrições de circulação, que mantinham estabelecimentos fechados e diversos trabalhadores em home office, mas também devido à crise econômica, que impulsionou a diminuição de gastos.
Essa tendência vem sendo revertida no último ano, segundo um levantamento feito pela Kantar.

Durante 2023, o consumo de alimentos fora de casa atingiu o maior patamar desde a pandemia, crescendo 2,5 pontos percentuais. Outros insights importantes da pesquisa são:

  • as refeições compartilhadas geram tickets médios mais altos por pessoa, ou seja, as pessoas tendem a economizar quando estão se alimentando sozinhas - e a gastar mais se estão em grupo; 
  • o café da manhã foi o líder de crescimento nas refeições fora de casa, aumentando quase 5 pontos percentuais;
  • consumidores frequentam bares e padarias mais vezes, no geral.

O aumento das refeições fora de casa também é um reflexo da já mencionada busca por praticidade e facilidade no dia a dia dos consumidores. Para se adequar a essa tendência, a indústria da carne pode focar em produtos para restaurantes, lanchonetes e outros estabelecimentos, que devem aumentar ainda mais a demanda por produtos cárneos em 2024.

3. Vendas online

Essa é outra tendência que tem muito a ver com a busca do consumidor por praticidade. Embora o consumo online de produtos perecíveis como a carne possa parecer contraintuitivo, grandes redes de supermercado como GPA e Carrefour apontam um crescimento exponencial nas vendas online nos últimos anos. Neste sentido, o varejo começa 2024 com grande expectativa. 

O grande desafio aqui, porém, é a logística. As compras de supermercado online precisam ser entregues rapidamente, de preferência no mesmo dia. Isso pede por operações bem estruturadas, com processos bem definidos. A indústria pode fazer seu papel, facilitando o transporte de produtos através de boas embalagens primárias e secundárias, por exemplo. 

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4. Responsabilidade social e ambiental

De acordo com um estudo da Criteo, o consumidor jovem (de até 29 anos) considera fatores como sustentabilidade, acessibilidade, diversidade e inclusão na hora de fazer suas decisões de compras. 

Neste cenário, as empresas que querem se destacar no mercado devem transparecer – através de suas ações, produtos, escolhas, embalagens e peças de comunicação – a preocupação com a sustentabilidade ambiental, o bem-estar animal e a responsabilidade social. 

Uma das mudanças que podem ser realizadas, por exemplo, está no que diz respeito às embalagens dos produtos mais sustentáveis, biodegradáveis ou feitas de material reciclado. Um relatório da Buying Green, de 2023, apontou que 82% dos consumidores se dizem dispostos a pagar mais caro por um produto que tenha uma embalagem mais sustentável. Entre o público mais jovem, o percentual sobe para 90%. 

Dentro da indústria da proteína animal, há também a preocupação ética com o bem-estar animal e a diminuição da crueldade.

Algumas alternativas estão na criação de aves com crescimento lento, ovos de galinhas não confinadas e opções de produtos orgânicos, por exemplo. O mercado de proteínas à base de plantas, substitutas dos produtos de origem animal, também deve crescer, mas a estimativa é que não passe de 2% a 3% do mercado até 2025.

A preocupação com a questão ambiental também é crescente. Um dos acordos assinados pelo Brasil na COP28, no fim de 2023, prevê a redução da emissão de gases do efeito estufa pela pecuária em 25% até 2025. Essa meta pode resultar em novas regulamentações, normas e políticas por parte do governo que terão que ser acatadas pela indústria.

Segundo Paulo Pianez Jr., diretor de comunicação e sustentabilidade da Marfrig, a produção de alimentos não pode ser feita de qualquer jeito, “mas de maneira mais eficiente e conservando os recursos naturais do planeta”, ressalta em entrevista ao Food Connection.

Esse pensamento aplicado na prática fez com que a companhia acumlasse diversas conquistas nos últimos anos, incluindo o prêmio EXAME Melhores e Maiores de 2023. 

Para Paulo, é preciso criar um compromisso de longo prazo com as práticas em ESG. "Mais do que divulgar iniciativas, é essencial que as empresas criem planos robustos que possam ser executados e acompanhados", completa.

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5. Mercado asiático

Para exportadores, é importante ficar de olho no mercado asiático em 2024. Segundo o analista sênior de proteína animal do Rabobank, Nan-Dirk Mulder, 90% do crescimento do mercado de proteínas está nos países emergentes, sendo que 65% concentra-se na Ásia. Apesar de representar uma oportunidade, esse mercado também traz um desafio logístico para a indústria, já que a região não conta com disponibilidade de recursos naturais abundantes. 

Além disso, a abertura de novos mercados também traz novos padrões regulatórios e sanitários que precisam ser adequados pela indústria de proteína animal. 

6. Inovação e soluções tecnológicas

Cada vez mais, as empresas vão precisar aplicar soluções tecnológicas em sua produção, contando com tecnologias emergentes como as inteligências artificiais e o machine learning

Gestão de fazendas, controle de animais, cadeia logística, gerenciamento de fontes de energia e auxílio na nutrição animal, por exemplo, podem ser beneficiados por inovações tecnológicas que automatizam processos, diminuem o risco de falha e aumentam a produtividade e os lucros da indústria. 

“Hoje, a gente atua com bovinos e aves. Com mão de obra humana, é impossível classificar 100% das aves, mas é possível realizar esse processo integralmente com tecnologia de automação para detecção de determinadas condições dos animais, como dermatite, dermatose, entre outras”, conta Flavio Redi, CEO da Ecotrace Solutions

Uma das inovações mais importantes está na área de rastreabilidade de alimentos, que permite monitorar cada etapa da cadeia produtiva de proteína animal, desde o campo até a mesa do consumidor. Assim é possível ter acesso a dados importantes que permitem otimizar custos, aumentar a produtividade e garantir mais segurança sanitária aos alimentos. 

“A fazenda precisa também recorrer às novas tecnologias, porque anotar dados na caderneta não funciona mais. É preciso registrar de modo digital para o sistema organizar esses dados e lançar as informações no software”, afirma Marcelo Coutinho, CEO da Brasil Beef Quality.

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Conclusões

Os robustos números apresentados pela produção de proteína animal brasileira em 2023 revelam um setor em constante ascensão, consolidando o país como um dos principais fornecedores globais. Contudo, diante da competitividade acirrada, é imperativo que os empresários estejam atentos às tendências de consumo para 2024. 

A busca por praticidade, refletida no crescimento das refeições fora de casa e no aumento das vendas online, sugere que investir em produtos congelados, pré-preparados e soluções logísticas eficientes será crucial. Além disso, a responsabilidade social e ambiental torna-se um diferencial importante, conforme os consumidores, especialmente os mais jovens, valorizam empresas comprometidas com a sustentabilidade e o bem-estar animal. 

A adoção de inovações tecnológicas, como a integração de inteligência artificial e rastreabilidade na cadeia produtiva, emerge como um caminho essencial para a sustentabilidade e eficiência do setor. 

Em um cenário de Indústria 4.0, em que a automação e a análise de dados desempenham papéis cruciais, empresas de proteína animal devem abraçar a transformação digital para garantir relevância e prosperidade em meio a um mercado global dinâmico e em constante evolução.

 

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