Alimentos que seguem o movimento clean label (rótulo limpo) são, essencialmente aqueles mais naturais, menos processados e sem aditivos artificiais. Apesar de ainda não existir uma regulamentação que determine o que pode ser considerado clean label ou não, essa categoria de produtos já se consolidou na indústria de alimentos.
Essa tendência alimentar garante ainda ao consumidor mais transparência e segurança para escolher sua compra. Pois oferece alimentos elaborados com menos ingredientes e privilegia aquelas matérias-primas que são conhecidas do público em geral, evitando assim compostos químicos.
"Alimento clean label apresenta como matriz de sua constituição insumos naturais os quais conferem funcionalidade ao produto. A simplicidade e funcionalidade na composição são os principais diferenciais", afirmou Juliana Paes, diretora de inovação da Superbom Alimentos e CEO da Inovar Faz Bem Consultoria.
De acordo com a executiva, atributos do movimento clean label já estavam sendo buscados pelos consumidores, mas o surgimento da covid-19 e suas consequências sociais e comportamentais intensificaram essa procura.
"Funcionalidade e simplicidade foram buscados em grande escala com a vinda da pandemia. Mesmo já sendo uma tendência pré-pandêmica, agora, pós-pandemia, vem crescendo abundantemente. Os consumidores estão querendo saber o que consomem, buscam pelo mais simples e dinâmico, porém com algum benefício intrínseco", disse Paes.
Regulamentação
Produtos com rótulos limpos facilitam o momento da compra para o consumidor. No entanto, ainda existe um ponto de alerta sobre o assunto. Como não há regras para a questão, fica a brecha para que o termo clean label seja usado indevidamente, apenas como marketing. Assim, existe a brecha regulatória para que uma empresa alegue indevidamente na embalagem que se trata de um alimento clean label, mesmo sem atender às demandas básicas do movimento.
"Quanto às alegações, acredito que precisamos impulsionar os órgãos regulatórios para essa tendência, para que possamos deixar cada vez mais claro ao consumidor o que ele está realmente consumindo", ressaltou a diretora de inovação.
Futuro do movimento clean label
Agora que esses padrões de saudabilidade e transparência estão bastante estabelecidos para os clean-eaters, o movimento está começando a ter um olhar mais holístico da alimentação. Assim, começaram a ser pensados critérios como comércio justo e produção sustentável.
"O movimento clean label além da busca pela saudabilidade e simplicidade em alimentos naturais, também se preocupa como está sendo explorado, produzido e comercializado o produto. Essa questão cresce mais lentamente, mas não podemos ignorar sua ascensão", avaliou a ceo da Inovar Faz Bem Consultoria.
A busca por rótulos limpos privilegiou desde os primeiros passos a qualidade nutricional dos alimentos. No entanto, vale lembrar que ao evitar produtos com aditivos artificiais já havia um ganho ambiental, pois muitas vezes esses ingredientes químicos ou seus processos de produção podem causar poluição do solo, da água e lençóis freáticos.
Mais tecnológico
Para Juliana Paes, outra tendência do movimento clean label é buscar e incorporar mais tecnologias da indústria da alimentação que permitam trazer ainda mais benefícios para a saúde do consumidor.
"A indústria que busca alternativas naturais, busca a modernização do consumo pós-pandemia, busca modernizar seus processos, que está relacionada aos novos costumes de preocupação com a saúde, meio ambiente e transparência, vai crescer", afirmou a diretora de inovação da Superbom Alimentos e ceo da Inovar Faz Bem Consultoria.
Assim, profissionais como nutricionistas e engenheiros de alimentos podem explorar ainda mais a expertise do setor da alimentação para, dentro das premissas do rótulo limpo, combinar ingredientes para desenvolver um produto saudável, com sabor e textura palatáveis para os consumidores clean-eaters.
