Conhecido como o boa-praça na maior parte dos países por onde passa, o brasileiro carrega consigo o carisma da sua cultura. O futebol e o samba podem ser as grandes bandeiras. Mas a gastronomia não fica muito atrás. E o estrangeiro tem descoberto que ela vai muito além da caipirinha e da feijoada. 

O Fogo de Chão, rede de restaurantes premium de comida brasileira, é um dos promotores da cultura gastronômica brasileira pelo mundo. E conta com a qualidade da carne brasileira como carro-chefe. Com suas 80 lojas em diferentes países, a empresa leva do corte até o cozinheiro aqui, do Brasil, para servir alguns dos mercados mais disputados do mundo, como o americano. 

Em entrevista exclusiva ao portal Food Connection durante a Fispal Food Service 2024, o head de Marketing do Fogo de Chão, João Galoppi, disse que “a cozinha brasileira é a consagração da nossa marca” e que parte importante da consolidação dessa parte da cultura brasileira está nas mãos das pequenas e médias empresas que atuam aqui, no Brasil. 

“Quando você vai para um lugar, a primeira coisa que você quer conhecer é a gastronomia, e você quer conhecer aquela gastronomia local. Então, essas (pequenas e médias) empresas têm um papel fundamental para vender o Brasil para fora do país”, diz Galoppi. 

Leia a entrevista na íntegra. 

Quais as dificuldades de tocar uma marca desse tamanho, que é consagrada como uma das mais importantes do Food Service no Brasil?

Não é fácil trabalhar com o nosso negócio, com o nosso segmento. A gente tem que ser muito apaixonado. Hoje, o Fogo de Chão tem oito casas aqui no Brasil e 80 espalhadas pelo mundo. Nosso maior desafio é padronizar nossas entregas. Ou seja, a pessoa que tem a experiência no Brasil, vai ter em Miami ou onde for. Isso passa por treinamentos, pessoas e inovação. 

O Fogo de Chão é conhecido por levar um pouco do Brasil para todas essas praças. Qual a importância da cozinha brasileira na consolidação da marca?

João Galoppi, head de Marketing do Fogo de ChãoA cozinha brasileira é a consagração da nossa marca. Hoje nós somos o fogo de chão no mundo inteiro por causa do Brasil por causa da nossa raiz brasileira. Então, apesar de a rede ter evoluído bastante, o DNA dessa marca não mudou. Então, as carnes continuam sendo assadas na churrasqueira, assim como sempre foram no passado. A gente ainda tem o modelo do espeto corrido, que é o que nos tornou conhecidos. Apesar de a gente ter plugado outras experiências no meio. E principalmente as inovações para as mesas de salada, elas passam pelo Brasil. Então, a primeira estratégia é levar o Brasil para fora, não trazer o que é de fora para dentro. Se você for aos Estados Unidos, tem pão de queijo e arroz biro-biro. E o nome do restaurante é Fogo de Chão em qualquer lugar. 

Então a gente tem muito orgulho de ser brasileiro. E tem outra coisa, que a gente leva os gaúchos daqui para lá. Então, você vai conseguir falar inclusive português lá fora.  

Qual a participação das empresas brasileiras na consolidação da imagem do Brasil como o país “boa-praça”, que recebe e atende bem a todos?

O Brasil é uma marca que se vende por si só, independentemente se você está falando de comida, de chinelo, de óculos ou qualquer outra coisa. A bandeira brasileira já agrega valor a determinado produto ou serviço. 

A gente viu que o Fogo de Chão no final das contas não cresceu porque brasileiros vão comer lá. O que a gente viu é que o americano se apaixonou pela forma que a gente faz carne. Lá o churrasco deles é aquele de longa cocção, temperos para caramba. O nosso não, é fogo, carne de boa qualidade e sal, esse é o nosso segredo. E é isso que a gente se cobra para fazer. E a gente vê que isso também tem muito valor com americanos e outros públicos. 

Pequenas e médias empresas podem de alguma maneira ajudar nesse fortalecimento do Brasil como o país que sabe cozinhar, receber o estrangeiro e servir seu próprio povo?

Com certeza. Essas empresas têm papel fundamental. Com relação, por exemplo, a turistas de fora… Quando você vai para um lugar, a primeira coisa que você quer conhecer é a gastronomia, e você quer conhecer aquela gastronomia local. Então, essas empresas têm um papel fundamental para vender o Brasil para fora do país.

E a mesma coisa aqui, para o mercado local. Quando você olha o consumidor brasileiro, ele está em busca de novidades. Ele quer conhecer tendências, os chefes, cenas diferentes. E essas empresas, as pequenas e as médias, são as que conseguem trazer essas tendências de forma mais ágil.

Hoje tem uma tendência dessa cena dos drinques, ganhando cada vez mais espaço dentro dos restaurantes. Então, as empresas que se ligaram nisso já saltaram à frente e estão conseguindo se diferenciar dos seus concorrentes. E uma vez que você entende o seu consumidor e o que ele quer, fica fácil dele voltar no mês seguinte.

 

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