Proteínas a base de plantas, carnes cultivadas em laboratório, bebidas como o leite de barata e insetos. A lista de opções para obtermos novas fontes de consumo e que agridam menos o ambiente não para de crescer.

Gostos a parte, o fato é que sim, precisamos buscar novas formas de nos alimentar. A população que atingirá o número de 10 bilhões de pessoas em 2050 é uma preocupação latente, porém nós já operamos numa margem de sobrecarga em nosso planeta, fazendo com que consumamos quase 2 vezes mais de alimentos que ele consegue regenerar.

Tudo isso resultará para a indústria em um aumento de até 70% na produção mundial e alguns estudos mostram que da forma como está posta hoje, ela só conseguirá atender 50% deste número, fazendo com que a busca por fontes alternativas seja algo essencial. 

Dado o cenário, nos vemos em uma situação delicada que se agrava mais quando somada aos números de desperdício de alimento no mundo. Mas há quem esteja buscando soluções mais rápidas para suprirmos este gap.

Um recente estudo elaborado por uma comissão de 37 especialistas de diversas áreas e publicado pela revista científica The Lancet na semana passada, afirma ter encontrado a Dieta da Saúde Planetária.

Trata-se de uma dieta que defende a ingestão de menores quantidades de alimentos, mas não restringe nenhum, nem mesmo a carne e os laticínios, vilões na produção mundial de gases de efeito estufa. Confira:

 

Quantidades ideais por dia

 

 

  1. Nozes – 50g por dia;
  2. Feijão, grão de bico, lentilhas e outras leguminosas – 75g por dia;
  3. Peixe – 28g por dia;
  4. Ovos – 13g por dia (pouco mais de um por semana);
  5. Carne – 14g de carne vermelha por dia e 29g de frango por dia;
  6. Carboidratos – 232g por dia de grãos integrais, como pão e arroz, e 50g por dia de legumes e verduras ricos em amido;
  7. Laticínios – 250g, o equivalente a um copo de leite;
  8. Legumes (300g) e frutas (200g);

 

A dieta permite consumir 31g de açúcar e cerca de 50g de óleos, como azeite.

Desta forma eles acreditam que conseguiremos, junto a mitigação do desperdício e a produção de novas fontes de nutrição, alimentar grande parte das pessoas sem ser restritivos, evitando ainda que 11 milhões de pessoas morram por ano com doenças como ataque cardíacos, derrames e câncer.

Pode não ser fácil, mas não é impossível adotar estas mudanças e nos educarmos com novos hábitos de consumo e principalmente, a sua quantidade.

No Brasil, 71% dos adultos acima de 16 anos já sabe que uma dieta saudável é aquela com porções mais reduzidas então, a dieta da Saúde Planetária, vem de encontro a este novo padrão que já se desenha na sociedade em busca de nos tornarmos mais saudáveis e em um mundo menos colapsado.

E vocês? Têm acompanhado estas mudanças de longe ou elas já fazem partem do dia a dia? Conta para gente como você está contribuindo para a saúde planetária por meio de seus hábitos de alimentação.

 

* Por Carolina Bajarunas, fundadora da Builders, idealizadora do Foodtech Movement e colunista da Fispal Food Digital.