Falamos bastante, por aqui, a respeito da importância de um sommelier em um restaurante, supermercado ou empórios. Afinal de contas, o conhecimento desse tipo de profissional pode conferir muito mais qualidade às escolhas do consumidor.Entretanto, é de ponderar como os sommeliers compõem as suas cartas de vinho, não acha? Isso porque ele deve saber não apenas quais rótulos caem como uma luva naquele local, mas uma série de outros aspectos – como o próprio conhecimento a respeito do perfil das pessoas que vão ao seu estabelecimento.Por isso, hoje vamos nos aprofundar um pouco mais nesse assunto e conferir como um grande sommelier compõe suas cartas de vinho. Confira!

O que compõe uma boa carta de vinho?

O sommelier é o ponto-chave para oferecer uma carta de vinho didática e informativa, mas idealizada em pontos que fazem toda a diferença, como:

  • O custo/benefício da bebida;
  • A harmonização com os pratos da casa (para restaurantes);
  • A qualidade do vinho.

Para Tiago Locatelli, sommelier do restaurante paulistano Varanda Grill, as melhores cartas de vinho possuem um diferencial. “O ponto principal da criação da carta é aquilo que o cliente quer tomar. Qual vinho ele tomaria? E se aquela bebida faz jus ao preço”, revela o profissional, que também aponta uma importância menor (mas não menos importante) à harmonização nas cartas brasileiras de vinho.“Harmonização é algo que acaba indo para segundo plano, pois o brasileiro não tem o hábito de harmonizar. Geralmente, costuma escolher o vinho antes de se decidir pelo que vai comer”, aponta o especialista.

Dicas para montar excelentes cartas de vinho

Dessa maneira, o profissional deve se preocupar com diversos aspectos-chave para conferir mais credibilidade à adega de vinhos do seu estabelecimento.E, para mantê-la com alta rotatividade, Locatelli também dá a dica. “Vale a pena investir nos vinhos mais procurados. Afinal de contas, não adianta ter vinhos de locais não muito conhecidos do público”, destaca, colocando as preferências do consumidor como um dos pontos mais importantes a serem considerados ao criar uma carta de vinhos.

Por outro lado, generalizar demais a composição do material não é uma opção atraente – nem para o sommelier e tampouco para o restaurante. “Criar uma carta só com vinhos considerados tradicionais também não funciona. O público brasileiro costuma gostar mais de Cabernet chileno e Malbec argentino”, ressalta Locatelli, que também se atenta à preferência do público geral, que fica no equilíbrio de uma bebida nem amarga e nem seca.Assim, a variedade tem que ser um ponto a se considerar, sim, e sempre de olho nas tendências que mais têm movimentado o mercado de vinhos.No caso dos afamados vinhos argentinos, Locatelli explica por que o brasileiro se encanta tanto com a produção dos nossos vizinhos hermanos. “Tem um pouco a ver com o fato de o brasileiro gostar de churrasco, assim como o argentino, e acreditar que o churrasco combina com vinho argentino. Ainda que na Itália se prepare carne e se tome vinho também”, destaca.

No caso da produção sul-americana, conta a favor que os produtos argentinos têm benefícios tarifários e chegam aqui com um valor mais competitivo. Por isso, até, a relação custo/benefício também deve fazer parte de uma boa carta de vinhos.

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