As tecnologias que estavam apenas em filmes estão otimizando a produção dentro da indústria. Se a inteligência artificial aterrorizava humanos em ficções científicas, hoje ela ajuda a identificar problemas na etapa de envase de bebidas, por exemplo. Já as soluções de realidade aumentada, utilizadas na pilotagem de espaçonaves nos cinemas, estão agilizando e barateando processos de manutenção de máquinas.
Ana Lin, diretora de Projetos e Transformação Digital da Bauducco, diz que a tecnologia de realidade aumentada - que ficou famosa depois do sucesso do jogo Pokémon Go - pode servir para encurtar a distância entre as unidades da empresa no Brasil e os técnicos de suas máquinas industriais, que são italianos, em sua maioria.
“Super especialistas ou super conhecedores não se encontra em qualquer lugar. E se você tiver hubs com esses profissionais atuando sem precisar que se desloquem, pode economizar tempo e dinheiro. Você ganha muita agilidade e eficiência na manutenção”, diz Ana.
A executiva afirma que, apesar do frenesi com relação ao metaverso, a tecnologia do momento, a grande tecnologia para os próximos anos, deve ser a de realidades virtual e aumentada, ao menos dentro das plantas industriais. “O metaverso é para o futuro, agora, é muito mais essa mistura entre a nossa realidade e a virtual”, avalia.
Para tanto, as empresas precisam se conectar a hubs de inovação e estar em contato direto com startups para identificar as novidades que resolverão problemas específicos de cada negócio, afirma Ana.
A Octagora é uma das empresas do mercado que atende esse tipo de demanda das empresas, de aproximar técnicos de manutenção do maquinário industrial sem a necessidade de deslocamentos. A ideia da empresa é usar tecnologia para que, mesmo à distância, os técnicos possam se fazer presente nas plantas industriais, como se estivessem ao lado dos gestores.
“A gente atende empresas de manutenção de maquinaria e muitas vezes as visitas são improdutivas e longas, com um longo downtime gerado pelos deslocamentos”, diz Marcelo Marcelo Izumi, cofundador e diretor de Negócios da startup.
Para realizar esse trabalho, a empresa utiliza óculos de realidade aumentada. O device é usado pelo colaborador ou gestor da indústria, utilizando o software do celular para transmitir as imagens e os sons ao técnico, que está em outra localidade.
O técnico, visualizando o equipamento, consegue dar as diretrizes ao gestor ou colaborador para identificar os problemas na máquina. Dessa maneira, ele pode ver qual o problema e simplesmente pedir que a pessoa que está no local pressione determinado botão ou movimente alguma peça em casos que não requer nenhuma manutenção de fato, reduzindo tempo de máquina parada.
Inteligência artificial na linha de produção
Outra solução cada vez mais presente nas plantas industriais do setor alimentício é a inteligência artificial. A Heuft, empresa que desenvolve esse tipo de tecnologia, tem utilizado suas soluções na identificação de corpos estranhos no fundo de garrafas e em recipientes com defeito.
Com equipamentos no mercado há mais de 10 anos, ainda quando a utilização dessa tecnologia estava engatinhando no mercado, a Heuft já conseguiu evoluir no treinamento de seus robôs, o que melhora a precisão da máquina, afirma Rafael Carnevale, gerente de vendas técnicas da empresa.
“Usando o aprendizado de máquina (machine learning), a gente consegue hoje diferenciar impurezas no fundo de garrafas com até 98% de acurácia”, diz o representante da empresa. “Para que eu faça com que o sistema diferencie um objeto do outro com esse nível de precisão, eu preciso de muitos dados capturados e analisados ao longo dos anos”, explica.
O uso da inteligência artificial nessa fase do processo de produção de bebidas busca deixar no passado o sistema raio-x, tecnologia utilizada para verificar impurezas mais visíveis e garrafas fora do padrão, mas que pode apresentar ruídos na identificação por conta da qualidade da imagem.
No varejo, a tecnologia já está sendo empregada, por exemplo, na pesagem de itens como verduras, frutas e carnes, em associação com tecnologias de comando de voz ou de reconhecimento por imagem. “Na versão torre das nossas balanças, temos a detecção do item via imagem, com pesagem e impressão automatizadas”, explica Gustavo Cruz, analista de produtos para o varejo da Toledo do Brasil.
A tecnologia permite também a reunião de dados e a produção de relatórios de vendas e de produtividade por operador. “Se o varejista utilizar a Cloud Prix (serviço de nuvem da Toledo) para extrair relatórios, ele vai ter uma conta e conseguir ter acesso facilitado a todos os dados do parque de balanças dele”, diz Cruz.
A proposta da Toledo é reunir os dados em nuvem para avançar no aprendizado de máquina (machine learning), que permite, com um banco de dados vasto, tornar cada vez mais eficiente a leitura automática via reconhecimento por imagem dos itens pesados. Quanto mais imagens reunidas na nuvem, maior a capacidade de a máquina identificar os itens. “Com isso, uma balança que aprende pode ensinar as outras por meio da reunião das informações na nuvem”, detalha o representante da empresa.
As melhores soluções para a indústria de alimentos, bebidas, proteínas e embalagens podem ser encontradas na Fispal Tecnologia e TecnoCarne, que acontece até 24 de junho, no Expo São Paulo. Os mais de 350 expositores também estão na Plataforma Digital Fispal Tec, um espaço virtual de negócios e conhecimento que conecta as melhores empresas a um público qualificado nos 365 dias do ano. Faça aqui seu cadastro único e tenha acesso ao evento e à plataforma digital.
Serviço:
Fispal Tecnologia & TecnoCarne
Data: 21 a 24 de junho de 2022
Horários: Terça a quinta-feira: 13h às 20h. Sexta-feira: 13h às 18h
Local: São Paulo Expo Exhibition & Convention Center
Promoção e Organização: Informa Markets Brasil
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