A exportação de alimentos compreende diversos conhecimentos, uma vez que a atividade requer muito planejamento, critérios e normas do que aquelas previstas no comércio nacional.
Ao mesmo tempo, o mercado de exportação brasileiro não para de crescer. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) quer aumentar a participação do país de 7% para 10% em 5 anos.
E o Brasil já está se consolidando como referência para alguns tipos de produtos. A cachaça, por exemplo, já é o terceiro destilado mais consumido no mundo. Além disso, o Brasil é precursor na exportação de ingredientes orgânicos para cosméticos, como chá mate, açúcar e óleo de palma. Ambos os dados de acordo com a Apex-Brasil.
Quer entender melhor como fazer a exportação de alimentos de forma correta e aproveitar a oportunidade desse setor em pleno crescimento? Continue com a leitura desse artigo!
Tendências em embalagens para exportações
Há uma crescente preocupação e demanda pela sustentabilidade ambiental. E, como as embalagens estão entre os principais resíduos que prejudicam o meio ambiente, a busca por materiais alternativos tem aumentado.
“A tendência do comércio exterior a cada dia que passa é ter tolerância zero com produtos e embalagens que não seguem os padrões ecológicos. Um dos exemplos recentes, foi a decisão da China em outubro de 2017, de não importar mais produtos que não possuam embalagens ecologicamente corretas”, afirma Edson Saito, gestor do Núcleo de Comércio Exterior da Câmara de Comércio do Mercosul e União Latino América.
Saito ainda alerta para o fato de que é preciso tomar um cuidado redobrado com os fornecedores das embalagens, caso elas não sejam de fabricação própria, verificando todas as matérias-primas e as certificações das indústrias fabricantes das mesmas.
“Quando se trata de papel e madeira nas embalagens, a maioria dos países exigem a certificação de origem ecológica dessa matéria-prima”, alerta. Além, disso, é fundamental ter um fornecedor que se mantenha sempre auditado e em conformidade com as normas exigidas.
Foco no mercado que será trabalhado
A exportação de alimentos ainda requer profundo entendimento do mercado no qual os seus produtos serão inseridos.
“Com esse conhecimento travado, é necessário estudar toda a legislação que o país possui em relação a exportação, principalmente ao que tange as embalagens internas e externas do produto, tipo de transportes e afins, pois se essas especificações não forem atendidas, a exportação será inviabilizada”, recomenda Saito.
Esse é um primeiro passo de extrema importância, uma vez que o entendimento do país de destino evita desencontros e torna a exportação efetiva, minimizando riscos e, até mesmo, evitando a perda de produtos que não poderão ser comercializados.
Relação entre embalagem e o shelf life dos produtos
Outro fator de extrema importância está em pensar a embalagem de forma a preservar ou aumentar a validade do produto. Afinal, a mercadoria precisa chegar ao país de destino em boas condições para que seja possível comercializá-la.
“As legislações nacionais, assim como as internacionais, se preocupam em relação ao que tange a embalagem, principalmente em qual será o tipo de material “que tocará” o produto para que o mesmo não sofra contaminação ou adulteração, de modo a garantir a sua qualidade e durabilidade”.
O especialista ressalta que, na maioria dos casos, as embalagens possuem várias camadas, além de uma necessidade de armazenamento em paletes ou outras estruturas para que as mercadorias possam ser distribuídas. Por isso, esses materiais também precisam cumprir com os padrões requisitados pelo país de destino.
“Um exemplo a ser dado é o não transporte de fauna acidental do país exportador para o país importador, tais como insetos, que podem ocasionar desequilíbrios nos ecossistemas do país importador. Como cumprimento a essa especificação, em de caso de caixas, paletes e estruturas de madeira em geral, é utilizado o esterilizante de brometo de metila, eliminando a existência de insetos”, complementa.
Providências a serem tomadas para a exportação
O especialista ainda aponta as providências que devem ser tomadas antes de realizar a exportação de alimentos:
- Definir os procedimentos e rotinas necessários para a exportação;
- Possuir funcionários treinados para exercer as funções de exportação;
- Contar com prestadores de serviços altamente qualificados;
- Desenvolver um Sistema de Qualidade que analise o produto e suas respectivas embalagens, não permitindo que a embalagem possa conter características que firam as exigências internacionais do país em questão.
A Câmara de Comércio do Mercosul e União Latino América também estará presente na Fispal Tecnologia. Faça seu credenciamento online e confira as principais novidades, tendências e soluções para a indústria de alimentos e bebidas!