A indústria mundial vive um processo de transformação que pode redimensionar sua capacidade produtiva e estabelecer novas diretrizes. Tecnologias como internet móvel, inteligência artificial, automação, além do aperfeiçoamento de sensores, no campo genético e na nanotecnologia, trazem possibilidades econômicas ilimitadas. Mais do que meras mudanças, estamos em meio a uma verdadeira revolução, conhecida pelo termo de Indústria 4.0.

 “Quando analisamos os impactos da Indústria 4.0, podemos perceber que os benefícios se estendem muito além do ganho de produtividade no chão de fábrica. Em resumo, vamos observar que as empresas do setor de alimentos e bebidas que primeiro se prepararem para este novo ambiente conseguirão fidelizar mais clientes, além de aumentarem sua lucratividade pelo controle do processo produtivo e de sua cadeia de valor”, aponta Paulo Roberto dos Santos, consultor especialista em Indústria 4.0

No que se refere à produção, os benefícios são imensos. A maior conectividade entre as máquinas, por exemplo, ampliará o controle dos processos. “A conectividade e a comunicação entre máquinas e equipamentos nos processos produtivos proporcionarão uma transparência e um controle na produção jamais imaginados, trazendo dados reais a todo momento, facilitando o planejamento e a tomada de decisão”, avalia Santos.

Até mesmo a manutenção dos equipamentos pode ser beneficiada pela adoção dos novos conceitos. Os sensores que monitoram as máquinas conseguirão detectar pequenos desvios de funcionamento e possibilitarão antecipar as ações. Assim, propiciarão um aumento significativo de disponibilidade e evitarão as perdas por paradas de produção.

Outra vantagem na adoção da Indústria 4.0 é a dinamização no fornecimento. Algo que, para a indústria alimentícia, dependente de diversos segmentos de matéria-prima, tem importância crucial. “Olhando para a cadeia produtiva, destacamos a grande troca de informação entre clientes e fornecedores, de maneira que seja possível antecipar muito as demandas e proporcionar o equilíbrio nos processos produtivos”, salienta.

Ao se analisar as possibilidades de intercâmbio com os consumidores, por sua vez, os ganhos do setor de alimentos e bebidas podem ser inestimáveis. O especialista lembra que os clientes poderão, por exemplo, interagir com aplicativos no ponto de venda e ganhar um auxílio para escolher opções mais adequadas ao seu perfil. O dinamismo é tamanho que não parece irreal pensar em personalização imediata de produtos e até mesmo de embalagens.

“Imaginemos que o consumidor tenha em sua família diferentes preferencias em relação ao sabor de iogurte e queira adquirir uma bandeja somente com os sabores que atendam sua família. Isso será possível”, garante Santos. “Também dá para pensar em máquinas nos pontos de vendas que criem embalagens personalizadas conforme cada necessidade, sem aumento no custo de produção”, conclui.