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Cervejaria transforma lixo em receita e protege o meio ambiente

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Entenda como o Grupo Petrópolis fatura R$ 24,5 milhões ao ano só com reutilização de resíduos.

Além de combater o descarte incorreto e a consequente poluição e degradação ambiental, iniciativas voltadas para o reaproveitamento de resíduos podem ser lucrativas, é o que mostrou o relatório de sustentabilidade da cervejaria Petrópolis, apresentado neste mês de julho e que trouxe o balanço das ações da empresa ao longo de todo o ano de 2021.

A empresa conseguiu reverter parte das 8 mil toneladas de resíduos produzidos na fabricação e envase de seus produtos em receita, chegando, com isso, a um incremento de R$ 24,5 milhões no seu faturamento anual.  

A proposta da cervejaria é evitar que qualquer resíduo gerado na indústria deixe de ter o destino correto, afirma Alaercio Nicoletti, head de sustentabilidade e inovação do grupo. 

O executivo explica que apenas 0,2% dos resíduos gerados pela empresa precisam ser aterrados. Esse percentual diz respeito ao lixo de banheiro de uma das unidades da rede. “É o único lixo que a gente não consegue incinerar e não consegue dar outro destino”, explica. 

Mas todo o material orgânico é transformado em ação ambiental - e dinheiro - no final das contas. Resíduos de lúpulo, levedura e malte - utilizados na fabricação da cerveja - voltam ao meio ambiente, e em locais onde são importantes. É o caso da casca de malte, por exemplo, utilizada em um mercado pulsante no Brasil, a pecuária. O material é destinado a criadores de gado para alimentação do rebanho. 

Outro exemplo de produto reutilizado é o resíduo oriundo do esmagamento dos cereais. Na operação da Petrópolis em Pernambuco, esse tipo de resíduo costuma ser utilizado na produção de tijolos voltados para a construção civil. 

Embalagens

E os materiais inorgânicos também têm alto valor quando destinados corretamente, com as embalagens sendo ponto central da política ambiental da cervejaria. A Petrópolis trabalha com logística reversa desde 2015 e lançou, em 2019, um programa de créditos para conseguir resgatar o maior número possível de material e dar um destino útil a ele, fazendo o rastreamento e a recolha depois do consumo. 

A destinação das embalagens é feita, preferencialmente, aos mesmos fornecedores, o que facilita a troca do material reciclável por novos vasilhames. Isso também ajuda a reduzir o gás carbônico gerado durante o deslocamento de veículos nesse processo.  

E mesmo nessa fase de transporte dos materiais, também é possível otimizar a utilização de alguns resíduos que nada têm a ver com a cerveja. Os pneus da frota dos 10 mil caminhões, que levam os produtos do grupo para todo o Brasil, são encaminhados para empresas que produzem grama sintética. 

Nicolleti reconhece que, mais do que reaproveitar ao máximo os resíduos gerados ao longo da cadeia, é preciso reduzir a sua produção dessas sobras para que a menor quantidade possível de material seja retirada da natureza ao longo de todo o processo. “Não produzir resíduo é importante. Nós temos um trabalho muito forte na redução de desperdício, e, com isso, conseguimos diminuir em 20% a quantidade de plástico nos últimos anos”, detalha o executivo. 

Água 

E essa redução de exploração da natureza passa principalmente pelo trato com a água. De 2011 a 2020, a Petrópolis conseguiu reduzir em 27% a quantidade de água utilizada na produção de cada litro de cerveja, evolução que foi freada durante a pandemia, mas que deve voltar a registrar bons números com o restabelecimento da normalidade. 

Diego Gomes, diretor industrial da empresa, diz que há uma evolução nas tecnologias nos últimos 30 anos que permitiu a redução gradual e consistente da utilização de água. Um mercado que já utilizou 15 litros de água para fazer um litro de cerveja agora trabalha para solidificar patamares abaixo dos 3 litros. 

“A gente utiliza de 3,3 litros de água por litro de cerveja até 2,7 litros, almejando 2,5 e até 2,3 litros. São indicadores que o Japão trabalha com a escassez de água que eles possuem”, explica Gomes

 

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