Começaram as exportações de carne bovina brasileira in natura para os Estados Unidos. Marfrig Global Foods e JBS já enviaram seus contêineres, de acordo com informações do MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento). O processo de habilitação dos frigoríficos foi concluído após um acordo comercial entre Brasil e EUA, firmado em agosto, após anos de negociação. Agora, 14 estados livres da febre aftosa com vacinação podem vender carne in natura para o mercado norte-americano, que já é tradicional importador de carne industrializada brasileira.
Frigoríficos interessados precisam pedir a habilitação ao MAPA, se já tiverem registro no SIF (Serviço de Inspeção Federal). O Ministério checa os requisitos sanitários que as autoridades americanas exigem. Se a empresa atender às exigências, o estabelecimento é indicado aos Estados Unidos, que faz a homologação baseada no acordo de equivalência. Depois, a exportação é autorizada. A seguir, Breno Felix, CTO da AgroTools, comenta sobre como aproveitar essa abertura de mercado.
Atenção aos acordos e às regras
“A abertura oferece mais possibilidades para os frigoríficos. Em relação aos produtores, algo que devem estar atentos é sobre os acordos e regras socioambientais referentes às terras usadas para a produção de bovinos, visto que com o fluxo de carne in natura para os EUA, esses acordos ficarão mais evidentes e exigidos pelas empresas compradoras de lá”, afirma.
Exigências fundamentais
“Principalmente as exigências quanto aos critérios prioritários de sustentabilidade, como o cumprimento do código florestal, controle do desmatamento, sobreposição com áreas protegidas, embargos ambientais e trabalho análogo ao escravo, deverão ser intensificados. E no caso de mercados mais exigentes por qualidade, os produtores deverão se preocupar mais com o melhoramento genético voltado a carnes com mais marmoreio e carcaças com melhor acabamento”, diz Felix.
Efeito positivo para novos mercados
“Um ponto importante é que ao obter o status de habilitado a vender para os Estados Unidos, somos beneficiados por um efeito de percepção positiva sobre a carne do Brasil, pois se eles liberaram, então significa que estamos aptos a atender todos os outros mercados em que a ‘régua’ de exigências seja balizada em linha com a deles”, comenta o especialista.