O consumo de produtos sem glúten no Brasil não para de crescer, seja por necessidade ou por escolha ligada ao bem-estar e à busca por uma dieta sem glúten.
Esse movimento fortalece a indústria de alimentos gluten free, que hoje investe em inovação, certificações e novos formatos de produtos para atender a uma base de consumidores cada vez mais diversificada.
Para empresas do setor, acompanhar as tendências de alimentos sem glúten é mais do que uma oportunidade: é uma estratégia para se destacar em um mercado competitivo, ampliar portfólios e atender às exigências de um público que valoriza qualidade, segurança e transparência.
Visão geral do mercado de alimentos sem glúten
O mercado de alimentos sem glúten vive um momento de expansão, impulsionado tanto pela necessidade de atender pessoas com intolerância ao glúten e doença celíaca, quanto pela adesão crescente de consumidores que enxergam na dieta sem glúten um estilo de vida mais saudável.
Esse movimento fortalece a indústria de alimentos gluten free, que hoje investe em inovação, certificações e portfólios diversificados para atender à demanda.
Com a ampliação do acesso e maior conscientização sobre saúde e bem-estar, o segmento se consolida como uma das tendências de alimentos gluten free mais promissoras no Brasil e no mundo.
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O mercado de alimentos sem glúten vem apresentando avanços consistentes, impulsionado tanto pela demanda de pessoas com intolerância ao glúten quanto pelo público que busca uma dieta sem glúten por estilo de vida ou percepção de bem-estar.
Globalmente, o setor foi estimado em 7,43 bilhões de dólares em 2024 e deve quase dobrar de tamanho até 2032, alcançando 15,45 bilhões de dólares, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 9,6%.
No Brasil, o cenário é ainda mais promissor. De acordo com a Mordor Intelligence, o crescimento do mercado sem glúten no país segue em ritmo acelerado, com projeção de CAGR de 10,7% entre 2020 e 2025 — a maior taxa da América do Sul. Hoje, o Brasil responde por mais da metade do mercado regional, reforçando seu papel de liderança no segmento.
Entre os fatores que estimulam esse avanço estão a inovação em alimentos sem glúten, a expansão de canais de distribuição e o aumento da consciência do consumidor sobre saúde e bem-estar.
O relatório da Verified Market Research aponta que a região Sudeste concentra 64% do consumo de produtos sem glúten no Brasil, reflexo do maior poder aquisitivo e da ampla oferta em supermercados e e-commerces.
Aproximadamente 38% dos consumidores da região já consomem regularmente alimentos sem glúten para celíacos e para dietas alternativas.
Esse crescimento abre espaço para diferentes oportunidades. Pequenas empresas podem investir em produtos funcionais sem glúten ou nichos como produtos plant-based e sem glúten, enquanto grandes indústrias encontram potencial para ampliar portfólios e disputar espaço com marcas líderes em alimentos sem glúten.
Em todos os casos, a busca por certificação gluten free e transparência nos rótulos torna-se decisiva para conquistar a confiança do consumidor.
Fatores que impulsionam esse crescimento
O consumo de produtos sem glúten no Brasil não está restrito a quem tem intolerância. Muitos consumidores optam pela dieta sem glúten por associarem a prática a uma alimentação mais leve e funcional.
A retirada do glúten pode reduzir a sensação de inchaço, melhorar a digestão e estimular escolhas mais nutritivas, como farinhas de amêndoas ou castanhas. Essa percepção fortalece as tendências de alimentos gluten free como parte de um estilo de vida saudável.
Outro fator de peso para o crescimento do mercado sem glúten é a demanda de pessoas diagnosticadas com doença celíaca ou intolerância ao glúten.
A condição autoimune da doença exige eliminação completa do glúten para evitar danos ao intestino, enquanto a intolerância provoca sintomas desconfortáveis, embora não cause lesões permanentes.
Além da saúde, o comportamento do consumidor sem glúten está cada vez mais ligado à transparência. A procura por produtos com rótulos limpos, sem aditivos artificiais e com ingredientes familiares, faz crescer a exigência por certificação gluten free.

Por que a indústria deve investir em alimentos sem glúten?
O crescimento do mercado de alimentos sem glúten cria um ambiente fértil para inovação e expansão de portfólio. Consumidores buscam produtos que aliam sabor e confiança, abrindo espaço para marcas que se posicionam de forma estratégica no segmento.
Além de atender às demandas de quem tem intolerância ao glúten ou doença celíaca, a oferta de produtos funcionais sem glúten conecta-se a tendências mais amplas de alimentação saudável, transparência e sustentabilidade.
A relevância da certificação gluten free nos alimentos
A certificação Gluten-Free tornou-se um pilar de credibilidade no setor. Ela garante que os produtos contenham menos de 20 ppm de glúten, padrão aceito internacionalmente para segurança de pessoas com sensibilidade ou celíacos.
O Padrão de Certificação da FoodChain ID é um exemplo que atesta rigor em todo o processo, desde práticas de fabricação até testes laboratoriais.
Para a indústria, investir em certificações não só amplia a confiança do consumidor como agrega valor à marca. Já para o público, é sinônimo de segurança e variedade de opções, reforçando a lealdade às marcas que priorizam a transparência.
Conexão com outras tendências (plant-based, low-carb, natural)
O comportamento do consumidor sem glúten está cada vez mais alinhado a outras tendências, como o consumo de produtos plant-based e sem glúten, opções low-carb e rótulos naturais. Ao unir essas frentes, a indústria oferece alimentos que atendem múltiplas necessidades nutricionais e de estilo de vida.
O resultado é um mercado em expansão, onde os alimentos sem glúten para celíacos também atraem consumidores que desejam reduzir inflamações, buscar mais fibras e proteínas vegetais e adotar escolhas mais éticas e sustentáveis.
Essa convergência de tendências cria oportunidades no mercado sem glúten para empresas de todos os portes.
Relacionado: Novidades no mercado plant-based: 8 tendências para ficar de olho em 2025: Os melhores alimentos sem glúten para a indústria investirProdutos sem glúten como diferencial competitivo
Mais do que atender a uma necessidade específica, os produtos alternativos ao trigo se transformam em um diferencial competitivo. A indústria que investe em inovação fortalece sua reputação e se posiciona entre as marcas líderes em alimentos sem glúten.
Essa estratégia gera valor agregado, amplia o alcance junto a novos públicos e torna a empresa mais relevante em um cenário onde saúde, bem-estar e responsabilidade ambiental orientam as decisões de compra.
Quais alimentos sem glúten têm mais potencial?
O avanço do mercado de alimentos sem glúten abre espaço para diferentes categorias de produtos que podem ser exploradas pela indústria.
De grãos e farinhas naturalmente livres de glúten até snacks, pães e sobremesas, a diversidade de alternativas mostra como os produtos funcionais sem glúten têm conquistado consumidores em busca de saúde, sabor e inovação.
Grãos e farinhas naturalmente sem glúten
Entre os alimentos com maior potencial estão os produtos alternativos ao trigo, como farinha de arroz, grão-de-bico, aveia certificada, sorgo, quinua, amêndoa, linhaça e chia. Cada uma delas tem características específicas — algumas oferecem estrutura, outras leveza, sabor ou aporte nutricional.
Geralmente são usadas em combinações que simulam as funções do glúten nas receitas. Esse portfólio diversificado amplia as oportunidades no mercado sem glúten, permitindo criar pães, massas e bolos que atendem às exigências de quem busca qualidade sensorial e benefícios funcionais.

Snacks e produtos de panificação
Os snacks e os produtos de panificação sem glúten representam uma das áreas de maior crescimento dentro da indústria de alimentos gluten free. Chips assados de batata-doce, biscoitos de arroz, cookies sem glúten e pães de farinhas alternativas são exemplos que já conquistaram espaço nos supermercados.
Doces e sobremesas gluten free
No universo da confeitaria, os chocolates, doces e sobremesas sem glúten ganharam destaque como alternativas saborosas e seguras. Bolos de chocolate, brownies, tortas, cookies e pudins feitos com farinhas de arroz, amêndoa, tapioca ou fécula de batata são alguns exemplos já disponíveis no mercado.
Essas opções reforçam a inovação em alimentos sem glúten, permitindo que consumidores intolerantes ou adeptos da dieta sem glúten não precisem abrir mão do prazer de comer doces.
Para as marcas, trata-se de um segmento estratégico para diversificar linhas e competir com as marcas líderes em alimentos sem glúten.
Bebidas sem glúten com apelo funcional
O segmento de bebidas sem glúten vem ganhando espaço no mercado, impulsionado pela combinação de saúde, sabor e praticidade.
As kombuchas veganas e sem glúten são um exemplo de sucesso: marcas brasileiras como K-Happy Kombucha, Puro Verde e High Kombucha oferecem versões livres de glúten, lactose e conservantes, alinhadas às tendências de consumo mais conscientes.
Outro destaque são os leites vegetais — de amêndoa, coco, soja, aveia certificada e ervilha — que unem o movimento plant-based e sem glúten a uma forte demanda por alternativas ao leite tradicional.
Já os smoothies sem glúten, preparados com frutas, vegetais, leites vegetais e sementes, oferecem uma opção nutritiva para momentos de pré e pós-treino, reforçando a percepção de produtos funcionais sem glúten com apelo saudável e inovador.

Marcas que investem em alimentos sem glúten
O fortalecimento do mercado de alimentos sem glúten no Brasil se reflete em empresas que já apostam em linhas exclusivas e certificadas.
Essas marcas mostram como a indústria de alimentos gluten free está em plena expansão, oferecendo variedade, inovação e qualidade para atender tanto os celíacos quanto os consumidores que optam por uma dieta sem glúten como estilo de vida.
1) Wickbold – Linha Sem Glúten
A Wickbold mantém uma linha exclusiva de produtos sem glúten, com pães como Original e Multigrãos, além de bolinhos e panetones. Todos são livres de glúten e lactose, produzidos com controle rigoroso para evitar contaminação cruzada.
2) Kodilar – Natural Life Sem Glúten
A Kodilar desenvolve seus itens em fábrica exclusiva para produtos sem glúten, garantindo segurança e qualidade. O portfólio inclui produtos como sequilhos de leite, chips de arroz integral e milho, tahine sem glúten e pães multigrãos veganos.
3) Aminna Alimentos
Com mais de 25 anos de experiência, a Aminna é especializada em produtos sem glúten e sem leite. A marca oferece pães, farinhas, biscoitos e bolos, todos pensados para atender consumidores com restrições alimentares.
4) Abra Cadabra Cereal
A Abra Cadabra se destaca pelos cereais matinais sem glúten, sem açúcar e ricos em proteína, em sabores como Double Chocolate e Berry Citrus. A proposta é unir sabor, saúde e praticidade em uma opção inovadora.
5) Schär
A Schär é uma marca internacional reconhecida por sua liderança em alimentos sem glúten. Presente no Brasil desde 2012, a empresa se destaca por oferecer pães sem glúten, farinhas especiais e novidades como o pão francês sem glúten e sem lactose.
Todos os itens são elaborados com ingredientes selecionados e sem conservantes, ideais para celíacos, pessoas com intolerância ao glúten ou consumidores que buscam uma alimentação saudável e equilibrada.
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