Por questões culturais brasileiras, não se costuma relacionar o happy hour ao consumo de vinhos ou de espumantes. Isso faz com que a ideia de encontro regado a espumantes seja, além de original, uma boa oportunidade para aumentar o consumo desse tipo de bebida em seu estabelecimento, que o Brasil produz com qualidade e a preços atraentes.

“Habitualmente, para um fim de tarde, busca-se os espumantes mais leves e mais frutados”, explica Artur Azevedo, presidente da ABS-SP (Associação Brasileira de Sommeliers – São Paulo), como os proseccos, “mais leves, agradáveis, mais frutados e menos sérios”. Ele cita ainda os espumantes do tipo rosé, bem frescos, com aromas de frutas vermelhas. Em uma ocasião como um happy hour, “é uma questão de buscar os mais frescos, mais frutados e mais leves”, frisa o presidente da ABS-SP.

Segundo Azevedo, bons espumantes têm vindo de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, desde os mais baratos, de R$ 40 a R$ 50, até os mais caros, na faixa de R$ 100. “Mas em um happy hour, eu iria nos mais baratos”, sugere. O especialista considera uma ideia muito interessante utilizar espumantes em ocasiões desse tipo, “sem aquela formalidade, como uma opção que você pode beber sem frescura, não tem sentido a formalidade nessa situação”.

Paladares feminino e masculino

Na opinião de Azevedo, definitivamente, não há distinção entre os paladares feminino e masculino. “Ambos podem ter os mesmos tipos diferentes de paladar.”  Ou seja, é mito aquela história de que elas preferem bebidas mais doces. Inclusive, para uma happy hour, o especialista não indica espumantes doces, por causa do horário. Já as bebidas com as três características citadas antes (frescor, aroma frutado e leveza) vão agradar a todos. A doçura deve vir da própria fruta madura utilizada no espumante, sem adição de açúcar.

Essa escolha será adequada para os petiscos mais usados em happy hours, como salgadinhos, inclusive fritos. “Com espumantes de boa acidez, não há problema que os petiscos tenham um pouco de gordura.” Azevedo comenta que os nossos salgadinhos mais consumidos, como as frituras e frios, combinam bem com essa proposta. Mas ele lembra que há combinações atraentes com inspiração nas tapas espanholas, por exemplo, também chamadas de “pinchos”, petiscos para se pegar com o palito, com maior variedade de frios e frutos do mar.