A embalagem escolhida para a comercialização dos produtos alimentícios é muito importante. Ela tem a função de proteger, conservar e comunicar-se com o consumidor, muitas vezes sendo ponto decisivo na decisão de compra.

Esse é um dos principais pontos de atenção para empresas que desejam entregar segurança aos consumidores. Tanto é que, segundo Fiorella Dantas, doutora em tecnologia de alimentos e vice-coordenadora da empresa Plataforma 3, “a embalagem pode assegurar a qualidade e a inocuidade do produto, a fim de que as características desejadas e a vida útil estabelecida sejam atendidas”, afirma em entrevista ao site Food Connection sobre cuidados ao escolher recipientes para carne.

Tratando-se de alguns tipos de proteína animal, a embalagem de isopor (EPS) é muito comum por ser versátil, leve e com bom isolamento térmico. Apesar disso, ainda há desconhecimento e falta de informação sobre essa alternativa que, na verdade, é muito vantajosa e indicada para diversos produtos. 

Há não muito tempo, em 2016, houve inclusive um projeto na Câmara dos Deputados que visava proibir a embalagem de isopor para o acondicionamento de alimentos e bebidas, baseadas na alegação de que elas não são seguras e são pouco sustentáveis. Porém, estudos recentes comprovam que, na verdade, o isopor (EPS) é 100% reciclável e seguro para entrar em contato com os alimentos.

No caso de algumas proteínas animais, que necessitam de uma proteção capaz de manter o isolamento térmico e proteger o produto contra danos que possam ocorrer durante o transporte, o isopor (EPS) é um material bastante indicado, pois cumpre os requisitos.

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Quais são as vantagens da embalagem de isopor para proteína animal?

1. Isolamento térmico

O isopor, também conhecido como EPS, apresenta excelente capacidade de isolamento térmico, sendo amplamente utilizado na construção civil em paredes e coberturas para proporcionar conforto térmico em edifícios e residências. Esta é uma das opções mais economicamente viáveis para alcançar esse objetivo.

A eficiência térmica do isopor decorre principalmente de sua composição majoritária de ar, resultando em um baixo coeficiente de condutibilidade térmica. Na prática, isso significa que o isopor retém a temperatura interna por períodos mais longos do que outros materiais, impedindo a saída ou entrada excessiva de calor. 

O isopor é uma das embalagens térmicas mais conhecidas no mercado. No armazenamento de alimentos e bebidas quentes, como chá e café, o material atua retendo o calor dentro da embalagem, mantendo as bebidas quentinhas por mais tempo. Já no caso de alimentos e bebidas frias, como carnes congeladas e sorvetes, o isopor impede a transferência de calor para o alimento, mantendo-o refrigerado. 

No contexto de produtos cárneos, o isolamento térmico nas embalagens é crucial para assegurar a segurança alimentar, pois aumenta a vida útil do produto, evitando a proliferação de microrganismos que poderiam torná-lo inadequado para o consumo.

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2. Leveza e resistência

O isopor (EPS) é composto principalmente por ar, que representa 98% de sua estrutura. Essa característica o torna um material incrivelmente leve e fácil de transportar. Para embalagens, essa leveza é vantajosa, pois não adiciona peso extra aos alimentos, simplificando os processos logísticos. 

Para a proteção de alimentos, o isopor é altamente indicado. Isso porque, apesar de leve, ele não é frágil; pelo contrário, é reconhecido por sua resistência. O EPS tem a capacidade de proteger os produtos embalados contra danos, absorvendo impactos sem sofrer danificações. Não é à toa que eletrodomésticos e eletrônicos são frequentemente envolvidos por isopor durante o transporte.

Além de sua resistência, o isopor é fácil de transportar e raramente sofre danos por quedas ou manuseio inadequado durante o transporte. Também demonstra boa resistência à água e umidade.

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Em comparação com embalagens plásticas, que podem quebrar, e embalagens de papel, que rasgam, amassam e se desfazem quando molhadas, o isopor mostra uma capacidade notável de resistência ao transporte de produtos.

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3. Redução de desperdício

Devido à sua firmeza, o isopor (EPS) é altamente eficaz na diminuição do desperdício, tanto no que se refere às embalagens quanto aos próprios produtos. Por serem resistentes a danos, as embalagens raramente requerem substituição. Além disso, o isopor tem a capacidade de absorver impactos, prevenindo danos aos produtos armazenados.

4. Sustentabilidade na indústria

A busca pela sustentabilidade é uma prioridade, já que, para o consumidor atual, é importante que as marcas se preocupem com isso. Neste sentido, optar por embalagens biodegradáveis, recicláveis ou feitas de material reciclado é sempre uma boa pedida, já que este pode ser um fator importante na decisão de compra dos seus clientes.

A boa notícia é que, apesar das informações falsas e desatualizadas que circulam no mercado, o isopor (EPS) na verdade é 100% reciclável. Além disso, a reciclagem do EPS usa pouca água e energia, o que é ainda mais benéfico para o meio ambiente. 

O isopor também tem algumas outras vantagens que garantem a sustentabilidade ambiental, como, por exemplo:

É livre de CFC e HCFC;

Se descartado no ambiente, não causa contaminação do solo, da água ou do ar;

É totalmente atóxico.

5. Eficiência logística

Além de ser leve e resistente, o isopor (EPS) também apresenta outras facilidades que ajudam na eficiência logística. É um material que tem alta capacidade de empilhamento, pois resiste muito bem à compressão.

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Uma caixa de 200g de EPS pode suportar até 10kg de produtos e possibilita o empilhamento vertical de até 16 unidades. Essas propriedades facilitam o transporte e o armazenamento dos produtos embalados em isopor.

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6. Segurança de alimentos comprovada

O Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) desenvolveu um relatório técnico com o objetivo de esclarecer e reforçar algumas informações sobre o EPS. A instituição analisou a estrutura da matéria-prima do EPS, processos de fabricação, efeitos da temperatura sobre o material, questões ambientais e legislações vigentes no Brasil e em outros países. 

Nas conclusões, o documento reafirma que o EPS é um material seguro para embalagens de alimentos, destacando sua inércia, leveza e ausência de substâncias nocivas. Baseando-se nas legislações específicas do Brasil, Mercosul, União Europeia e Estados Unidos, o EPS é autorizado para uso em contato direto com alimentos e consta em Listas Positivas, respaldadas por estudos científicos e toxicológicos. 

Além disso, o relatório da CETEA destaca não só a segurança alimentar, mas a contribuição ambiental do EPS na redução de perdas, conservação e transporte eficiente de alimentos, de vacinas e produtos médico-hospitalares, além da reciclabilidade do material, enfatizando seu papel crucial na sociedade.

Conclusão

A escolha da embalagem para produtos alimentícios desempenha papel crucial na proteção, conservação e comunicação com os consumidores, muitas vezes influenciando decisões de compra. 

Ao considerar as inúmeras vantagens técnicas da embalagem de isopor (EPS) para proteína animal, é fundamental reconhecer não apenas sua leveza, resistência e eficiência logística, mas também o papel significativo que desempenha na promoção da sustentabilidade na indústria alimentícia.

Por ser 100% reciclável, resistente e leve, o isopor emerge como uma escolha viável e segura, fundamentada por análises técnicas e regulamentações internacionais.

Optar por embalagens de isopor não é apenas uma escolha técnica inteligente, mas também uma contribuição ativa para práticas mais responsáveis e conscientes.

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