O trabalho de robôs na indústria de forma mais corriqueira é algo que a sociedade precisa começar a se habituar. Afinal, em um futuro não muito distante, será comum interagirmos com robôs. E, em alguns casos, eles poderão até tornar-se nossos chefes.
Mas será que a adoção do trabalho de robôs na indústria fará com que a taxa de desemprego aumente? Como será essa nova realidade nas empresas e qual será o papel da inteligência humana nesse novo cenário?
Continue com a leitura desse artigo e descubra o que está para mudar!
Como a Indústria 4.0 vai afetar as empresas
A adoção da tecnologia e de sistemas de informação é um processo que já está acontecendo nas indústrias. Por isso, esse é um caminho sem volta e as empresas que não se adaptarem correm sérios riscos de fecharem as portas.
“A indústria 4.0 é que trata-se de um processo já iniciado e irreversível. Em seu último estágio de maturidade, uma indústria classificada como 4.0 terá conectividade interna de seus componentes e sistemas, conectividade com o mundo externo (logística, sistemas de energia, etc), terá seus processos digitalizados e será autônoma“, explica o professor Fábio Lima, do departamento de Engenharia de Produção da FEI.
De acordo com o professor, esse novo ambiente, que usará sistemas de inteligência artificial, vai mudar por completo a forma como os produtos são fabricados. Além de criar novas oportunidades de negócio.
“Um exemplo dessa transformação estará ligado à manutenção de equipamentos. Um sistema inteligente poderá sinalizar com antecedência sobre a falha em um determinado componente de um equipamento, evitando a parada de uma linha de produção. As empresas, dessa forma, poderão incorporar novos serviços aos seus produtos”
A nova relação de trabalho de robôs na indústria com os humanos
O professor Lima atenta para o fato de que a chegada da robótica às industrias não é algo tão novo assim. Afinal, ela ocorreu no final da década de 1960 e foi um dos itens que caracterizam a terceira revolução industrial.
“A robótica continua sendo essencial na indústria 4.0. A diferença, nesse momento, é a chegada dos robôs colaborativos às fábricas. Um robô colaborativo pode trabalhar juntamente com o ser humano em um mesmo ambiente sem colocar em risco a integridade de operadores“, diz.
Parece uma cena de um filme futurista? Pois saiba que esse tipo de interação já é totalmente possível. Os robôs contam com sensores que detectam a proximidade de uma pessoa. Assim, é possível trabalhar em conjunto no ambiente industrial e, em breve, em outros lugares, como o comércio e nossas próprias casas.
“Já é possível encontrar robôs trabalhando no preparo de alimentos em cozinhas, por exemplo. Deste modo, a convivência direta entre humanos e robôs transcenderá o ambiente industrial“, exemplifica o professor.
Como fica o mercado industrial para as pessoas
A grande preocupação, no entanto, está no fato de as pessoas começarem a perder seus postos por causa do trabalho de robôs na indústria.
De acordo com o professor Lima, essa já é uma discussão antiga. “O que temos presenciado nesse momento é uma velocidade de transformação tecnológica muito maior. Isso causa uma sensação de insegurança aos trabalhadores, maior do que a que foi presenciada com a chegada da automação nas fábricas na terceira revolução industrial”.
Para o professor, ainda não há um consenso a respeito do impacto do trabalho de robôs na indústria e outros setores. No entanto a expectativa é que aconteça algo similar ao que vivenciamos em outros tempos: alguns postos de trabalho serão extintos e outros novos surgirão.
“O que é consenso está relacionado aos postos na indústria cujo trabalho seja manual e repetitivo. Estes desaparecerão em função da robotização. Em oposição, postos que exigem alto grau de criatividade e cognitividade serão mais valorizados para o trabalho humano”.
Dessa forma, é possível visualizar uma necessidade em aprimorar os conhecimentos e migrar para as áreas que serão valorizadas em um futuro breve. Quem realiza trabalhos manuais, por exemplo, poderá ocupar cargos relacionados à manutenção ou operação dos robôs ou, até mesmo, posições mais criativas.
Para as empresas, esse é o momento de investir na capacitação dos funcionários. Afinal, essa é uma mudança muito grande e a mão-de-obra qualificada ainda é escassa. Por isso, é muito mais barato treinar os colaboradores atuais do que buscar novos no mercado.
E você, como enxerga o aumento do trabalho de robôs na indústria? Você concorda que é uma questão de capacitação ou acredita que as pessoas realmente perderão espaço no mercado? Compartilhe sua opinião nos comentários!