Será que o Brasil ainda é o país da cerveja? Apesar de a cerveja ainda ser uma das bebidas favoritas dos brasileiros, o consumo de vinho tem aumentado. De acordo com o Euromonitor, a cada 2,7 litros de cerveja premium, apenas um litro de vinho era consumido no país em 2011. Em 2016, essa proporção já tinha aumentado de um para quatro.Isso significa que as pessoas estão buscando uma alternativa à cerveja, que tenha a mesma qualidade e possa ser consumida em situações similares. No entanto, ainda é comum que alguns clientes fiquem receosos em optar pelo vinho, seja por falta de hábito ou de conhecimento. Como fazer, então, para incentivar o consumo de vinho e reverter ainda mais esse cenário?

Mudanças sutis para aumentar o consumo de vinho

Nenhuma mudança grande acontece de forma rápida ou brusca. Por isso, é preciso entender que o consumo de vinho deve aumentar de maneira gradual e sutil, afinal, estamos falando de um novo hábito.  O sommelier Diego Arrebola diz que a vontade do cliente é sempre soberana. “Essa mudança deve ocorrer de forma com que o cliente não se sinta forçado a trocar a cerveja pelo vinho“.Isso significa que o primeiro passo é incentivar o cliente a experimentar novas bebidas e educá-lo a respeito do consumo do vinho. Infelizmente, ainda há uma crença muito forte entre os brasileiros de que, para beber vinho, você precisa entender muito de harmonizações. E isso não é verdade. Nesse sentido, realizar eventos e degustações é uma excelente maneira de mostrar às pessoas, na prática, que o vinho é uma bebida que pode ser consumida em diferentes ocasiões. E não é preciso ser nenhum expert para apreciar um bom vinho.

Diferentes linhas de argumentação

Ainda de acordo com Arrebola, há duas linhas que podem ser utilizadas em conjunto ou de forma separada para mostrar aos clientes que o vinho também é uma excelente opção para diversas ocasiões.”De um lado, pode-se apresentar o vinho como uma nova experiência, uma nova forma de degustar aquela refeição, com novas sensações, além dos hábitos de consumo daquele cliente. Outro caminho é o técnico (mas não pedante, ou professoral), destacando a maior versatilidade do vinho como bebida para harmonização com a comida, e chamando especial atenção dos clientes para os aspectos que fariam com que um determinado vinho combinasse com um determinado prato, considerando um caso concreto.”

Derrubando a barreira do preço

Vale dizer que ainda há uma crença de que consumir vinho é um hábito caro e fora do alcance de muitas pessoas. E essa percepção negativa também afeta muito o consumo da bebida. Enquanto uma garrafa de vinho rende até seis taças, o valor que um cliente gastará para beber seis copos de chopp, uma quantidade de bebida similar, será muito maior.Ainda é preciso mostrar ao cliente que vinho bom é aquele que ele gosta de beber e isso significa que é possível encontrar garrafas por menos de R$ 30,00. Por fim, vale dizer que o vinho não é uma bebida sofisticada que pode ser consumida apenas em restaurantes chiques. Casas com abordagens mais familiares, bares e, até mesmo, refeições caseiras vão muito bem com uma taça de vinho.Por isso, incentivar o consumo de vinho e derrubar essas barreiras que impedem os clientes de conhecerem excelentes opções de bebidas deve ser um trabalho em conjunto e constante. E acredite: esse hábito pode estar muito mais perto de mudar do que você imagina!

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