Especialistas afirmam que o Brasil está bebendo mais vinhos. Porém, ainda estamos longe do ideal, pois o consumo per capta anual do brasileiro é de apenas dois litros, enquanto nossos vizinhos argentinos ingerem 24 litros e os franceses o dobro disso. De acordo com profissionais do setor, isso acontece por a população considerar a bebida burocrática e complicada, com termos técnicos usados em excesso e distante da rotina do consumidor comum.

Uma solução que o mercado de vinhos em geral está apostando para aumentar o consumo é atrair novos entusiastas. Mas como fazer? Como agradar e envolver quem está chegando agora ao mundo do vinho? E mais, como fazer o público perder o medo de errar na hora da escolha. Para o presidente da ABS-SP (Associação Brasileira de Sommeliers, São Paulo) Arthur Azevedo, essas são perguntas “de um bilhão de dólares”, mas que podem ser respondidas.

  1. Perguntar não ofende. Novos consumidores podem desconhecer conceitos de harmonização e retrogosto, mas ele sabe qual paladar lhe agrada. Por isso, o especialista sugere uma dica simples: pergunte ao cliente qual seu sabor preferido e o que ele gosta de comer. Isso vai facilitar muito a oferta da bebida.
  1. Tire a gravata do vinho. Por muito tempo o vinho foi glamourizado e isso afastou parte de possíveis consumidores. Para o gerente de promoção do Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), Diego Bertolini, o vinho é democrático e é simples de ser consumido.
  1. Facilite. Investir em profissionais que utilizem uma “linguagem de fácil acesso” ao público foi a solução encontrada pela Aprovale (Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos). Isso aconteceu, pois a região gaúcha formada pelas cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul, recebe anualmente 390 mil visitantes que buscam por enoturismo. A estratégia da Associação contempla ainda uma imersão do turista que pode se hospedar em hotéis e pousadas com temáticas relacionadas ao vinho, além de frequentar uma rota com 23 vinícolas.
  1. Dê o que o consumidor pede. Contrariando a tese de que brasileiro prefere bebidas de sabor doce, Azevedo afirma que, na verdade, “não gostamos é do sabor amargo”. Além disso, o presidente da ABS-SP explica que o público nacional está buscando um vinho fácil e descomplicado em que o sabor das frutas seja mais ressaltado do que as notas e demais ingredientes ou características da bebida.

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