Dentro do contexto de uma degustação de vinho, pequenas cerimônias fazem dessa experimentação uma grande arte. Para isso, contamos com o auxílio de providenciais itens que ajudam a expandir a experiência sensorial, como é o caso do decanter .O acessório, que vem sendo desenvolvido e aperfeiçoado ao longo do tempo, é o elemento por trás do ato de decantar um vinho. E engana-se quem não vê necessidade nesse processo anterior à degustação. E, principalmente, quem não compreende o seu método.Para trazer luz à questão, vamos mostrar neste artigo como usá-lo corretamente e, assim, ampliar a relevância desses pequenos — mas fundamentais — processos que compreendem a grande experiência de uma degustação de vinho.

Por que usar o decanter? 

Há muitos anos o decanter tem sido o elemento entre os aspectos sensoriais do apreciador de vinho e o potencial da bebida. Isso porque ele tem duas grandes finalidades que promovem a riqueza de cada rótulo.E quem nos aponta os principais objetivos em usar o acessório é a sommelière e consultora Debora Alkimin. “O decanter é um recipiente de vidro ou cristal que pode ter vários formatos e com duas finalidades: para o vinho antigo, a ideia é favorecer a deposição de sedimentos (a borra) para separá-los da bebida, como uma espécie de filtro. Mas ele também serve para arear um vinho mais jovem, ou seja, oxigená-lo, proporcionando maior contato da bebida com o ar para ressaltar os seus aromas e taninos redondos”, explica a profissional.Ou seja: em ambos os casos, a ideia está em preservar as características originais da bebida e expor a sua complexidade de aromas e sabores, o que torna a degustação ainda mais rica.

Como usá-lo corretamente?

O processo para garantir que o decanter conserve de maneira correta as suas funções depende exclusivamente do cuidado tomado por quem vai servir a bebida. Debora alerta que “a melhor forma de usar o produto é transferindo o vinho da garrafa para o decanter bem lentamente, para que, caso haja borra, não passe para o vidro. É importante também sempre despejar o vinho já em contato com as paredes do mesmo, pois isso já ajuda a aerá-lo”.Vale alertar, também, que o objeto tem sido uma peça exclusivamente dedicada à degustação de alguns tintos, excluindo do processo os vinhos brancos, os frisantes e os tintos jovens — como aqueles produzidos com uvas inadequadas para o envelhecimento.

Dicas para complementar e enriquecer suas degustações

Por fim, vale conferir algumas dicas relevantes para tornar as suas próximas degustações de vinho ainda mais valiosas para o consumidor. Entre as principais, citamos:

  • Apenas o ato de retirar a rolha não é suficiente para a respiração adequada do vinho, já que o contato inicial do ar se dá apenas com a bebida próxima ao gargalo (daí, a relevância em usar o acessório no processo);
  • Caso os sedimentos passem para o decanter, uma técnica rápida (ainda que não recomendada) para contornar a situação consiste em usar um filtro (como um pano fino) para que o vinho passe através dele, retendo a borra;
  • Para garantir que nenhum sedimento seja levado acidentalmente até o decanter, você pode recorrer a uma fonte de luz — natural ou artificial — para observar com mais precisão quando a borra já estiver mais próxima do gargalo.

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